sábado, setembro 03, 2005


Livramento, 30 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Octávio Sérgio, Alexandre Bateiras, Armando Luís de Carvalho Homem, Jorge Tito Mackay e Rodrigues Pereira. Posted by Picasa


Livramento, 30 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Armando Luís de Carvalho Homem e Jorge Tito Mackay. Posted by Picasa


Livramento, 30 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Alexandre Bateiras e Rodrigues Pereira. Posted by Picasa


Livramento, 30 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Alexandra R. P., Francisco, Eduarda R. P. e Isabel C. Homem. Posted by Picasa


Livramento, 25 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Ceia servida no final do ensaio por Alda Rodrigues Pereira, na foto. Posted by Picasa


Livramento, 25 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Rodrigues Pereira, Alexandre Bateiras, Sérgio Azevedo e Jorge Tito Mackay. Posted by Picasa


Livramento, 25 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Rodrigues Pereira, Octávio Sérgio, Alexandre Bateiras, Sérgio Azevedo e Jorge Tito Mackay. Foto tirada por Alda Rodrigures Pereira. Posted by Picasa


Livramento, 25 de Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Alexandre Bateiras e a sua guitarra. Posted by Picasa

sexta-feira, setembro 02, 2005


Livramento, Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. António Sérgio - agora o compositor Sérgio Azevedo - a tocar viola. Posted by Picasa


Livramento, Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira, com este a tocar viola. Posted by Picasa


Livramento, Agosto de 2005, na residência de Rodrigues Pereira. Jorge Tito Mackay a tocar viola. Posted by Picasa


Armando Luís de Carvalho Homem, no dia do seu doutoramento, acompanhado pelos pais, Maria Alcina Marques Pereira Gomes e Armando de Carvalho Homem, em 18/12/1985. Posted by Picasa

Ainda a expressão “Fado Académico”:
notas complementares a um “comment” de João Paulo Sousa

Caro Dr. João Paulo Sousa:

O seu último “comment” ao meu trabalho «O “Fado de Coimbra” na Academia do Porto» veio revelar-me uma série de implícitos da expressão “Fado Académico”; tal série, pela sua extensão, surpreendeu-me e, para além disso, revelou-me factos que desconhecia. Sinto-me pois tentado a prolongar as minhas reflexões. O resultado poderá ser um texto algo extenso para “comment”. E assim, o que agora começo a redigir será enviado ao Dr. Octávio Sérgio e a Si, como “attachment” a e-mails; e depois o responsável do blog o publicará, se assim o entender. Comecemos, pois.

1. Evoluções recentes do grupo INSOLITA PRAXIS: Sabia eu que este grupo viseense, criado e dinamizado por Hermínio Menino no âmbito do Centro Regional das Beiras da Universidade Católica Portuguesa (UCP), com seu filho Jorge Menino e, inicialmente, um guitarrista de apelido Lemos cujo nome próprio não recordo, incluiu desde cedo Senhoras como executantes de viola: eram duas em Maio de 1994, aquando do Encontro de Grupos de Guitarra e Canto de Coimbra (justamente aí em Viseu, na UCP; será que lá esteve ?); voltei a vê-los actuar em Jan.97, aquando da Homenagem a Nuno Guimarães (1942-1973), em Perosinho[1] / Vila Nova de Gaia; tocavam então viola a Dr.ª Helena France e um elemento masculino cujo nome não recordo. Mulheres como executantes instrumentais é algo com longos antecedentes: julgo que as Escolas de Guitarra tiveram alunas praticamente desde o início; e dentro da problemática – vasta, bem vasta... – da Mulher no Universo Musical Coimbrão este será até um dos aspectos de menor potencial polémico. Sabia eu também – até por notícias e fotos neste blog – que Jorge Menino tem feito actuações com uma cantora, num registo mais próximo do “Fado de Lisboa”; julguei que se tratasse de alguma “prática experimental”, visando uma hipotética gravação algo fora de cânones. E em matéria de “experiências”, no seu devido contexto – que não será obviamente o da Sé Velha ou de outros locais de ar livre no quadro de Serenatas tradicionais –, tudo é possível e nada de tabus ! Ou não será que o saxofone que tanto – a meu ver demais... – deu que falar neste blog há semanas teria sido bem mais pacífico se praticado noutras circunstâncias, v.g. na Galeria Almedina, no A Cappela ou em qualquer outro local “debaixo de telha” e em termos mais de audição comentada – ou palestra musicalmente ilustrada – que de serenata, com a devida apresentação do(s) tema(s) incluindo tal instrumento e uma contextualização da immixtio do mesmo com o som de guitarras e violas ? O que diz sobre actuações mistas COIMBRA / LISBOA do Grupo em causa surpreende-me. Opinarei apenas, face ao que fiquei a saber, que me parece coisa algo ilógica. Mais não digo, até porque Hermínio Menino é alguém – Beirão como nós – que muito estimo e prezo.

