sexta-feira, maio 13, 2005

História da Queima das Fitas
(Diário de Coimbra)

A queima das Fitas tem as suas origens na década de 50 do século XIX, podendo já encontrar-se nas celebrações estudantis da época muito do que hoje temos por instituído: estudantes quartanistas, um cortejo da Porta Férrea ao Largo da Feira, e a queima simbólica das fitas “numa pequena cova no chão onde ardia um pequeno fogo”, segundo Eduardo Proença-Mamede.
Entre 1880 e 1898 celebraram-se os Centenários, marcados pela realização de um cortejo, de um sarau e de touradas, bem como pelo fogo de artifício. Mas foi em 1899 que as comemorações adquiriram o seu lado de crítica social e cultural: o Centenário da Sebenta (assim chamado por ter por base as Sebentas dos professores), que procurava ridicularizar os Centenários anteriores, surgiu nesse ano, através de cortejos alegóricos e de um sarau.
Já no novo século, estruturam-se os primeiros programas de festas ligadas à Queima das Fitas: em 1901, “os estudantes do IV ano jurídico organizaram um cortejo com cerca de 20 carros motorizados e a cavalo, enfeitados com flores e festões de murta”; em 1903, realizaram-se duas queimas das fitas (quartanistas de direito e de medicina); em 1905 decorrem as comemorações do “Enterro do Grau”, em que, pela primeira vez, as celebrações da Queima aparecem ligadas à comunidade coimbrã.
A 27 de Maio de 1913, a polícia decide controlar a latada; desse ano salienta-se o episódio do boné, roubado por um estudante a um tenente da guarda; o espírito da Academia encarregou-se do resto, e o “olha o boné!” tornou-se mote.
A conjuntura política e social não passava ao lado da Queima das Fitas, tendo motivado alguns interregnos até 1919. Foi exactamente neste ano que a estrutura das celebrações se aproximou em definitivo da actual: todas as faculdades participam no Cortejo dos quartanistas; o dia passa a ser feriado académico, não havendo praxe; a Queima torna-se o momento da “subida de grau” na hierarquia praxística.
A partir dessa data, foram sendo adicionados os outros eventos que hoje conhecemos: a Garraiada (1929/1930); a Venda da Pasta (1932); o Baile de Gala das Faculdades (1933).
Mais uma vez, a situação política, desta feita nacional, repercutiu-se na Queima das Fitas: a 22 de Abril de 1969 é decretado o luto académico, tendo-se este período caracterizado pela greve às aulas e pelo debate exaustivo dos problemas das faculdades e da Universidade; o descontentamento reflecte-se no cancelamento das festividades: “O Conselho de Veteranos decretou o luto, com capa e batina fechada e proibição do uso de insígnias, e a Reunião Geral de Grelados deliberou o cancelamento da Queima das Fitas”.
Em 1972 alguns estudantes tentam realizar festejos comemorativos – houve selo e cartaz, mas não cortejo.
A Queima só regressaria em 1980, motivada pela significativa adesão que a “Semana Académica” do ano anterior tinha tido. A organização passava então “por uma comissão central constituída por um comissário de cada faculdade que superintendiam e coordenavam todo o trabalho de organização da Queima das Fitas”.


Grupo "Capas Negras". António José Moreira à guitarra, Nuno Encarnação à viola, e de pé, da esquerda para a direita, Luís Alvelos e Eduardo Filipe.
Os currículos que se seguem, foram tirados da sua página, que se encontra referenciada nos links deste Blog. Posted by Hello

Biografia de Eduardo Filipe

Eduardo Jaime Neto Filipe, nasceu no Seixal em 1968, tendo concluído os estudos secundários no Liceu Barbosa du Bocage em Setúbal.
Ingressou na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra onde se licenciou em Engenharia Civil, no ano de 1997. Conclui também em Coimbra uma Pós - Graduação em Conservação e Reabilitação de Edifícios no ano de 2001.
Durante o seu percurso Académico, ingressou nas escolas de Fado de Coimbra na Associação Académica de Coimbra, onde frequentou aulas de canto nos anos de 1989 e 1990.
Fundou o Grupo de Fados de Coimbra "Alma Matter" no início do ano de 1990, tendo este grupo sido o representante oficial da Secção de Fado durante a década de 90.
Em 1993 transita para os Capas Negras onde iniciou uma nova fase do seu percurso na Canção de Coimbra.
É hoje reconhecido com uma das melhores vozes de Fado de Coimbra, tendo particular atracção para temas de Luiz Goes.

