sábado, janeiro 21, 2006


Branquinho em 1973 Posted by Picasa
Manuel Duarte Branquinho (voz e guitarra) e Álvaro Aroso (v) em actuação no final do 4º Dia do Antigo Estudante de Coimbra, Coimbra, pátio do Instituto de Antropologia, 1973.
Imagem: "Boletim da AAEC", Nº 12, Julho de 1973.
AMNunes


Afonso de Sousa em 1973 Posted by Picasa
Auditório do Instituto de Antropologia, 4º Dia do Antigo Estudante de Coimbra, 1973: sentado, junto à parede, o ilustre advogado lieriense, compositor amador e "para sempre 2º guitarra dilecto de Artur Paredes" escuta atentamente a conferência proferida pelo saboroso Vitorino Nemésio. Na 1ª metade da década de 70 Afonso de Sousa participou regularmente em eventos relacionados com os antigos estudantes na cidade de Coimbra. Ajudou profusamente Divaldo de Freitas a escrever a rara e preciosa obra "Emudecem Rouxinóis do Mondego" (1972), fez palestras, escreveu epitáfios no Boletim da AAEC, incentivou a Emissora Nacional a fazer um programa dedicado a Edmundo Bettencourt e escreveu a 1ª versão "Do Choupal até à Lapa. Recordações de um antigo estudante de Coimbra" (1973), afirmando-se radicalmente contra o fim inglório e vil da Canção de Coimbra.
Imagem: "Boletim da AAEC", Nº 12, Julho de 1973.
(adenda: Meu Caro Afonso, com esta ficamos quites, mais eu do que o meu ilustre Amigo. Você sabe, pela coragem do Quintão, do Norton, do Delgado, enfim, pelas "medalhas da liberdade" que a sua modéstia nunca veio reclamar e, por aquela comovida dedicatória que me deixou no "Ronda pelo Passado" em 28/04/1989. Lembra-se do que combinámos? Se visse este blog, bem sei que logo contaria uma anedota, descansado com o que vamos salvaguardando)
AMNunes


Manuel Julião Posted by Picasa
Espectáculo de Canção de Coimbra realizado em 1973, no pátio do Instituto de Antropologia, no fecho do 4º Dia do Antigo Estudante de Coimbra. São reconhecíveis Manuel Branquinho (de pé, a tocar guitarra), Manuel Julião (ao centro, a cantar) e Condorcet Pais Mamede (com gravador portátil). O jovem executante de viola, de Capa e Batina, é Álvaro Aroso, à data membro da formação embrionária que depois de 1974 se transformou na Tertúlia do Fado de Coimbra. Estiveram presentes neste espectáculo crepuscular o antigo estudante e orfeonista Vitorino Nemésio e o eterno "Diabo do TEUC" Deniz Jacinto.
Imagem: Fotografia extraída do "Boletim da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra", Nº 12, Julho de 1973.
AMNunes