2. O “Fado Académico” em contexto portuense: No meu trabalho refiro que, tendo sido quase sempre o Porto, em matéria de Canto e de Guitarra, um meio mais intérprete que criador, houve mesmo assim «originais de criação portuense». Nomes como, entre outros, os dos guitarristas Lauro de Oliveira, do cantor Raul Barros Leite, do cantor e futuro maestro José Luís Borges Coelho, dos violas Carlos Teixeira e José Gomes da Silva e ainda de um Eng. Gil Costa – que só conheci de nome – deram corpo a temas vocais que na sua maioria ostentam características coimbrãs quantum satis. O mesmo se diga dos arranjos instrumentais de Alexandre Brandão para temas de raiz popular ou para um tema brasileiro. Ora em matéria de temas vocais, o ser ou não ser Coimbra pode não estar propriamente na melodia ou no poema[2] mas sim na introdução, no entrecanto ou no acompanhamento. E aqui é por vezes bateu o ponto: de meu conhecimento, no Porto dos anos 50 e 60 gravaram-se apenas 3 EP’s de “Fado de Coimbra”. Acontece por mais do que uma vez que as introduções e os entrecantos ostentam algo que ouvidos treinados têm dificuldade em assimilar; esse algo não é de linear definição: talvez um acançonetamento adocicado a soar efectivamente como algo que «não cheira a Coimbra», como pessoas dos anos 40 gostavam de dizer. Será por isso que os próprios intérpretes portuenses subsequentes raramente retomaram tais temas ?

3. Para concluir: Se com “Fado Académico” se quer significar apenas o carácter quase nacional do Canto e da Guitarra de Coimbra, por difusão em praticamente todas Academias – e recorde-se o remoto antecedente de velhos Liceus do Norte e do Centro do País –, então não me ocorrem objecções de fundo. Se com ela se pretende abrir a porta a práticas musicais híbridas, então aí vamos com calma...

Um grande abraço e votos de continuação de Boas Férias (se ainda for o caso...)

Morelinho (Sintra), 23 de Agosto de 2005

Armando Luís de Carvalho HOMEM

[1] Freguesia natal do homenageado; daí que, quando caloiro em Coimbra (ca. 1962), chegassem a chamar-lhe «Peruzinho».
[2] Às vezes uma breve expressão, um verso (ou parte...) de um poema podem ser suficientemente descaracterizadores. E isso é susceptível de acontecer nas circunstâncias mais inesperadas. Exemplificando: Leonel Neves é um nome FUNDAMENTAL na poética da Canção de Coimbra dos anos 50 a 70. Mas uma limitada vivência coimbrã pôde, pelo menos uma vez, traí-lo: refiro-me ao verso «os moços das capas pretas», que surge na «Toada do Penedo da Saudade» (há versões gravadas de Paradela de Oliveira e de Augusto Camacho; interpretação frequente de Luiz Goes, com João Bagão / Ayres de Aguillar / Fernando Neto / António Toscano / João Gomes na 1.ª série do programa «Evocação de Coimbra» [EN1 – Lisboa, ca. 1968]). Logo em 1969 ouvi o Dr. Ângelo Araújo, em conversa com meu Pai, citar a passagem e comentar – Isto nunca se disse em Coimbra !...

Da árdua definibilidade da “Canção de Coimbra” *

Armando Luís de Carvalho HOMEM

Entre 1978 e 1983 tiveram lugar cinco Seminários sobre o «Fado de Coimbra», organização da Comissão Municipal de Turismo, com apoios como o da Associação dos Antigos Estudantes, o da Reitoria da Universidade e o da Faculdade de Letras (onde decorreu a maior parte das sessões). Destaque, nesses anos sucessivos, para moderações de mesa ou intervenções de fundo como as de [e cito um pouco ao acaso da rememoração] António Brojo (1927-1999), Manuel Louzã Henriques, Afonso de Sousa (1906-1993), Luiz Goes, Francisco Faria, Florêncio de Carvalho (1924-1981), António Portugal (1931-1994), José Miguel Baptista, Jorge Morais («Xabregas»), Fernando Rolim ou J. Mendes Silva[1]. Organizações de primordial importância no relançar do género musical que é o nosso, tais Seminários propiciaram importantes reflexões, audição de novas peças, notabilíssimas Serenatas na Sé Velha – de que alguns possuirão precárias gravações, a partir de transmissões, televisiva[2] ou radiofónicas (RDP/Centro) – e, talvez acima de tudo, momentos de ímpar convívio entre os participantes.
Uma coisa, no entanto, os Seminários não lograram: definir o que seja (e como seja) a «Canção de Coimbra». E, vinte / vinte e cinco anos volvidos, há que concluir que nem legítimo era tal poder esperar-se. Houve, é certo, tentativas interessantes[3]:

o Como a de Francisco Faria (III Seminário, 1980), ao apontar a importância, na viragem do século, da passagem do binário ao quaternário, na construção de temas cantados.

o Ou como, até mais acutilantemente, a de Fernando Rolim (V Seminário, 1983)[4], ao distinguir «Fado de Coimbra» em sentido restrito, como tema de duas quadras em verso de redondilha maior, as quais se cantam sucessivamente, repetindo a melodia, e «Fado de Coimbra» em sentido lato, aqui cabendo toda uma infinidade de formas musicais e poéticas (soneto, fado-canção, fado-serenata, balada, trova, etc.).

