Biografia de António Joyce inserta na Tese de Mestrado de Virgílio Caseiro em 1992, sobre a História do Orfeon Académico.
De seu nome completo, António Avelino Joyce. Nasceu em Lisboa a 1 de Dezembro de 1886.
Para além de reorganizador do O.A.C. em 1908 e de ser seu coordenador até 1912, altura em que se licencia em Direito, Joyce foi um homem público extraordinariamente discreto, alternando a sua actividade entre o mundo político e o administrativo.
Governador Civil de Bragança, a seguir à sua formatura, opta depois pelo cargo de Secretário dos Governos Civis de Castelo Branco, Porto e Lisboa. Desempenhava este último cargo quando foi convidado para secretário particular do Presidente da República, na altura Teixeira Gomes.
Nomeado director da Emissora Nacional, cria nesta a Orquestra Sinfónica Nacional, convidando Pedro de Freitas Branco para seu primeiro maestro titular.
Possuía, para além da formação jurídica, o Curso Diplomático, os cursos gerais de Rudimentos Musicais, Harmonia e Violino, e ainda o curso de professor da Cartilha Maternal. Nem sempre foi pacífica a sua coexistência com o poder político instituído. Obrigado a emigrar, partiu para Antuérpia, onde viveu algum tempo como director comercial de uma empresa de que era sócio, conjuntamente com Afonso Costa.
Foi director da Sociedade de Concertos de Lisboa, membro de honra do Instituto Britânico do Porto, sócio da Associação dos Jardins-Escolas, da Associação de Músicos Portugueses e cidadão honorário da Covilhã. Possuía o grau de Cavaleiro de Santiago da Espada.
Colaborou nos periódicos Século, Capital, Diário de Notícias, Atlântida e ABC. Publicou os trabalhos: Da influência do Patriarcado na condição jurídica da mulher; O carácter específico do fenómeno financeiro; Estudo acerca de canções populares na província da Beira-Baixa; Projecto crítico de modificações ao Código Administrativo de 1936, e Projecto de reforma da Emissora Nacional.
A sua passagem pelo Orfeon foi, sem margem para dúvida, o ponto mais alto da sua concretização artística. Devem-se-lhe, para este grupo coral, algumas harmonizações de temas populares, a 4 vozes iguais.
Morreu em Lisboa a 15 de Janeiro de 1964.
Com António Joyce, o O.A.C. atingiu um elevado nível artístico e conseguiu seleccionar um longo e difícil reportório, desta vez executado exclusivamente ''a capella''. O facto de todos os espectáculos terem tido um fim benemerente explícito (a construção do Jardim-Escola João de Deus), universalizou a sua aceitação e moralizou, por acréscimo, as suas actuações. O número de elementos era prova disso: ''Eu já o disse: que obra titânica não é juntar duzentos rapazes, disciplina-los, prende-los e interessa-los numa obra artística, numa epocha como a nossa ? António Joyce conseguiu isso.''[1]. Quanto à qualidade artística basta referir, como exemplo, o seguinte: ''O Orfeon Académico de Coimbra obteve no espectáculo de hontem uma nova e ruidosa consagração. Nem um logar devoluto... Foi uma bela festa o sarau de hontem. As recordações deixadas não se apagarão tão cedo.''[2].
[1]- Luis Gonzaga no jornal O Comércio de Viseu de 24/2/910
[2]- excerto do jornal A República de 25/3/912.
Para além de reorganizador do O.A.C. em 1908 e de ser seu coordenador até 1912, altura em que se licencia em Direito, Joyce foi um homem público extraordinariamente discreto, alternando a sua actividade entre o mundo político e o administrativo.
Governador Civil de Bragança, a seguir à sua formatura, opta depois pelo cargo de Secretário dos Governos Civis de Castelo Branco, Porto e Lisboa. Desempenhava este último cargo quando foi convidado para secretário particular do Presidente da República, na altura Teixeira Gomes.
Nomeado director da Emissora Nacional, cria nesta a Orquestra Sinfónica Nacional, convidando Pedro de Freitas Branco para seu primeiro maestro titular.
Possuía, para além da formação jurídica, o Curso Diplomático, os cursos gerais de Rudimentos Musicais, Harmonia e Violino, e ainda o curso de professor da Cartilha Maternal. Nem sempre foi pacífica a sua coexistência com o poder político instituído. Obrigado a emigrar, partiu para Antuérpia, onde viveu algum tempo como director comercial de uma empresa de que era sócio, conjuntamente com Afonso Costa.
Foi director da Sociedade de Concertos de Lisboa, membro de honra do Instituto Britânico do Porto, sócio da Associação dos Jardins-Escolas, da Associação de Músicos Portugueses e cidadão honorário da Covilhã. Possuía o grau de Cavaleiro de Santiago da Espada.
Colaborou nos periódicos Século, Capital, Diário de Notícias, Atlântida e ABC. Publicou os trabalhos: Da influência do Patriarcado na condição jurídica da mulher; O carácter específico do fenómeno financeiro; Estudo acerca de canções populares na província da Beira-Baixa; Projecto crítico de modificações ao Código Administrativo de 1936, e Projecto de reforma da Emissora Nacional.
A sua passagem pelo Orfeon foi, sem margem para dúvida, o ponto mais alto da sua concretização artística. Devem-se-lhe, para este grupo coral, algumas harmonizações de temas populares, a 4 vozes iguais.
Morreu em Lisboa a 15 de Janeiro de 1964.
Com António Joyce, o O.A.C. atingiu um elevado nível artístico e conseguiu seleccionar um longo e difícil reportório, desta vez executado exclusivamente ''a capella''. O facto de todos os espectáculos terem tido um fim benemerente explícito (a construção do Jardim-Escola João de Deus), universalizou a sua aceitação e moralizou, por acréscimo, as suas actuações. O número de elementos era prova disso: ''Eu já o disse: que obra titânica não é juntar duzentos rapazes, disciplina-los, prende-los e interessa-los numa obra artística, numa epocha como a nossa ? António Joyce conseguiu isso.''[1]. Quanto à qualidade artística basta referir, como exemplo, o seguinte: ''O Orfeon Académico de Coimbra obteve no espectáculo de hontem uma nova e ruidosa consagração. Nem um logar devoluto... Foi uma bela festa o sarau de hontem. As recordações deixadas não se apagarão tão cedo.''[2].
[1]- Luis Gonzaga no jornal O Comércio de Viseu de 24/2/910
[2]- excerto do jornal A República de 25/3/912.
<< Home