Manuel Julião (1915-1982) Posted by Picasa

A – Biografia breve: Manuel Simões Julião (MSJ) nasceu na Pampilhosa (do Botão), Concelho da Mealhada, no dia 1 de Outubro de 1915. Era filho de José Martins Catarino e de Delfina Lopes. Ficou órfão ainda criança, e foi levado para o Brasil por um familiar, por volta dos 7-8 anos de idade. Alguns anos volvidos regressou a Portugal, tendo frequentado o Liceu D. João III de Coimbra. Terminados os estudos liceais, MSJ matriculou-se na Faculdade de Direito da UC, mas a clara falta de vocação para os estudos jurídicos logo o fez pedir transferência para a vizinha Faculdade de Letras. Na primeira metade da década de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, foi aluno de Histórico-Filosóficas, curso que terminou em 1945.
Casou em 1950 com Maria José Abreu, tendo desempenhado funções de funcionário público na Câmara Municipal de Aveiro e posteriormente na Secretaria da Câmara Municipal de Mortágua. Faleceu em Mortágua no dia 11 de Junho de 1982, estando sepultado no cemitério da Pampilhosa, Mealhada.
Enquanto aluno, MSJ destacou-se como solista titular do naipe dos primeiros tenores do Orfeon de Raposo Marques (1943-44 e 1944-45). Neste organismo chegou a integrar os respectivos corpos directivos e a colaborar com o regente como júri de selecção de candidatos. Em 1944-45 dividiu os solos do Orfeon com outros dois serenateiros, Napoleão Amorim e Mário Mendes. A título de exemplo foi MSJ quem examinou Augusto Camacho Vieira nas provas de aptidão vocal para o Orfeon. Por vezes, nos documentos internos do Orfeon, MSJ assinava “Manuel Simões Catarino” em homenagem a seu pai.
Mas foi como grande divo serenateiro que colheu fartos aplausos, seja nas serenatas de rua dadas na Velha Alta de Coimbra (grande parte delas junto do Patronato Feminino da Rua da Matemática, frente à República Corsários das Ilhas), seja nos actos de variedades que o Orfeon promovia em Coimbra e um pouco por todo o país. Acompanharam MSJ com mais frequência José Amaral, João Bagão, Carvalho Homem, Eduardo Tavares de Melo, Aurélio Reis, Armando Carvalho Homem e Ângelo de Araújo. Mário Castro, executante de viola aço que muito acompanhou MSJ, recordava o pormenor anedótico do cantor a "amaciar" a garganta nos camarins com um borrifador cheio de aguardente.
MSJ foi o grande divulgador das composições de Ângelo de Araújo, nomeadamente “Feiticeira”, “Contos Velhinhos” e outras bem conhecidas. MSJ veio cantar ao Pátio da UC em 4/06/1964 à Serenata do Centenário de Hilário, acompanhado pela formação António Brojo/Arnaldo Passos (gg) e Aurélio Reis/Mário Castro (vv), tendo interpretado uma curiosa versão literária de “Fado Hilário”, “À Meia Noite ao Luar” e “Fado da Louca” (o último ali estreado), evento que teve transmissão na Emissora Nacional e na RTP.
Na primeira metade da década de 1970 compareceu com frequência aos encontros de antigos estudantes organizados pela AAEC. Em 25/07/1970 actuou na Homenagem a Lucas Junot, no pátio do Museu Machado de Castro. Entre 4 e 6 de Dezembro de 1970 marcou presença no “Colóquio Sobre o Fado de Coimbra”, dinamizado pelo Orfeon no Instituto de Coimbra. Nesses encontros MSJ cantava acompanhando-se à viola.
Os encontros anuais de antigos estudantes promovidos pela AAEC costumavam ser gravados por Condorcet Pais Mamede. Assim aconteceu com a “serenata” realizada por Manuel Julião/Manuel Branquinho em 1973, no auditório do Instituto de Antropologia.
Manuel Julião pertenceu a uma época em que os chamados “fados canções” estavam na moda, bem como cançonetas ligeiras de temática sentimental. Eram os anos dourados da rádio, dos sucessos das bandas sonoras dos filmes românticos e das canções ligeiras saídas dos teatros de revista. MSJ pode ser considerado um cantor ao estilo dos "anos dourados da rádio", época de consagração de nomes activos na Emissora Nacional como Luís Piçarra.
Homem recatado e avesso a exibicionismos, apesar dos insistentes convites, MSJ nunca gravou discos. Os relatos dos admiradores coevos comparam MSJ ao tenor Tino Rossi, sendo de realçar os testemunhos consensuais de Augusto Camacho Vieira, de Mário Castro e de João Falcato (“Coimbra dos Doutores”, Coimbra, Coimbra Editora, 1957, págs. 165-166).
A audição atenta da prestação do cantor na Serenata do Centenário de Hilário (1964), não tinha MSJ ainda 50 anos feitos, revela-nos mais um barítono do que um 1º tenor. Nessa prestação, MSJ, mesmo admitindo que com a idade engrossou voz, canta "Fado Hilário" em Mi Maior (de esperar um Sol Maior) e "À Meia Noite ao Luar" em Fá Maior (de esperar um Lá Maior).
MSJ não seria o primeiro nem o último caso de um barítono dotado de grande amplitude vocal na juventude, como sucedeu aliás com Armando Goes e Luiz Goes. Os mitos valem o que valem. Graças a eles e à sua capacidade encantatória não foi o barítono Augusto Hilário transformado no 1º tenor Augusto Hilário?
São conhecidas duas composições da autoria de MSJ, das quais damos notícia.

B – Composições:
MINHA MÃE
(Ó minha mãe, minha mãe)
Música: Manuel Simões Julião
Letra: Manuel Simões Julião
Incipit: Oh minha mãe, minha mãe
Origem: Coimbra
Data: 1945

Oh minha mãe, minha mãe,
Oh minha mãe pobrezinha,
Guarde-te Deus lá nos céus,
Oh minha santa mãezinha.

Sou pobre, não sou ninguém,
É grande a minha pobreza;
Eu só vivo da saudade
Que é toda a minha riqueza.

Canta-se o 1º dístico, repete-se, canta-se o 2º e repete-se.
Informação complementar:
Composição musical estrófica composta e popularizada pelo então estudante Manuel Julião em meados da década de 1940. Tema gravado por Manuel Duarte Branquinho: EP “Manuel Branquinho”, Porto, Orfeu, ATEP 6288, ano de 1968, com Manuel Branquinho/Gabriel Ferreira (gg) e Jorge Gomes (v); idem, LP “Manuel Branquinho. Fados de Coimbra”, Porto, ORFEU, ST-108, sem data, Face 1, Faixa nº 6 (que em 1987 se vendia a 660$00); ibidem, LP Orfeu, SB 1028. Nos ditos discos, sob o título, vem a indicação “D.R.”, por desconhecimento do verdadeiro autor. Este tema encontra-se envolvido numa falsa lenda. Em fase terminal do curso, Julião teria recebido uma mensagem do Brasil, anunciando-lhe o falecimento de sua mãe, Delfina Lopes. Profundamente transtornado, alinhavou a melodia, improvisou a letra e foi ao Colégio Portugal (Largo da Sé Velha), chamar o seu amigo João Bagão. E foi na escadaria da Sé Velha, acompanhado à guitarra por João Bagão que Manuel Julião atroou a noite com este epitáfio à memória materna (testemunho de Camacho Vieira, em 30/01/2004). Em depoimento de 23/04/2004, a Dra. Maria Emanuel Julião invalidou o relato supratranscrito, frisando que sua avó, Delfina Lopes, faleceu quando Manuel Julião era criança, isto é, antes da partida para o Brasil aos 7/8 anos. Por conseguinte, Minha Mãe é uma homenagem de Julião à memória de Delfina Lopes, mas não surgiu a propósito do seu falecimento na década de 1940.
Carlos Couceiro conhece uma variante do 2º dístico da última quadra, que é a seguinte: Já só me resta a saudade/Que é toda a minha riqueza.