Biografia de Luís Alvelos

Luís Alvelos, nasceu em Viseu, em Fevereiro de 1966.
Inicia aos 10 anos a aprendizagem de música, em aulas particulares, tendo desenvolvido no bandolim, o gosto pela música.
Aos 15 anos inicia a sua participação em grupos musicais. A música popular Portuguesa e a música Brasileira fazem parte da sua "cultura" musical neste período. É nesta altura que começa a frequentar as suas primeiras aulas de canto com professores particulares.
Em 1988 ingressa na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra na Licenciatura em Engenharia Electrotécnica, que viria a concluir mais tarde.
E logo passado um mês de estar em Coimbra, em Janeiro de 1989, Integra um grupo de Fado de Coimbra. Um ano e meio depois de iniciar a sua carreira como cantor de Fado e Canção de Coimbra, desenvolve todas as suas capacidades vocais, o que o levou a ser considerado uma das três melhores vozes da década de '90, orientando-se sobretudo para temas dito clássicos. É nesta altura que integra o "Grupo de Fados Capas Negras".
É ainda com este grupo que faz apresentações pelo país e por todo o mundo e grava temas de sua autoria em dois CD's de Fado de Coimbra. Apresenta a sua Balada de Despedida ao completar a Licenciatura em Engenharia Electrotécnica, como é tradição na academia de Coimbra


Grupo "Capas Negras". António José Moreira, guitarra; Nuno Encarnação, viola; A cantar: Luís Alvelos (em cima) e Eduardo Filipe. Posted by Hello

Biografia de Nuno Encarnação

Nuno Encarnação nasceu a 24 de Dezembro de 1972 em Coimbra, onde se licenciou em Engenharia Electrotécnica no ramo de Informática pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Enveredou durante um ano pela guitarra portuguesa quando tinha sete anos de idade.
Mais tarde começou a tocar viola quando tinha quinze anos de idade e pouco tempo depois e ainda no liceu José Falcão (onde estudou), formou um grupo de Fados de Coimbra.
Em Março de 1992 integra o Grupo de Fados Capas Negras.Tem feito várias digressões pelo mundo quer pelos Capas Negras bem como músico convidado por outros grupos de Fado de Coimbra.
Ao longo do seu vasto currículo como músico acompanhou grandes nomes como os de António Portugal, António Bernardino e Luiz Goes.
Esteve ligado à secção de Fado entre 1990 e 1992.
Participou em inúmeros programas televisivos e em várias entrevistas sobre Fado de Coimbra. É autor de vários artigos de opinião sobre o Fado de Coimbra em alguns Jornais diários e algumas publicações.

Biografia de António José Moreira

António José Moreira nasceu em Coimbra, em 16 de Junho de 1967, e licenciou-se em Física, pela Universidade de Coimbra em 1993.
Com 6 anos iniciou a aprendizagem da guitarra tendo Jorge Gomes como seu Mestre. Passa por duas escolas ACM e Chiado e toca pela primeira vez na Sé Velha, em Maio de 1979, com 11 anos, na serenata integrada no IIº Seminário de Fado de Coimbra.
Em 29 de Maio de 1982, no Palácio de São Marcos, com 14 anos, integra pela primeira vez, o Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra, no qual se manterá como primeiro guitarra até 1990, com o qual grava um disco de originais, intitulado Canções d´Aqui (1989) colaborando, igualmente, no disco Baladas da Despedida - Anos 80 (1990).
No ano de 1988, funda o Grupo Capas Negras.
É a partir desta fase que volta a compor e gravar temas inéditos, participando assim em três CDs com os Capas Negras.
É convidado com frequência para acompanhar o Grupo dos Antigos Orfeonistas de Coimbra em várias deslocações ao estrangeiro.
Grava pelos Capas Negras inúmeros programas de televisão para estações nacionais e estrangeiras.Tem uma forma única de tocar guitarra de Coimbra, dada a sua espontaneidade e genialidade.
É por muitos considerado um dos melhores guitarristas de Coimbra de todos os tempos.

quinta-feira, maio 12, 2005

Registos fonográficos de Lucas Rodrigues Junot (1902-1968)

Por António Manuel Nunes

Os registos fonográficos efectuados pelo cantor e guitarrista Lucas Junot decorreram em Londres, nos estúdios Columbia, no mês de Maio de 1927. O cantor deslocou-se propositadamente a Londres de barco, acompanhado por Abel Negrão (aclamado executante de violão com cordas de aço do Fado de Lisboa). Além de ter vocalizado os temas, Junot executou a guitarra de acompanhamento, instrumento que aprendera a dedilhar rudimentarmente com o seu amigo Francisco da Silveira Morais.

Inventário

Referência: Columbia 8101-WP189
(Columbia 5016-B-WP 189, edição brasileira)
(Columbia 1035-X-WP 189, edição norte americana)
Título: Triste (fado)
Incipit: Ai daqueles que só amam
Música: Fortunato Roma da Fonseca
Letra: 1ª quadra de autor desconhecido; 2ª quadra de João Silva Tavares
Data: circa 1915-1920

Ai daqueles que só amam
Ou são ceguinhos na estrada
Mas pior os que não amam
E não são cegos nem nada.

Da miséria e da desgraça
Não te rias, meu amor:
O pobrezinho que passa
Pode ser Nosso Senhor.

O primeiro registo fonográfico conhecido remonta a 1926, numa vocalização protagonizada pelo estudante de Direito António Batoque (78 rotações Columbia). Batoque segue uma interpretação menos afadistada do que a de Junot, convocando duas quadras do poeta Júlio Brandão mais tarde apropriadas ad libitum por Florêncio de Carvalho no seu “Vento não batas à porta”:

Vento não batas à porta
Que ela julga que sou eu
É uma quimera morta
Não chames por quem morreu.

Ó vento, não metas medo
Ao que aí está p’ra morrer
Não arranques um segredo
A quem não quere viver.

