domingo, março 25, 2007


O Reitor franquista
Após a demissão de Santos Viegas, D. João de Alarcão foi o reitor da Crise Académica de 1907 e o braço direito de João Franco na UC. Os "160 Intransigentes" jamais lhe perdoaram as negociações "doces" que usou para mobilizar a seu favor os desesperados pais dos alunos e seduzir os grevistas com promessas de amnistia e de aproveitamento escolar.
O fidalgo D. João de Alarcão Velasques Sarmento Osório nasceu no Espinhal, Concelho de Penela, a 05 de Novembro de 1854. Era bacharel pela Fac. de Direito da UC (1871-1876). Dedicou-se à actividade político-partidária e ao funcionarismo público superior. No seu currículo inscreviam-se os cargos de Governador Civil da Guarda (1886) e do Funchal, Ajudante do Procurador da Coroal (1890), Par do Reino (1898), Governador Civil de Lisboa (1900 e 1905), Ministro das Obras Públicas (1905), diplomata no reinado de D. Manuel II (1908) e Ministro da Justiça (25/12/1908 a 11/04/1909).
Por decreto da equipa ministerial de João Franco, com data de 18 de Abril de 1907, foi nomeado Reitor da UC, confirmando de novo as apetências governamentais pela intromissão na vida interna e gestão da Alma Mater Studiorum. Fruto da sua acção apaziguadora, o Decreto de 22 de Maio de 1907 e o Decreto de 26 de Agosto de 1907 viabilizaram a reabertura das aulas, a realização de exames de fim de ano e a comutação das penas disciplinares de expulsão assinadas pelo Conselho de Decanos.
D. João de Alarcão foi exonerado, a seu expresso pedido, em Novembro de 1907. Viria a falecer em Montemor-o-Velho a 12 de Setembro de 1918. O funeral, realizado numa 6ª feira, 13 de Setembro de 1918, revestiu-se de grande solenidade. Velado com o Grande Uniforme de Conselheiro de Estado (conforme consta do seu retrato reitoral), o seu bicórnio e espadim foram transportados atrás do ataúde por um amigo íntimo da família Alarcão (cf. necrologias da "Gazeta de Coimbra", edições de 14 e 17 de Setembro de 1918).
AMNunes

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