FADO DA LOUCA (Chamou-me louco uma louca)
Música: Manuel Simões Julião
Letra: 1ª quadra de Manuel Simões Julião; 2ª quadra de Henrique de Miranda Martins de Carvalho
Incipit: Chamou-me louco uma louca
Origem: Pampilhosa
Data: 1949-1950

Chamou-me louco uma louca
Que me trata com desdém.
Sou louco mas é por ela,
(Ai2) Que é louca não sei por quem.

Todas as vezes que eu passo
Pela rua onde tu moras,
Eu coro quando te vejo
(Ai2) E tu, ao ver-me, descoras.

Canta-se o 1º dístico, canta-se o 2º e repete-se o 2º.
Informação complementar:
Canção musical estrófica em compasso 4/4 e tom de Si menor Este tema, praticamente desconhecido, foi interpretado por Manuel Julião na Serenata evocativa do nascimento de Augusto Hilário, realizada no Pátio da Universidade de Coimbra, em 1964. Fernando Rolim aprendeu-o com o autor e anos mais tarde cantou-o num programa televisivo. “Fado da Louca” é claramente uma composição de um homem apaixonado. Confirmando as nossas suspeitas iniciais, a Dra. Maria Emanuel Julião refere que seu pai fez esta canção em homenagem a Maria José Ferreira de Abreu (1917-2002), senhora natural de Aveiro com que casou em 23 de Dezembro de 1950.
Não confundir esta composição com um fado de Lisboa, intitulado Chamam-me Doido (Chamou-me doido uma doida), com música do Fado Maria Marques, de Alfredo Duarte (Marceneiro), gravado em 1963 por Carlos Duarte, acompanhado por Francisco Carvalhinho, que compreende como letra uma quadra com glosa de 4 quadras, cuja autoria desconhecemos (V. Col. Um Século de Fado/Ediclube, CD Vários, Nº 7). A quadra glosada é a seguinte: “Chamou-me doido uma doida/Que é maior doida que ninguém;/Sou doido, sim, mas por ela,/Que é doida não sei por quem”.

C – Duas obras cantadas em 1964
FADO HILÁRIO
Não sei que mal fiz à vida
Que me faz viver assim;
Não sei que mal fiz à morte
Que não se lembra de mim.

A minha capa ondulante
(Ai) Feita de negro tecido
Não é capa de ‘studante
(Ai) É mortalha dum vencido.

(Ai1) Eu quero que o meu caixão
Tenha uma forma bizarra
A forma dum coração
(Ai) A forma duma guitarra.

Os dísticos cantam-se e repetem-se de seguida com excepção do 1º dístico da 2ª quadra, que não se repete, só se canta.
Manuel Julião inicia o canto no tom de Mi Maior (afinação de Coimbra). A "estranha" letra interpretada por MSJ em 1964 estaria em voga nos anos 30 e 40 (?) nas vozes de alguns cantores de Coimbra, provavelmente influenciados pelo sucesso do filme de Leitão de Barros, adpatado a partir do romance de Júlio Dinis, "As Pupilas do Senhor Reitor" (1935).

À MEIA-NOITE AO LUAR
À meia-noite, ao luar,
Vai pelas ruas a cantar
Um boémio sonhador;
E a recatada donzela
De mansinho abre a janela
À doce canção do amor.

(Refrão)
Ai como é belo,
À luz da lua,
Ouvir-se um fado
Em plena rua!
De um cantador
Apaixonado,
Trinando as cordas
A cantar o fado.

Dão as doze badaladas
E ao ouvir-se as guitarradas
Surge o luar que é de prata;
E a recatada donzela
De mansinho abre a janela,
Vem ouvir a serenata.

(Refrão)
Ai como é belo,
À luz da lua,
Ouvir-se um fado
Em plena rua!
De um cantador
Apaixonado,
Trinando as cordas
A cantar o fado.

O 1º terceto das coplas canta-se e repete-se seguidamente. O 2º terceto canta-se mas não se repete. O refrão canta-se e repete-se todo de seguida. Manuel Julião interpreta este espécime em Fá Maior, rematando com um crescendo final.
Pesquisa e texto: José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes
Agradecimentos: ajudaram a fazer este trabalho a Dra. Maria Emanuel Julião, Sr. José Adelino Julião, Dr. Fernando Rolim e Dr. Augusto Camacho Vieira, Dra. Mariberta Carvalhal, Eng. Mário Henriques de Castro, Doutor Armando Luís de Carvalho Homem

Grupo de Fados de Medicina do Porto

Apresento-vos mais um site, desta feita do Grupo de Fados de Medicina do Porto. Já está disponível nos Links deste Blog. É mais um contributo em prol da canção coimbrã. Editaram já um disco, apadrinhado pelo meu distinto colega do Coro dos Antigos Orfeonistas, Manuel Sobral Torres. Os meus parabéns ao grupo e continuem sempre sem esmorecer.
Segue-se o endereço:


