Alguns chapéus de estudantes
O tricórnio/tricorne é uma cobertura de cabeça, característica do século XVIII, com a copa em forma de calote e abas reviradas, a rematar em três arestas alteadas. Podia ser ornamentado com plumas e fitilhos e o rebordo era debruado com galões de prata, ouro ou virola de tecido rico.
Chapéu a um tempo civil, nobiliárquico e militar, o tricórnio esteve intimamente associado às vivências barrocas e à mais variegada gama de perucas que a Europa e seus territórios coloniais conheceram. É considerado peça obrigatória do traje de gala do Cavaleiro Tauromáquico português.
Em Coimbra, o tricórnio nunca foi chapéu estudantil, embora fosse usado pelo Meirinho, Guarda-Mor das Escolas (que também era o Porteiro) e Corpo de Archeiros, costume que se prolongou até às reformas vestimentárias de 1834. Enquanto cobertura de cabeça de archeiro, o tricórnio era correntemente designado por chapéu de "verdeal".
Percurso diferente do conimbricense conheceu o tricórnio em Salamanca e noutras universidades espanholas como Alcalá, Valladolid e Zaragoza, onde foi considerado chapéu próprio de estudantes "decentes" e "honrados" na recta final do século XVIII. Os normativos régios não o conseguiram fazer vingar na viragem para o oitocentismo liberal e abolicionista. Nas décadas que se seguiram à Revolução Francesa de 1789, Invasões Napoleónicas, Guerra Peninsular, Revoluções Liberais, e emergência das primeiras "estudantinas de carnaval", os estudantes espanhóis não deixaram de manifestar a sua referência pelo bicórnio.
No século XVIII, o tricórnio foi cobertura de cabeça dos estudantes católicos do Colégio de Mateus, situado em Roma.
O velho chapéu de setecentos, que o imaginário infantil associa às aventuras dos piratas, reapareceria nos meios académicos portugueses em 1989 pela mão da Associação Académica da UM e estudantes da Universidade do Minho (Braga/Guimarães, ver imagens editadas no Blog em 12/03/2007).
Na falta de uma fotografia de qualidade, optámos por ilustrar o tricórnio com base numa imagem de pensionistas do Royal Hospital Chelsea, datada de 2004, colhida no endereço TRICORNE, http://en.wikipedia.org/wiki/Tricorne.
AMNunes
O velho chapéu de setecentos, que o imaginário infantil associa às aventuras dos piratas, reapareceria nos meios académicos portugueses em 1989 pela mão da Associação Académica da UM e estudantes da Universidade do Minho (Braga/Guimarães, ver imagens editadas no Blog em 12/03/2007).
Na falta de uma fotografia de qualidade, optámos por ilustrar o tricórnio com base numa imagem de pensionistas do Royal Hospital Chelsea, datada de 2004, colhida no endereço TRICORNE, http://en.wikipedia.org/wiki/Tricorne.
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