Este tema também foi gravado por José Paradela de Oliveira em 1927, nas matrizes His Master’s Voice EQ 82 e His Master’s Voice Victor 81460/master 7-62175. Porém, Paradela de Oliveira interpreta uma letra totalmente diferente da adoptada por Lucas Junot:

Assim chego a teus pés
Curada da dor levada
Como já chegaste aos meus
Sem alma e asas, sem nada.

A luz desse olhar tristonho
Que ninguém tem, faz lembrar
Essa luz feita de sonho
Que a Lua deita no mar.

Canção musical estrófica, assente em duas quadrinhas de sete pés (redondilha maior), de pendor tristonho e afadistado, cuja letra se aproxima dos temas à época glosados no Fado de Lisboa. Não existem informações disponíveis sobre o autor da música, bastante conhecido graças ao título Fado de Santa Cruz. Trata-se de um fado em modo menor, de claras reminiscências lisboetas, no estilo dos fadinhos lamentosos divulgados a nível regional pelos ceguinhos de feira.

Referência: Columbia 8101-WP192
(Columbia 5016-B-WP 192, edição brasileira)
(Columbia 1035-X-WP 192, edição norte americana)
Título: Vira de Coimbra (vira)
Incipit: Coimbra p’ra ser Coimbra
Música: popular
Letra: popular
Data: anterior ao século XVIII

Coimbra, p’ra ser Coimbra
Três coisas há-de contar
Guitarras, tricanas lindas
E um estudante a cantar.

Ó Portugal trovador
Ó Portugal das cantigas
Tuas canções têm a cor
Da boca das raparigas.

Ó Portugal que mais queres
Que mais podes desejar,
Quem tem tão lindas mulheres
O teu fado, o teu luar?

Dizem que amor de estudante
Não dura mais que uma hora
Só o meu é tão velhinho
E inda não se foi embora.

Moda coreográfica tradicional de Coimbra, ocorrendo na cidade e povoados circundantes com variações sobre o mesmo padrão melódico. Trata-se de um descante em compasso 3/8 e modo maior, alegre e vivaz, forçadamente incorporado na Canção de Coimbra, quando o seu lugar por excelência é a Música Tradicional de Coimbra. Nos séculos XVIII e XIX era frequentemente cantado, com quadras livres, pelos estudantes em convívios informais, tabernas e bordeis. O Vira de Coimbra mereceu ao guitarrista Reinaldo Varela uma “variação” instrumental, indicando o autor num dos seus métodos de guitarra a respectiva tablatura. A quadra Ó Portugal que mais queres foi adaptada em Coimbra a partir da Canção do Ribatejo, anterior a 1917. Esta variante académica do Vira de Coimbra seria regravada por José Afonso, Fernando Machado Soares, José Mesquita e José Miguel Baptista, intérpretes que não cantam as mesmas quadras do repertório Junot, ou quando as cantam, as mesmas apresentam variantes/adulterações por via da transmissão oral.

Referência: Columbia 8102-WP193
Título original: Fado Maria (serenata)
Incipit: Fecha os olhos de mansinho
Título vulgarizado: Fado Manassés
Título adoptado: Um Fado de Coimbra
Música: Manassés de Lacerda Botelho
Letra: 1ª quadra de autor desconhecido; 2ª quadra de Vicente Arnoso
Data: cerca de 1902-1904

Fecha os olhos de mansinho
(Ai2) Não os abras para ver
Que a vida de olhos fechados
(Ai2) Custa menos a viver.

Os teus olhos são tão lindos (original de 1907: O teu olhar é tão doce)
(Ai2) Que me lembram não sei bem
Se a mãe de Nosso Senhor
(Ai2) Se a minha mãe que Deus tem.

Serenata dos inícios do século XX, em modo maior. A letra original, e que consta da respectiva partitura, era bem mais extensa. Precise-se que nem Lucas Junot, nem António Menano, gravaram a letra original do Fado Maria. O autor da melodia, Manassés de Lacerda Botelho (1885-1962), estudou no Liceu de Coimbra entre 1901 e 1904, tendo feito parte da Tuna Académica. Residindo no Porto, gravou entre o 2º semestre de 1906 e 1907 inúmeros discos de 78 rotações para a Companhia Francesa de Gramophone e para a Beka-Grand-Record. A primeira matriz sonora do Fado Maria foi gravada pelo tenor Manassés de Lacerda no disco Gramophone 52063. Esta letra é, com diminutas alterações, a mesma que na segunda metade da década de 1950 Fernando Machado Soares incorporou no conhecido Fado do Estudante (gravado em 1957 por Luís Goes). A 2ª quadra acha-se publicada por Vicente Arnoso em Cantigas para as raparigas de Coimbra, Coimbra, Lytographia e Typographia Corrêa Cardoso, 1907. Vicente Arnoso, na obra Cantigas... leva-as o vento, Porto, 1916, pág. 82, modificou o primeiro verso para “Os teus olhos são tão lindos”. Com esta variante também aparece na Cantiga da Beira, da autoria do músico e amigo de Arnoso, Alberto Sarti (edição Sassetti).