Entrevistas (1) a Rui Pato e José Miguel Baptista insertas na revista Médice, nº 14, de Fevereiro de 1992, coordenada por Jorge Reste com fotos de Rui Morais e Sousa. Posted by Picasa


Entrevistas (2) a Rui Pato e José Miguel Baptista. Posted by Picasa


Entrevistas (3) a Rui Pato e José Miguel Baptista. Posted by Picasa


Entrevistas (4) a Rui Pato e José Miguel Baptista. Posted by Picasa


Entrevistas (5) a Rui Pato e José Miguel Baptista. Posted by Picasa


Entrevistas (6) a Rui Pato e José Miguel Baptista


Entrevistas (7) a Rui Pato e José Miguel Baptista na revista Médice, de Fevereiro de 1992, com o número 14, coordenadas por Jorge Reste com fotos de Rui Morais e Sousa. Posted by Picasa

sexta-feira, janeiro 20, 2006


José Afonso e a sua Bio-Discografia na revista "Nova Gente" de 26-2-1997, com o número 1067. Texto de E. Leão Maia e fotos cedidas por Cortesia Movieplay Portuguesa, S. A.Posted by Picasa


José Afonso na revista "Nova Gente" de 22-2-1995, com o nº 962. A foto do topo, foi tirada em Azeitão. Nela estão Durval Moreirinhas, José Afonso e Octávio Sérgio. Posted by Picasa


Principais tipologias de guitarras Posted by Picasa
Página 34 do livro de José Lúcio, "Cordofones Portugueses", Porto, Areal, 2000, permitindo um bom confronto visual entre as diversas tipologias de guitarras que se individualizaram em Portugal. O aluno facilmente percebe a espinha dorsal evolutiva operada a partir da cítara popular ou bandurra, num início de viagem que poderia ter incluído um exemplar de Guitarra Inglesa. A Guitarra de Coimbra é apresentada na pág. 37, configurando um paradigma quase idêntico ao actual, estabilizado por volta de 1937, mas ainda com a escala de 17 pontos. A faixa sonora (nº 14) suscita-nos alguns desencontros auditivos que resultam da descontextualização digitante, à semelhança do que já tínhamos experimentado ao escutar a faixa dedicada à Viola da Terra (pag. 23, faixa nº 7).
AMNunes


Violas de arame continentais Posted by Picasa
Página 12 da obra de José Lúcio "Cordofones Portugueses", Porto, Areal, 2000, muito eficaz em termos de confronto visual. Na pág. 13, o autor faculta informações sobre as afinações da cada um dos cordofones fotografados e respectivas cordas. A pág. 16 é inteiramente dedicada à Viola Toeira, com pequena descrição, encordoamento, afinação convencional e desenho dos acordes. O instrumento fica melhor inteligido com a audição de uma faixa do cd áudio intitulada "Mosquinha de Verão".
É com manifesto agrado que ouvimos uma faixa sonora relativa à Toeira em toque de pontiado, usando da afinação clássica Mi, Si, Sol, Ré, Lá. O trabalho teria ficado bem mais completo se englobasse pelo menos uma faixa dedicada a uma moda popular, e uma exemplificação do toque de rasgado (com trechos em rasgado singelos e outros em rasgado dobrado, podendo ou não ser adicionadas "pancadas"). A afinação teria melhorado com uma subida de meio tom. Uma faixa sonora não é tudo, mas já será muito se lembrarmos que de gravações antigas só dispúnhamos de raras e preciosas amostras de Raul Simões.
AMNunes


O divulgador José Lúcio Posted by Picasa
José Lúcio Ribeiro de Almeida, autor de "Cordofones Portugueses" (2000) nasceu em Viseu no ano de 1947. Tem-se dedicado a investigações sobre o Fado, arte de violaria, programas infantis, exposições, colóquios e cursos de construção de instrumentos em algumas escolas. Tem um site na internet, ao qual este blog faz ligação, cujo endereço é http://www.jose-lucio.com/
AMNunes


Cordofones Tradicionais em Portugal Posted by Picasa
Rosto da obra de José Lúcio Ribeiro de Almeida, "Cordofones portugueses", Porto, Areal Editores, 2000. Estamos em presença de uma meritória iniciativa que aposta na divulgação dos principais cordofones tradicionais portugueses/ou tradicionalizados em Portugal a partir de modelos vindos de outros países (ex: bandolim, banjo) junto das crianças em idade escolar. O livro vem acompanhado de um CD anexo onde José Lúcio executa uma faixa sonora relativa ao campo de cada instrumento. Ao longo de 63 páginas, José Lúcio fala e mostra aos alunos as diversas violas de arame utilizadas regionalmente em Portugal (algumas com requintas), violões, guitarras, banjos e bandolins. A exposição é feita em linguagem rigorosa, mas acessível, enriquecida com tabelas de afinações, informações sobre os calibres de cordas, tablaturas para os principais acordes em maior e menor, a que acresce uma visita guiada às oficinas de alguns violeiros.
AMNunes


