terça-feira, novembro 21, 2006


Os números 3 e 5 do terreiro da Péla, de onde saíu o grupo que fundou o Solar no Bairro Sousa Pinto.
Só hoje consegui calma para lhes dar algumas informações sobre as fotos que já para aqui tinha digitalizadas há bastante tempo!

A foto acima ( nº 1) é elucidativa da destruição da Alta Coimbrã, embora já na sua fase final. A malta que fundou o Solar «Ninho dos Matulões», no Bairro Sousa Pinto, saiu do nº 3 e do nº 5 do Terreiro da Péla, um pequeno largo, à direita, ao cimo da Rua dos Militares, rua que ficava no prolongamento da Couraça de Lisboa, logo acima do CADC. Na esquina norte deste Terreiro existia o conhecido «Astória da Alta», que tinha, em bandeira, uma tabuleta castiça, em chapa, com letras num pretenso "estilo novo" .
Tivemos que sair “à pressão”, porque, como se vê na foto, à volta já havia restos de demolições. Aquela janela, à minha esquerda, pertencia ao nº 3 e era a do meu quarto, que habitei desde o meu 6º ano no, então, Liceu Normal D. João III, hoje José Falcão.
O nº 5 era a porta à minha direita. Tudo isto, à excepção das recordações, ficou “submerso” com a construção do edifício da nova Faculdade de Ciências!
O nome «Ninho dos Matulões» já existia quando a malta que habitava o 3 e o 5 do Terreiro da Péla e comia no nº 3, na “Abadessa”, a D. Idalina Marques, resolveu reabilitar o nome que já vinha muito de trás, dos tempos de Barrigas de Carvalho, Augusto Amorim Afonso, Jerónimo Pereira Coutinho e outros que lá tinham quarto, ou só lá iam comer. Por razões pessoais, que não vêm para o caso, conheci estes veteranos famosos em várias épocas de férias grandes, ainda eu andava na instrução primária. Com eles fui frequentes vezes ao bar da velha Associação Académica e à Secção de Futebol, na qual tinha um cargo directivo o Dr. Jerónimo Pereira Coutinho. E foi essa geração do Dr. Barrigas de Carvalho que deu àquele “reduto” que comia na «Abadessa» o nome de «Ninho dos Matulões», por “oposição gozativa” ao «Ninho dos Pequenitos», moderna Creche e Jardim de Infância, criado por Byssaia Barreto e que se localizava à Praça da República, no local exacto onde hoje se encontra todo o complexo da Associação Académica.
O nome “Abadessa” foi dado pelo Dr. Barrigas de Carvalho à D. Idalina, porque, depois de bem ter comido, costumava dizer à senhora e aos companheiros de mesa: “hoje comi que nem um Abade!”. Esta senhora e a filha, que também tiveram que abandonar o nº 3 do Terreiro da Péla, como é óbvio, foram tomar conta da Casa Universitária, também ao Bairro Sousa Pinto, mesmo ao lado do «Ninho dos Matulões», Casa onde teve quarto o Dr. Emílio Rui Vilar, hoje Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.

Quanto a trabalhos meus no actual «Ninho» talvez ainda exista o painel (2 x 3 metros), pintado aqui em Leiria, a tinta plástica, em secções desmontáveis, num material muito frágil e leve (placas de esferovite), por uma questão de facilidade de transporte. Também aqui fiz, nos anos 60, uns três «Decretus», que estavam montados em platex e protegidos por plástico. Aquando das comemorações dos 25 anos do «Ninho» ainda lá estavam em bom estado de conservação. Nessa altura o “matulão” mais antigo que apareceu foi o Dr. Matos Godinho, que se vê numa das fotos que envio ( a nº 9, ao lado de um professor universitário brasileiro, creio que Reitor ou Vice-reitor uma Universidade).

Em relação à capa da revista com o Artur Jorge, em frente do meu painel, ainda no Bairro Sousa Pinto, recebi do Zé Oliveira a informação que anexo. Para informações mais completas poderão contactar com ele para: o-oliveiradaserra@sapo.pt . Ele vive aqui em Leiria, tendo um cartoon semanal, Os Corvos, no «Região de Leiria» e um blogue dedicado à caricatura e ao cartoon: http://chavedoburaco.blogspot.com/.

Só mais uma informação: fui o autor do emblema do «Ninho» e do novo da República «Ay-ó-linda», tendo-me eles pedido para colocar uma gata no desenho, porque antigamente a República se teria chamado «República da Mija-Gata».

As várias fotos seguem devidamente identificadas, quanto aos assuntos e datas, para que nem tudo tenha o destino da Alta Coimbrã.

Saudações amistosas,
Augusto Mota

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