Referência: Columbia 8102-WP195
Título: Fado de Santa Clara (serenata)
Incipit: Eu ouvi, de Santa Clara
Música: Francisco Paulo Menano
Letra: Lucas Rodrigues Junot
Data: cerca 1923

Eu ouvi, de Santa Clara,
Lamentos de alguém que chora; (canta “Gemidos”)
(Ai1)Era a Rainha pedindo
(Ai2) Por mim a Nossa Senhora.

Com pena, Nossa Senhora,
Chorando, pediu-me, um dia,
(Ai1)Que não chorasse, cantando,
(Ai2) Que aos anjos entristecia. (canta “os”)

São simples estes teus versos,
Que os anjos entristecia.
Fazes deles os seus terços,
À noite, quando ao deitar.

Canção musical estrófica em compasso quaternário e modo maior, posteriormente regravada nas vozes de João Barros Madeira e Manuel Duarte Branquinho. Lucas Junot apenas gravou as duas primeiras quadras. O texto original completo vem publicado em Lucas Junot, Cantos Outonais (poesias)/ Edição Póstuma, Santos, 1977, pág. 72. Tema também gravado por José Paradela de Oliveira em Maio de 1927, Lisboa, acompanhado por Francisco da Silveira Morais (g) e António Dias (v), no disco His Master’s Voice EQ 174. O registo de Barros Madeira, comercializado em 1962, encontra-se no EPF Discos Rapsódia 5.187, Porto, com adulteração da 2ª quadra e atribuição errada a António Menano. A vocalização protagonizada por Barros Madeira é notável, com a parte instrumental a cargo de António Portugal e António Pinho Brojo (guitarras), e Jorge Moutinho (viola de cordas de nylon). No ano de 1961, Barros Madeira acompanhou o Orfeon em digressão aos EUA tendo obtido retumbante aplauso com Fado de Santa Clara. A versão Barros Madeira reaparece na colectânea LP Rapsódia LDF 006/Coimbra Serenade, sem indicação de data. Também reeditado no CD Coimbra Serenade/Edisco ECD 5, e no CD Fado de Coimbra/nº 2/Ediclube/1999.

Referência: Columbia 8103-WP190
Título: Fado Sepúlveda
Incipit: Dizem que amar é viver
Música original: Júlio César Afonso Sepúlveda
Versão musical coimbrã: autor desconhecido
Letra: 1ª quadra de Carlos Amaro e João Lúcio Pousão Ferreira; 2ª quadra popular
Data do original: cerca de 1899/1900
Data da adaptação coimbrã: cerca de 1910-1915

Dizem que amar é viver (original: Dizem que amar é morrer)
Mas mesmo morte que fosse (original: E mesmo morte que fosse)
Que m’ importava morrer (original: Se acaso amar é tão doce)
Pois que o amar é tão doce (original: Quem me dera a mim morrer)

Se os meus olhos t’ incomodam
Quando estão à tua frente
Eu prometo arrancá-los
Para te amar cegamente.

Fado de origem lisboeta, localmente aclimatado com encurtamento da linha melódica, vertida em modo maior, correspondente à primeira parte da versão original.
A 1ª quadra veio publicada na revista Illustração Portugueza, Volume III, de 22 de Julho de 1907, página 130, embora seja anterior a esta data (cerca de 1902-1903). A versão adoptada por Lucas Junot constitui um estropiamento do original. A 2ª quadra faz parte do folclore de Ançã, Concelho de Cantanhede, integrando a letra da moda popular Penteei o Meu Cabelo. Ali canta-se da seguinte forma: Se os meus olhos te incomodam/Quando estão na minha frente/Ai, ai, ai, eu consigo arrancá-los/Ai, ai, ai, e amar-te cegamente (Cf. CD Do Terreiro à Fonte, Grupo Típico de Ançã, AGT 00500, 2000, moda nº 9). Além de Ançã, a 2ª quadra, com ou sem variantes literárias, foi detectada nos cancioneiros populares do Algarve, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Ovelha do Marão e Oliveira do Bairro.
A única regravação conhecida deste espécime foi protagonizada pelo cantor Alfredo da Glória Correia, na antologia Tempos de Coimbra/Oito Décadas no Canto e na Guitarra (1984), produzida pelo grupo de António Portugal/António Brojo, cumprindo assinalar que Alfredo Correia não respeita a versão literária seleccionada por Lucas Junot.

Referência: Columbia 8103-WP193
Título: Fado dos Passarinhos (canção)
Incipit: Passarinho da Ribeira
Música: António Paulo Menano
Letra: 1ª quadra de autor desconhecido; 2ª quadra de António Correia de Oliveira; 3ª quadra de autor desconhecido
Data: 1918

Passarinho da ribeira,
Se não és meu inimigo,
Empresta-me as tuas asas,
Deixa-me ir voar contigo.

Coração és como um sino
Na igreja do sentimento
Ora bates de tristeza
Ora de contentamento.

Ao longe, cortando o espaço,
Vai um bando de andorinhas...
Que te leva um abraço
E muitas saudades minhas.