Retrato de Família: O Lereno Posted by Picasa
O investigador brasileiro José Ramos Tinhorão editou recentemente uma monografia sobre a vida e obra do Padre Caldas Barbosa, "um ausente da história", conforme enuncia logo nas páginas de abertura. Bastante citado pelos estudiosos das Modinhas e Lunduns de finais do século XVIII como activo cultor e executante de viola de arame nos meios lisboetas, Caldas Barbosa não é propriamente um desconhecido nos meios eruditos conimbricenses. Na verdade, a sua biografia fora resgatada em linhas muito sumárias no velho "Dicionário de Inocêncio", por Teófilo Braga na "História da Literatura Portuguesa", e pelo antigo guitarrista Dr. Francisco da Silveira Morais, em "Estudantes da Universidade de Coimbra nascidos no Brasil", Suplemento da Revista BRASÍLIA, Volume IV, Coimbra, 1949. Uma súmula biográfica de Barbosa veio publicada na revista RUA LARGA, Nº 33, Coimbra, 25 de de Novembro de 1959. Nestes textos se referem dados como o nascimento deste antigo estudante mulato no Rio de Janeiro, as matrículas na UC entre "1763-1767" (sic), a sua faceta de poeta, o seu trabalho como Capelão da Casa da Suplicação e o falecimento em Lisboa, a 9 de Novembro de 1800.
Tinhorão indica, como data mais provável para o nascimento de Caldas Barbosa o ano de 1740, na cidade do Rio de Janeiro (e não 1738). O filho de António de Caldas Barbosa e de Antónia de Jesus frequentou o Colégio dos Jesuitas do Rio e participou numa expedição militar à Colónia do Sacramento em 1761. Em inícios de Outubro de 1763 veio frequentar a aula de Instituta, com vista à sua inscrição na Faculdade de Leis da UC. Em 1764-65 matriculou-se em Leis, sempre com irregularríssima assiduidade. Barbosa radicou-se em Lisboa a partir de 1768. Em 1779 foi sagrado padre, após o que recebeu nomeação para o cargo de Capelão da Casa da Suplicação. Contrariando as conclusões de Manuel Morais, Prof. de Música na Universidade de Évora (nomeadamente "Muzica escolhida da Viola de Lereno. 1799. Estudo introdutório e revisão de Manuel Morais", Lisboa, ESTAR, 2003), para o qual não há a menor prova de que O Lereno fosse o autor das músicas das modinhas e lunduns que interpretava, Tinhorão insiste fortemente nas versáteis facetas de Caldas Barbosa como cantor, tocador de viola de arame, poeta repentista e autor de peças de teatro.
Tinhorão acentua ainda o preconceito racial que em Lisboa rodeou Caldas Barbosa. Com efeito, este mulato, filho de pai português branco e de antiga escrava negra, não escapou a violentos e sanguinários ataques assinados por Bocage nos "Sonetos". Curiosamente, as entrelinhas dos sonetos acabam por revelar-se ricas em informações sobre o cantor e tocador Caldas Barbosa como figura aplaudida nos salões árcades de Lisboa.
Pena é que a publicação autografada por Tinhorão não traga em anexo alguns exemplos de partituras musicais relacionadas com o nome de Caldas Barbosa. Tendo em conta o percurso acidentado e nómada deste padre que foi soldado, poeta, estudante, tocador de viola, autor de textos teatrais, músico amador e consolador de almas, não podemos aceitar que Caldas Barbosa tenha passado por Coimbra sem exercer a sua arte. Assim repostas as coisas, Domingos Caldas Barbosa pode e deve ser lido como uma figura da Proto-Canção de Coimbra. Na falta de outras obras, ouçam-se "Triste Lereno" e a comovente e autobiográfica modinha com refrão "Quando eu não amava": CD "Segréis de Lisboa. Modinhas e lunduns dos séculos XVIII e XIX", Lisboa, Movieplay, MOV. 3-11042, ano de 1997, faixas 4 e 9. O facto de as partituras manuscritas não trazerem nos cabeçalhos explicitamente "música e letra de Domingos Caldas Barbosa" não configura em si mesmo um factor automático de exclusão autoral. "Muzica escolhida da viola do Lereno" já refere quanto baste que são obras de Lereno, ou seja, de Caldas Barbosa, sem que isto constitua prejuízo para as cautelas a haver com o manuseio das fontes.
Se pedíssemos a um grupo de CC para reconstituir "Quando eu não amava", o que diríamos dos resultados? Surpreendentes? Nem tanto, se relermos cuidadosamente Francisco Faria ("Fado de Coimbra ou Serenata Coimbrã?", Coimbra, 1980).
Imagem: capa da obra de José Ramos Tinhorão, "Domingos Caldas Barbosa. O poeta da viola, da modinha e do lundu (1740-1800), Lisboa, Caminho, 2004 (retrato trabalhado a partir de uma gravação de Laré, feita em 1851 sobre uma gravura que acompanhava a 1ª edição de "Viola do Lereno" de 1798).
AMNunes


