Postal de Natal para José Paulo
Caro Amigo e Estimado Prof. José dos Santos Paulo:
era minha intenção sugerir no Blog a aquisição do CD QUATRO ELEMENTOS ou o seu MÉTODO DE GUITARRA para ofertas natalícias inter amicos.
Acontece que só hoje me chegou à caixa do correio um exemplar do "Quatro Elementos", acrescido da brochura contendo as partituras impressas.
Fiquei a saber, com alguma pena, que o seu "Método" não está ainda pronto para distribuição.
Que bela surpresa escutar, em primeira e destemperada audição, os lieder vocalizados pelo José Paulo, com acompanhamento de Guitarra (Álvaro Aroso), viola (Eduardo Aroso) e viola baixo (José Carlos Teixeira).
Ele haverá quem venha dizer que o projecto já não se quadra nas fronteiras estritas da Canção de Coimbra, estigma esgrimido sempre que no espectro da Galáxia Coimbrã afloram surtos de modernidade/e ou vanguardismos. O Prof. Flávio Pinho, discreto estudioso da Música que se foi fazendo e recebendo em Coimbra, no texto de apresentação impresso nos livretos que acompanham o disco não hesita em classificar o projecto como Canção de Coimbra. Fazendo minha a opinião de Flávio Pinho, só posso louvar e felicitar o poeta e os seus intérpretes.
Com este projecto, a Canção de Coimbra retoma e revaloriza uma das suas mais importantes e singulares vertentes: o reportório de salão/ou teatro, numa herança que vinda do século XVIII, foi ocasionalmente reafirmada no século XIX e no século XX. É hora de invocar mais um José Coutinho de Oliveira, um D. José Pais de Almeida e Silva, um Rui Coelho, e menos os fazedores de estróficas para rondas nocturnas. E que bem que está Álvaro Aroso nos solos de Guitarra, chegando ao ponto de cantar com José Paulo no tema QUANDO (Quando/o aroma do vento for o sémen da terra).
Em tempos, Armando Luis de Carvalho Homem chamou a atenção para o facto de alguns destes instrumentistas, em fase tertuliana no imediato pós-1974, terem revelado potencialidades que depois esmoreceram. E José Miguel Baptista, reclamando-se da herança dos Irmãos Melo, nunca aceitou nas décadas de Oitenta/Noventa os unanimismos concitados em torno da quase hegemonia do Grupo de Guitarras e Cantares de Coimbra (grupo Brojo/Portugal). Mas, querendo ter e ser um lugar distinto na Coimbra desses anos, a verdade é que os tertulianos tardavam em dar mostras da sua capacidade produtiva.
Meu Caro José Paulo:
tardou, mas chegou!
Conforme temos falado, a Canção de Coimbra enquanto cultura de salão/palco que também foi, passou por outras soluções ao nível dos instrumentos de acompanhamento. Tenho a certeza de que o meu Amigo saberá dar uso a estas palavras em futuros projectos.
Seguindo as suas indicações, e porque seria uma pena não se conseguir ofertar este disco como prenda de Natal, solicitei ao Doutor José Carlos Teixeira dados sobre o como encomendar e o onde comprar.
Aqui ficam os contactos que possibilitam a aquisição do disco:
MEDIA PRIMER
Telefone: 239703232/3
Rua Sanches da Gama, Nº 160
3030-021 Coimbra
(junto à Rua do Brasil, Calhabé)
Com os votos de Feliz Natal,
AMNunes
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