Anteriormente aos registos fonográficos de António Menano (Paris, 1927) e Lucas Junot (Londres, 1927), Fado dos Passarinhos conheceu 12 edições em partitura, com a chancela do Salão Mozart (Lisboa), também comercializadas no Brasil.
Na partitura, dedicada “ao muito amigo Marcos Pinto Basto” António Menano é apontado como autor da música. Mas será efectivamente António Menano o autor desta melodia? A dúvida é pertinente, dado que em 1912 a Litografia e Tipografia Correia Cardoso, sediada na Rua Cândido dos Reis, nº 15, Coimbra, editou Fado dos Passarinhos em bilhetes postais, custando cada um 20 réis.
Não tendo localizado em arquivo exemplares da edição de 1912, cremos que o espécime de 1912 é diferente do de 1918. António Menano não foi propriamente uma figura modelar no que toca a indicação rigorosa de autorias. Sabe-se que se apropriou de peças de Alexandre Rezende e de seus irmãos Francisco e Horácio Menano. Quando se trata de partituras comerciais de autor diverso, mas cantadas por António Menano, a referência habitual é “por António Menano”. Quando a música é efectivamente de António Menano, a referência é “de António Menano”.
A autoria da 1ª e 3ª quadras é igualmente desconhecida, pese embora o facto de a 1ª quadra ter sido detectada na Ilha das Flores pelo poeta e recolector Armando Cortes Rodrigues (in Cancioneiro Geral dos Açores), e ainda em Castro Marim (Cf. Cancioneiro Popular do Algarve). António Menano na sua gravação omitiu a 2ª quadra.


Referência: Columbia 8104-WP194
Título: Fado Rezende
Incipit: Ao morrer os olhos dizem
Música: Alexandre Rezende
Letra: Manuel Fernandes Laranjeira
Data: cerca 1912

Ao morrer, os olhos dizem:
Pára, Morte e s’ pera aí... (original: Sempre o mesmo: - Espera ahi!)
Vida, não vás tão depressa,
Que eu ainda te não vivi. (original: Que ainda não te vivi)

E a Vida vai, e a Morte, (original: E a Vida passa, e a Morte)
É que responde em vez dela:
Mas que culpa tem a vida
De que não saibam vivê-la? (original: De não saberem vivê-la?)

A composição de árias autobiográficas (celebrativas de guitarristas e cantores) é uma moda importada do Fado de Lisboa, com radicações no mito da Severa (vide Fado da Severa). Localmente foi cultivada por Augusto Hilário, Manassés de Lacerda e Alexandre Rezende. A vaga dos “fados” autobiográficos em Coimbra ocorreu no Período Ultra-Romântico (circa 1890-1930), justamente aquele que, pelo teor das práticas estéticas e representações mentais dos seus agentes, menos se distancia do Fado de Lisboa.
José Paradela de Oliveira também gravou este mesmo tema, alterando o título para Fado da Vida (fonograma His Master’s Voice EQ 85, master 7-6271, ano de 1927), com letra praticamente idêntica. Levantam-se dúvidas quanto à autoria da letra. Segundo declarações prestadas pelo filho de Rezende a Divaldo de Freitas, o autor da letra seria o próprio Alexandre Rezende (Cf. Divaldo de Freitas, Emudecem rouxinóis do Mondego, São Paulo, Editora Comercial Safady, 1972, pág. 29). Porém, o verdadeiro autor do poema cantado de forma estropiada por Lucas Junot, e erroneamente atribuído ao engenho de Alexandre Rezende, é Manuel Fernandes Laranjeiro. Manuel Laranjeiro nasceu em Vergada, Concelho de Santa Maria da Feira, a 17 de Setembro de 1877 e suicidou-se em Espinho no dia 12 de Novembro de 1912. Que conste, não estudou em Coimbra. Fez estudos superiores no Porto, tendo terminado o curso de Medicina na Escola Médico Cirúrgica em 1904, com a dissertação A doença da santidade. Ensaio psicopatológico sobre o misticismo de forma religiosa. Poeta, autor de peças de teatro, as suas crenças e produção cultural reflectem o decandentismo pessimista e o tédio existencial comum a muitos intelectuais portugueses amadurados na transição do século XIX para o século XX. A sífilis incurável ter-lhe-á apressado o fim. As duas quadras em epígrafe constam de O último diálogo.

Referência: Columbia 8104-WP 196
Título: Fado Corrido de Coimbra (fado-corrido)
Incipit: Coimbra, rio Mondego
Música: autor desconhecido
Letra: 1ª quadra popular; 2ª quadra de Augusto Hilário; 3ª quadra popular
Data: inícios do século XX

Coimbra, rio Mondego
Choupos, sinos ao luar
Santa Isabel deu-te rosas
E saudades a adejar.

A minha capa velhinha
É da cor da noite escura (original: Tem a cor da noite escura)
Quero ir nela amortalhado (original: Não a quero por mortalha)
Quando for p’rá sepultura.

Hei-de perguntar um dia
Ao vento o que diz às flores
Para saber se é só uma
Esta linguagem d’amores.