Serenata evocando Augusto Hilário, na sua terra natal, Viseu, em 6-5-1964, cem anos e pouco, após o seu nascimento (7 de Janeiro de 1864). Coloco aqui este texto do Diário de Coimbra, da autoria de Vaz da Cunha, para completar o Post de António M Nunes, colocado ontem neste mesmo Blog. Desvanecem-se as dúvidas sobre quem actuou? Quando olho para a fotografia, não consigo ver José Mesquita e parece-me ver Adriano Correia de Oliveira! A esta distância no tempo, já não me pronuncio.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

MENINA DOS OLHOS TRISTES
(versão José Afonso: 1969)

Música: José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (1929-1987)
Letra: Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira (1922-1959)
Incipit: Menina dos Olhos Tristes
Origem: Algarve (Faro)
Data da 1ª versão: 1964
Data da versão defintiva: 1967-1968



Menina dos Olhos Tristes,
O que tanto a faz chorar?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Senhora de olhos cansados,
Porque a fatiga o tear?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Hum-Hum-Hum-Hum-Hum-Hum-Hum;
Hum-Hum-Hum-Hum-Hum-Hum-Hum;
*
Vamos, senhor pensativo,
Olhe o cachimbo a apagar,
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Anda bem triste um amigo,
Uma carta o fez chorar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Hum-Hum, etc.
*
A Lua que é viajante,
É que nos pode informar
- O soldadinho já volta
Do outro lado do mar.
*
O soldadinho já volta,
Está quase mesmo a chegar.
Vem numa caixa de pinho.
Desta vez o soldadinho
Nunca mais se faz ao mar.
*
Hum-Hum, etc.
*
Cantam-se as quadras duas a duas, como se fossem oitavas, sem qualquer repetição de versos ou de dísticos. Remata-se cada grupo com um trauteio (Hum-Hum) que serve de coro, a duas vozes. Segue-se o mesmo esquema no grupo final, com a 5ª estrofe (quadra) e a 6ª que é uma quintilha.
Informação Complementar:
Canção musical de tipo estrófico, ilustrativa do Movimento da Balada, em compasso 6/8 e tom de Mi Menor, de melodia muito sentimental, ilustrativa do choro dos mortos regressados das frentes de combate em Angola, Guiné e Moçambique durante a Guerra Colonial (1961-1974). A 6ª estrofe ("O soldadinho já volta") enforma mesmo de alguma morbidez na vocalização de José Afonso. O coro adquire uma coloração funérea, de tipo requiem. De acordo com as declarações prestadas por Rui Pato (17/01/2006), esta composição foi concebida por José Afonso tendo por motivo nuclear a contestação à Guerra Colonial iniciada em 1961. Daí o enorme sucesso colhido nas hostes anti-regime, seja na gravação Adriano de 1964, seja no registo José Afonso de 1969.
Adriano Correia de Oliveira ouviu a 1ª versão desta canção ao próprio José Afonso e pediu-lhe autorização para a gravar, tendo seguido nessa gravação de 1964 orientações facultadas pelo próprio autor.
Ao contário do que fomos inicialmente levados a pensar, a gravação Adriano, de 1964, não pode ser considerada uma variante feita por Adriano sobre uma qualquer matriz original. A versão Adriano de 1964 é , para todos os efeitos, a 1ª versão desta canção, tal qual a concebia o próprio José Afonso. Quando José Afonso regressou de Moçambique (Agosto de 1967) realizou uma revisão da versão primitiva, versão essa profusamente interpretada nos incontáveis espectáculos que realizou com Rui Pato até à respectiva fixação fonográfica de 1969.
José Afonso gravou esta canção pela primeira vez em 1969, com um notável arranjo e acompanhamento de Rui Pato na viola nylon: EP "Menina dos Olhos Tristes", Porto, Orfeu, STAT-803, ano de 1969. Remasterização no CD "José Afonso. De Capa e Batina", Lisboa, Movieplay JA 8000, ano de 1996, Faixa nº 9. O livreto transcreve o poema, mas não exactamente como José Afonso o canta. José Afonso segue uma dicção escorreita, apenas adulterando no 2º verso da 3ª quadra "Olhe" para "Ólhó".
Esta canção surge primeiramente fonografada por Adriano Correia de Oliveira, acompanhado na viola nylon por Rui Pato, em 1964. Em comparação com a versão definitiva de 1969, Adriano adopta uma sequência diferente nas estrofes, interpretando um trauteio diferente do adoptado por José Afonso em 1969. A 3ª copla aparece como se fosse a 2ª. Adriano gravou diversas obras ainda em gestação embrionária (de José Afonso e de Machado Soares), cujas versões ultimadas divergem das incursões de Adriano. Exemplificam estas situações peças como “Canção Vai e Vem” (cf. diferenças com “Balada da Esperança”), “Senhora Partem Tão tristes” (cf. registo de Fernando Gomes Alves em 1965), ou até mesmo adulterações de obras de autor como a “Canção dos Malmequeres” (de António Menano), vertida em “Balada do Estudante”. Como é sabido, José Afonso radicou-se em Moçambique nos finais de Setembro de 1964, e talvez por isso mesmo não chegou a gravar a canção de sua autoria, abrindo assim a porta à versão Adriano.
Transcrevemos seguidamente o texto cantado por Adriano Correia de Oliveira:
*
Menina dos olhos tristes,
O que tanto a faz chorar?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Hum-Hum-Hum; Hum-.Hum; Hum-Hum
*
Vamos, senhor pensativo,
Olhe o cachimbo a apagar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Hum-Hum, etc.
*
Senhora de olhos cansados
Porque a fatiga o tear?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Hum-Hum, etc.
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Anda bem triste um amigo,
Uma carta o fez chorar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.
*
Hum-Hum, etc.
*
A lua que é viajante,
É que nos pode informar.
- O soldadinho "já volta"
"Está quase mesmo a chegar".
*
Hum-Hum, etc.
*
"Vem numa caixa de pinho.
Do outro lado do mar.
- Desta vez o soldadinho
Nunca mais se faz ao mar".
*
Hum-Hum, etc.
*
Coteje-se a letra interpretada por Adriano com a transcrição presente em Mário Correia, "Adriano Correia de Oliveira. Vida e Obra", Coimbra, Centelha, 1987, pág. 103. Primeiro registo vinil presente no EP "Menina dos Olhos Tristes", Porto, Orfeu, EP-ATEP 6275, ano de 1964, com arranjo e acompanhamento de Rui Pato na viola de cordas de nylon. Fez-se outra edição no LP "Adriano Correia de Oliveira", LP-SB, ano de 1964; remasterização no duplo Lp vinil "Memória de Adriano Correia de Oliveira", Porto, Orfeu/Riso e Ritmo Discos, ano de 1982, Disco 1, Face B, faixa 5. Na referida reedição constam as autorias correctas mas omitem-se o ano da gravação e o instrumentista. Remasterização compact disc na antologia "Adriano. Obra Completa", Lisboa, Movieplay/Orfeu 35.003, ano de 1994 (CD "A Noite dos Poetas", Orfeu 35.010, 1994, faixa 1), cuja coordenação esteva a cargo de José Niza. Neste caso omite-se a data da primeira gravação, mas identifica-se Rui Pato como instrumentista e arranjista. São ainda conhecidas as seguintes remasterizações:
-CD “Clássicos da Renascença. Adriano Correia de Oliveira”, Lisboa, Movieplay, MOV 31. 028, ano de 2000, faixa nº 13;
-CD “Adriano. Vinte Anos de Canções (1960-1980)”, Lisboa, Movieplay, MOV 30. 441, ano de 2001, faixa nº 6.
Quanto ao autor da letra, Reinaldo Ferreira, ou melhor, Reinaldo Edgar de Azevedo e Silva Ferreira, nasceu em Barcelona a 20 de Março de 1922. Veio a falecer de cancro pulmonar em Lourenço Marques, Moçambique, em 30 de Junho de 1959. Era filho do famoso jornalista e romancista policial "Repórter X". Radicou-se em Lourenço Marques (Maputo) em 1941, cidade onde terminou os estudos liceais. Trabalhou como funcionário público e animador de programas radiofónicos na Rádio Clube de Moçambique. Adoeceu em 1958 e após tentativa infrutífera de tratamente na África do Sul, faleceu em 1959. Era de sua autoria o delicioso e muito conservador texto "Uma casa portuguesa", gravado em disco por Amália Rodrigues.
Autor de poemas belíssimos, a obra de Ferreira, "Poemas", foi editada em 1960 na cidade de Lourenço Marques, em 1962 na Portugália (com prefácio de José Régio) e em 1998 na Vega. Ignoramos em que data Ferreira compôs a sua linda e triste “Menina”, sendo de aceitar que tivesse por horizonte a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) mas nunca a Guerra Colonial que não chegou a conhecer. Também não sabemos quando, nem em que circunstâncias José Afonso acedeu ao poema. Pode ter conhecido uma versão em manuscrito ou de página de jornal nas suas idas a Moçambique em 1949 (Orfeon), 1956 (TAUC), 1958 (TAUC a Angola) e 1960 (Orfeon a Angola). O mais certo é que tenha adquirido a edição lisboeta de 1962, ligada ao nome de José Régio. A Guerra Colonial tinha rebentado no ano anterior em Luanda (04/02/1961) e estava na memória a Operação Dulcineia (assalto ao Santa Maria, 21/01/1961).
Esta canção de José Afonso não mereceu qualquer trabalho de regravação após 1974 junto das vozes juvenis e respectivas formações activas em Coimbra.Para saber mais sobre o poeta Reinaldo Ferreira consulte http://alfarrabio.di.uminho.pt.reinaldo/.
Transcrição musical: Octávio Sérgio (2005)
Texto: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes
Agradecimentos: Dr. Rui Pato
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Nota: a 1ª edição on line de “Menina dos Olhos Tristes” foi editada no blog “guitarradecoimbra” em 14 de Setembro de 2005. Pareceu-nos oportuno fazer uma 2ª edição revista e actualizada, com a respectiva memória em co-autoria (Anjos de Carvalho/António M. Nunes), contando com o apoio e os esclarecimentos do Dr. Rui Pato. Trata-se, para todos os efeitos, de uma 2ª edição, agora integrada nas celebrações do 19 aniversário do falecimento do autor. Posted by Picasa


Cartaz de animação cultural da antiga FNAT de Coimbra (hoje INATEL), datado de 1970, através do qual se pode constatar que a CC era presença assídua nos serões recreativos dos trabalhadores da Beira Litoral. Destaque para o nome de Victor Nunes e apresentações de Sansão Coelho.
Foto e texto de António M Nunes Posted by Picasa