O fado corrido, que não se dilui nem confunde com as tradicionais desgarradas ou desafios populares, configura uma das estruturas padronizadas do núcleo duro do fado castiço de Lisboa (a par do Menor e do Mouraria). Detectado episodicamente em Coimbra, o fado corrido é algo de exógeno e de contingente à identidade da Canção de Coimbra. A tentativa de emprestar ao presente espécime o etno-estilo vocal coimbrão não consegue disfarçar-lhe as raízes lisboetas. Tal qual foi gravado por Lucas Junot, Fado Corrido de Coimbra é uma peça concebida em compasso quaternário e tom de Si Bemol Maior, com acompanhamento harpejado. Porventura sucedâneo dos primitivos fados coreográficos, o corrido obedece a um padrão fixo que apenas autoriza “estilizações” consoante a personalidade do cantor. Ora, na Canção de Coimbra não existem subgéneros fixos, mas tão somente tendências. Por conseguinte o corrido não só não está na origem da Canção de Coimbra como também não pertence à sua multímoda estrutura musical.


Fado Corrido de Coimbra voltou a fazer época na década de 1960, nas vozes de Casimiro Ferreira e António Bernardino. O registo de Casimiro Ferreira, da primeira metade de sessenta, foi editado no EPF 5.084 Rapsódia, com o título Fado Corrido de Coimbra. Asseguraram a parte instrumental António Portugal e Eduardo Melo (guitarras), Manuel Pepe e Paulo Alão (violas de cordas de nylon). Neste 45 rotações, a autoria da música vinha expressamente indicada “António Portugal/Popular”, o que não deixa de constituir erro, pois António Portugal não poderia ser autor de uma peça largamente anterior ao nascimento daquele guitarrista. António Portugal foi, isso sim, autor do arranjo instrumental de guitarra que acompanha a gravação de Casimiro Ferreira, proposta aliás esteticamente discutível, uma vez que fere o padrão de acompanhamento primitivo. Explicitando, o Corrido obedece a um padrão rítmico e um esquema harmónico fixos, com um padrão de acompanhamento igualmente fixo que consiste na repetição de um breve motivo melódico.
A interpretação de António Bernardino consta do EP Fado Corrido de Coimbra, OFIR AM 4.101, Porto, 1967 (guitarras de Nuno Guimarães/Manuel Borralho; violas de Jorge Rino/Rui Borralho). Traz a indicação genérica de “popular” para a música e letra, o que não é correcto, acrescida da nota “arranjo de Rui Pato”. A terceira quadra vocalizada por Bernardino (Coimbra, terra de encantos) é da autoria de Armando Cortes Rodrigues. Fonograma reditado no CD Fados e Baladas de Coimbra/Recordando Nuno Guimarães, OFIR DAS-CD-401, Porto, 1997. Com duração de três minutos e cinco segundos, o registo concretizado pelo barítono José Miguel Baptista constitui a faixa nº 1 do LP Portugal: Fados from Coimbra (Holanda, Philips, 1965), com Eduardo de Melo, Ernesto de Melo e Durval Moreirinhas. Na ficha técnica figura indicação singela de “popular”.
Com o título simples de Fado Corrido ocorre no LP POLYGRAM/Fhilips 830 371-1, editado em 1986 por Fernando Machado Soares (Coimbra tem mais encanto), estando a parte instrumental a cargo do guitarrista do Fado de Lisboa José Fontes Rocha e Durval Moreirinhas (viola).
A versão literária coimbrã tem sofrido alterações, facto compreensível, numa peça com natureza de descante, em que as quadras podem ser improvisadas no momento ou cantadas à desgarrada entre dois e mais cantores. Uma quadra que se veio a tradicionalizar neste fado, pela década de 1950, foi justamente Coimbra terra d’encantos, da autoria do poeta açoriano Armando Cortes Rodrigues.

A estética de Lucas Junot

Nascido no Brasil, filho de emigrantes, Lucas Junot foi em Coimbra uma voz de “exílio” que se aclimatou (1914-1927). Discípulo do guitarrista Francisco da Silveira Morais, Junot fez a sua iniciação na guitarra toeira de 17 trastos um pouco antes de 1920, ainda com uso da afinação natural. A sua técnica, de digitação rudimentar, nunca foi além do virtuosismo de sol-e-dó, radicando no emprego de acordes simples com alternância do esquema tónica/dominante.
Junot afirma-se na continuidade de uma tradição de guitarristas-cantores que soíam autoacompanhar-se sentados em palco, ou tanger a guitarra suspensa do pescoço por um cordel. No entanto, aquilo que fora tido como suprema virtude na época de Hilário, perdera acuidade da década de 1920, em confronto com os novos contributos trazidos por Artur Paredes. Francisco Serrano Baptista, João Gonçalves Jardim e Manuel Duarte Branquinho foram os derradeiros protagonistas desta arte.
Cantor, Junot não foi exactamente o criador de um estilo vocal individualizado. Terá recebido influências de seu irmão Jaime Junot e de António Menano. Procurando respeitar a pronúncia escorreita de Coimbra, Junot resvala para escolhos peculiares, exemplificados na excessiva abertura de vogais e na conversão do E em I (Sinhóra; Impresta-me).
Primeiríssimo tenor, de timbre nazalado, Lucas Junot era dotado de aparelho fónico invulgar, navegando com grande à vontade nos graves e transitando para registos agudos com extraordinária facilidade. Conseguia cantar quase um tom acima da voz de António Menano, e nos registos mais agudos não precisava de recorrer ao falsete, a tal ponto que em Fado Sepúlveda se aproxima de limites reservados às sopranos. Junot ultrapassa o chamado Dó de Peito, vai ao Ré – na afinação coimbrã trata-se do Mi, com a peculiaridade da subida vocal para atingir tal nota constituir uma sexta aumentada. Proeza notável, pois tais subidas vocais são extremamente difíceis, sobretudo quando se aproximam do limite superior da tessitura da voz (a maioria dos vocalistas locais opta por cantar um ou meio tom mais baixo).
Cultor da arte pela arte, posicionado à margem de qualquer questionamento das eventuais funções sociais da arte, Junot não era um intérprete nem exigente nem selectivo.
O repto crítico, formulado pelo presencista Alberto Serpa em 1929, fala-nos de um artista que tocava e cantava “tudo o que vier à rede é peixe”, “pequenino e efeminado, o rapaz que mais cantou em Coimbra, perdulário, incapaz de negar uma trova a quem quer que fosse”. Detestado pelos modernistas da Presença, Junot não se livraria da alcunha de Gata Miadeira, verrina lançada por Artur Paredes, contra uma voz com queda para o melodrama xaroposo, patética, tristonha e melancólica.
A estética de Lucas Junot, tal como a dos seus colegas ultra-românticos, estava condenada a breve trecho, envelhecida pelo advento das modernidades que lançaram a Canção de Coimbra noutros trilhos. José Paradela de Oliveira foi o seu único e último imitador conhecido. Uma voz invulgar dos dourados anos 20? Sem dúvida! Bem aproveitada? Nem por isso!


Guitarra de Coimbra de Pedro Leitão Couto. Ele está na disposição de a dispensar, uma vez que já comprou outra que melhor se ajusta ao seu estado de desenvolvimento como instrumentista. O seu construtor foi José da Costa Santos. Se estiver interessado, contacte Pedro Leitão Couto para o nº 239 712328. Posted by Hello


Texto e foto extraídos dum Post do Blog do meu amigo José Paracana, que faz parte dos Links deste Blog, http://artenosatos.blogspot.com/
"Esta é uma das minhas favoritas "Coimbras", que imagino esgrimida para a tela (a toques de florete) pelo sempre jovem Mário Silva! As cores fazem-me sentir uma 'idade dourada' (apesar de tudo!) dos tempos em que se fugia da Polícia, se temia a Secreta e se corria atrás de moçoilas anafadas e arfantes, em noites de calores e serenatas... Mirando esta composição alegro-me pela argúcia dos pormenores: os telhadinhos, os efeitos no rio que fixa a cidade, o céu a lembrar Van Gogh; as árvores percebidas em impressões de borboleta vaporosa... E o casario variegado matizado de tempo antigo! «Ó Coimbra do Mondego, e dos amores que...!»"
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Exposição de Pintura de Humberto Matias, em Condeixa, na Casa Museu Fernando Namora. Posted by Hello

Resumo Biográfico de Humberto Matias
(Extraída do cartaz que se encontra no Post anterior)
.
"Humberto Vieira Matias nasceu em Porto da Raiva, Penacova, a 26 de Novembro de 1939. Fez os seus estudos liceais no Colégio Nuno Álvares em Tomar e no antigo Liceu D. João III, em Coimbra.
Frequentou durante quatro anos o antigo curso de Geológicas da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, que não concluiu.
É ainda como estudante que se sente atraído pelas duas formas de arte que nunca conseguiu dissociar – a Música e a Pintura.
No que concerne à Música, pertenceu à Tuna Académica onde tocou acordeão na orquestra de tangos e, como viola, ainda integrou os grupos de fados de Eduardo e Ernesto de Melo, Jorge Tuna e Jorge Godinho, sempre ao lado do seu amigo Durval Moreirinhas. Mais tarde veio a fazer parte do grupo do Professor António Brojo e António Portugal ao qual se veio associar Carlos Jesus e com os quais gravou vários discos, acompanhando Luiz Goes, Almeida Santos, Sutil Roque, José Mesquita, Vitorino, Janita Salomé, entre outros. Actualmente faz parte do grupo de fados da Associação dos Antigos Tunos da Universidade de Coimbra, com o qual continua a actuar, ao lado dos consagrados intérpretes Octávio Sérgio, José Paulo e Aurélio dos Reis.
No que respeita à Pintura, é essencialmente com Carlos Ramos e Pedro Olayo (Filho) com os quais veio a estabelecer relações de amizade que colheu ensinamentos e incentivos, que muito contribuiram para o prosseguimento da sua carreira artística, extra profissional.
Fortunato Anjos e Luciano Santos são artistas com quem veio, também, a estabelecer laços de profundo relacionamento e que vieram a ser determinantes nas suas opções plásticas.
De índole reservada, Humberto Matias tem participado em algumas exposições colectivas em várias localidades no nosso país e pintado essencialmente para Paolo Partizetti e Bianca Rossa de Florença, Itália.
Encontra-se representado em algumas colecções particulares no país e no estrangeiro".


Caricatura de Octávio Sérgio, saída no Livro de Curso, em 1964. Posted by Hello


Carlos Paredes e Luísa Amaro. Posted by Hello

quarta-feira, maio 11, 2005


Carlos Paredes no seu local de trabalho, no Hospital de S. José. Foram horas perdidas para a sua Arte.