Guitarrilha de tipo Lisboa em voga entre finais do século XIX e a 1ª vintena de anos do século XX. Instrumento proveniente da oficina de Augusto Vieira, Lisboa, restaurada na década de 1930 por Raul Simões. Foi ofertada pelo guitarrista Abílio Ribeiro de Moura a Mariberta Carvalhal, irmã de António Carvalhal. Apresenta voluta em forma de cabeça de cão, braço em choupo, escala de 17 pontos em pau santo, chapa de leque, com cordões no tampo superior e ornatos de madepérola na boca (44 cms de corda vibrante, tampo com 31 cms, boca com 7 cms e ilhargas entre 6 cms e 6,8 cms). Instrumento estudado, medido e fotografado na Oficina de Fernando Meireles em 15/02/2002.
Foto e texto de António M NunesPosted by Picasa


Serenata a Hylario (Viseu, 1964) Posted by Picasa
(uma prenda para o esquecido Octávio Sérgio refrescar a memória)
Em reunião de 1/05/1964, a Câmara Municipal de Viseu deliberou apoiar uma sessão de homenagem a Augusto Hilário promovida pelos estudantes viseenses da UC. Os actos comemorativos tiveram lugar no dia 6/05/1964 e incluiram: sessão de boas vindas nos Paços do Concelho; cortejo até ao cemitério; aposição de duas lápides no túmulo de Hilário; colocação de uma lápide no prédio onde Hilário nasceu; jantar de confraternização no Restaurante Bocage e Serenata às 22.30h na Praça Dom Duarte.
A formação era constituída por estudantes da UC oriundos de Viseu. De acordo com Octávio Sérgio, presente na foto e a tocar guitarra, são ainda reconhecíveis: Costa Reis (v), Gabriel Ferreira (g), os cantores Osvaldo Peliz (com óculos escuros) e Mário Sacadura (de bigode) que teve grupo com os irmãos Plácidos. Pensa ainda que o cantor em acção na foto é o Adriano Correia de Oliveira.
Imagem: fotografias extraídas da obra "Augusto Hilário. A alma do fado coimbrão", Viseu, Edição da CMV, 1989, pág. 31.
AMNunes


Brochura sobre Hylario Posted by Picasa
Pequena brochura de João Inês Vaz e Júlio Cruz, "Augusto Hilário. A alma do fado coimbrão. Breves apontamentos", Viseu, Edição da Câmara Municipal de Viseu, Janeiro de 1989. A obra foi publicada na sequência da deliberação tomada pela Câmara de Viseu na sua reunião de 28/11/1988 com vista às comemorações do 125º aniversário de Augusto Hilário. Pode considerar-se um pequeno catálogo ilustrado, contendo fotografias, certidões e outros documentos.
AMNunes


Biografia de Fausto José Posted by Picasa
Biografia ilustrada do Dr. Fausto José dos Santos Júnior, antigo estudante de Direito na UC, membro do Orfeon Elias de Aguiar, poeta, advogado, Conservador do Registo Civil de Porto Santo (1938-1939), Presidente da Câmara Municipal de Armamar(1940-1951), Conservador do Registo Civil de Tarouca (1951-1964) e Conservador do Registo Civil de Peso da Régua (1964-1971).
Fausto José nasceu oficialmente a 18/03/1903 (na realidade foi no dia 13, com registo a 18) em Aldeia de Cima, Armamar. Estudou no Liceu de Lamego (1914-1917), tendo concluído a preparação secundária no Liceu Rodrigues de Freitas, do Porto (1917-1920). Ainda em 1920 matriculou-se em Direito na UC, instituição que frequentou até à conclusão do curso em 1928. Como poeta colaborou nas revistas conimbricenses "Bysancio" (1923), "Tríptico" (1924) e Presença (1927). Amigo de Edmundo Bettencourt, deu-lhe a cantar o belo soneto NO CALVÁRIO (música de D. José Pais), depois gravado por Luiz Goes. Viria a falecer na sua terra natal em 23/09/1975.
A presente biografia ilustrada e assinada pela pena de César de Carvalho inscreve-se nas comemorações do 1º centenário do nascimento do poeta promovidas pela Câmara Municipal de Armamar em 2003, a que se juntaram a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra no Porto e a Casa da Beira Alta no Porto.
Trata-se de uma obra de interesse para o conhecimento da vida e obra de Fausto José, sendo de lamentar a fraca qualidade das fotografias e imagens nela reproduzidas.
O livro de César Luís de Carvalho, "Fausto José. Poeta de Portugal", Armamar, Edição da Câmara Municipal de Armamar, 2003, pode ser adquirido directamente junto do editor ou da Dra. Maria Fernanda Braga da Cruz, da AAECoimbra no Porto e Presidente da Casa da Beira Alta, Porto, Rua de Santa Catarina, nº 147, 1º (telefone 22.2052838). Além da biografia mencionada, encontra-se disponível em 2 tomos antológicos a produção poética de Fausto José.
Agradecimentos: Dra. Maria Fernanda Braga da Cruz
AMNunes

quarta-feira, janeiro 18, 2006


Verso do EP Toada Coimbrã (1990) Posted by Picasa

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