Carlos Paredes ainda novo e nos arqivos da PIDE Posted by Hello


Partitura de "Variações em Si menor" (1) de Carlos Paredes. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Si menor" (2) de Carlos Paredes. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Si menor" (3) de Carlos Paredes . Esta fabulosa guitarrada é das mais difíceis de executar e de acompanhar! É de uma beleza extrema, com modulações já bastante elaboradas, com mudanças de andamento surpreendentes, com melodias estruturalmente complexas mas de grande efeito, alegre, divinal. Se necessitasse de palavras, só um grande poema de um poeta grande, a poderia "domar". Na partitura estão indicados os andamentos que me pareceram ser bastante aproximados do real. O ritmo não está totalmente de acordo com o que Carlos Paredes executou, será também aproximado, já que fazer exactamente como se ouve tornaria a peça dificílima de ler. Se houvesse outra gravação do autor, mesmo com pouco tempo de intervalo entre as duas, já não seriam iguais! Há pois que a saber interpretar, a partir do que está escrito. Neste caso como há uma gravação, a partitura será somente para saber as notas e estas, estão com uma aproximação bastante razoável. A cem por cento, só escrita pelo autor, mas este, infelizmente, não se dispôs nunca a fazê-lo.
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Caricatura de Armando de Carvalho Homem Posted by Hello


Partitura das "Variações em Ré menor" (1) de Armando de Carvalho Homem. Posted by Hello

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Partitura das "Variações em Ré menor" (2) de Armando de Carvalho Homem. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Ré menor" (3) de Armando de Carvalho Homem. Esta guitarrada foi gravada por António Pinho Brojo, acompanhado por António Portugal à guitarra, Aurélio Reis e Mário de Castro às violas, ainda em discos de 78 rotações. Está magnificamente interpretada, com uma sonoridade límpida e de bons recortes tímbricos. O próprio autor também a gravou, com seu filho Armando Luís à viola e Mário Freitas a segundo guitarra. Foi uma gravação caseira, mas mostra-nos a apurada execução que Armando de Carvalho Homem possuía. A peça, já por si, é de uma beleza ímpar, tecnicamente muito bem construída, com um cunho coimbrão de cem por cento.
Quero ainda referir que a escrita musical está bastante simplificada, para a leitura se tornar mais acessível. Não me preocupei com as vozes, e o ritmo. Se for tocada exactamente como está escrita, será aquilo a que chamaremos, "tocar a martelo". Haverá conveniência em ouvir uma gravação de António Brojo. Há quem pense que o pôr as peças em partitura vai desvirtuar a música de Coimbra. Errado! As partituras servirão apenas para avivar a memória ou para dar a conhecer o que não está gravado. Cada um dará depois a sua interpretação, ou seguirá a de outro executante que já a tenha interpretado antes.
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Nuno Guimarães Posted by Hello


Partitura de "Variações em Lá menor" (1), de Nuno Guimarães. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Lá menor" (2), de Nuno Guimarães. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Lá menor" (3), de Nuno Guimarães. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Lá menor" (4), de Nuno Guimarães. Peça para guitarra de Coimbra, muito bem estruturada, de grande beleza, com grau de dificuldade médio. Tem escrita uma segunda guitarra naquelas frases em que esta faz um contracanto. Quero esclarecer que as partes do 2º guitarra poderão ser tocadas pelo 1º e vice-versa. Só o autor poderia dizer ou então os acompanhantes que não sei quais foram. Estou a referir-me a uma gravação que fiz de parte de uma serenata transmitida pela então Emissora Nacional. Está muito pouco nítida, pelo que se tem dificuldade em separar o primeiro do segundo guitarra.
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Grupo de Jorge Tuna, quando ainda estudantes, na Reitoria da Universidade, cerca de 1960. José Tito Mackay, Jorge Godinho, Jorge Tuna e Durval Moreirinhas, são os Instrumentistas. De pé, entre José Tito e Jorge Godinho, encontra-se Sousa Pereira. A cantar e atrás de Jorge Tuna, está Barros Madeira. A seguir a este, Mário Pombo e Mário? Medeiros.
Repare-se na posição da perna esquerda de Jorge TunaPosted by Hello


Partitura de "Variações em Lá maior" (1) de Jorge Tuna. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Lá maior" (2) de Jorge Tuna. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Lá maior" (3) de Jorge Tuna. Posted by Hello

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Partitura de "Variações em Lá maior" (4) de Jorge Tuna. Esta música faz parte, presumo, do primeiro EP gravado por Jorge Tuna, ainda estudante de Medicina. Os seus acompanhadores foram: Jorge Godinho à guitarra; Durval Moreirinhas e José Tito Mackay à viola. Esta música, extremamente bem concebida, duma beleza ímpar, e executada com mestria, pelo seu autor, no referido disco, é de uma dificuldade transcendente. Só de facto um executante em grau muitíssimo avançado a saberá executar, como o autor a idealizou. De referir, também, que os quatro elementos do conjunto estão perfeitamente em sintonia, na gravação referida. Era um conjunto de muita classe! Posted by Hello

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