Mas é óbvio que nem essas nem outras intervenções, por importantes que tenham sido, resolveram o problema. Porque o que está no fundo em causa é, talvez algo impressionisticamente, uma certa forma de dizer, um certo tipo de emissão vocal, uma(s) certa(s) maneira(s) de dedilhar a guitarra, um certo aproveitamento de bordões e cordas agudas da viola. Daí a precaridade de qualquer definição; e talvez até seja relativamente mais viável dizer o que não é Coimbra, quando, porventura, algum outsider se afoita por estes terrenos...
Se é portanto complicado afirmar, normativa e definitoriamente, o que é Coimbra, talvez seja mais viável dizer o que Coimbra foi num dado momento, em função de determinadas gerações e/ou intérpretes: porque então teremos uma potencial fonte, de quase ilimitadas possibilidades – os discos e outros registos sonoros.
É no entanto evidente que não é isto que, por si só, nos desbrava o caminho. Perante uma gravação, qualquer um com um mínimo de bom-senso e bom-gosto pode avaliar da qualidade de um tema, de uma voz, de um executante instrumental. Mas se portador não for de um mínimo de cultura coimbrã ficará a bem dizer inabilitado a caracterizar os temas e os intérpretes em termos de estilo, dimensão temporal, tradição/inovação, etc. E assim, se pela via da utilização das fontes sonoras – em contraposição à simples rememoração vivencial – o Canto e a Guitarra de Coimbra se tornam tema de potencial abordagem científica, também é certo que essas fontes só o serão se portadoras de sentido para o eventual estudioso[5], que além do mais as terá que abordar despido de quaisquer preconceitos como os que marcaram (e continuam a marcar) um certo tipo de ensaísmo remontante aos anos 50 (ou 60 iniciais) ou, depois, a geração dos Amigos de Alex, mesmo que os amigos se tenham entretanto transmutado em Homens de Ciência (incluindo sociólogos e antropólogos !). Em suma: ser historiador do Canto e da Guitarra de Coimbra é viável; mas não será, no imediato, ofício para muitos…

Lisboa, Novembro de 1999

* Reprodução parcelar de um texto inserido no desdobrável que acompanha o duplo CD de José Mesquita, Coimbra dos poetas/Coimbra das canções, trovas e baladas, s.e., 1999, pp. 6-10.
[1] Presidente, ao tempo, da Câmara Municipal, moderou grande parte da edição de 1983. Morreria anos decorridos (1992), em acidente de viação.
[2] Apenas da Serenata que coroou a 1.ª edição (Mai.1978).
[3] E realce-se também, para além das intervenções nos Seminários, a edição, justamente pela Comissão Municipal de Turismo, de opúsculos de Afonso de Sousa e de Francisco Faria.
[4] Na linha, aliás, de uma intervenção que já tivera num dos programas da série Cantos e Contos de Coimbra (RTP/2, Verão de 1982, coord. de Sansão Coelho).
[5] V.g um conhecimento mínimo da escala e da afinação da guitarra e da viola e o reconhecimento dos tons em que os temas são executados.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Bloco de Notas (20)

1983 ... Novamente no Coliseu de Lisboa, 29 de Janeiro, um espectáculo com José Afonso, com casa a abarrotar de gente. Comecei com "Balada do Mondego", acompanhado por António Sérgio, Durval Moreirinhas , ambos à viola e Lopes de Almeida à guitarra. A entrada de José Afonso em palco foi apoteótica. Abriu com "Saudades de Coimbra" a que se seguiu "Senhora do Almortão". Toco "Dor na planície" acompanhado por António Sérgio. Foi também muito aplaudida. José Afonso terminou esta parte com "Balada do Outono". Foi comovente, sabendo como está a saúde do Zeca, ouvi-lo dizer que eu não volto a cantar. Ultimamente diz que só consegue respirar do meio do peito para cima.
Seguidamente entrou Rui Pato que acompanhou algumas baladas que já tinham sido gravadas pelos mesmos. Os aplausos continuam a ser entusiásticos e os isqueiros, a acender, tornam o ambiente avassalador! Nunca a tal assistira. É absolutamente deslumbrante. Para quem não conhece a estrutura do Coliseu, digo que é circular, tem uma enorme plateia e uma bancada a toda a volta em anfiteatro, além de duas filas de Camarotes. Agora imaginem o Coliseu às escuras apenas com a luz ténue do palco e acenderem-se, em homenagem a José Afonso, largas centenas de isqueiros ou fósforos ao mesmo tempo; tornam o aspecto da sala sobrenatural.
O espectáculo prosseguiu, agora com um conjunto de amigos do Zeca, todos profissionais e já com um grande curriculum. Aqui José Afonso mostrou as suas reais capacidades, embora já muito diminuído fisicamente, pois entrou no campo da sua música preferida. Conseguiu superar-se, apesar de tudo.
O espectáculo foi gravado pela RTP para posterior transmissão. Vão também realizar um filme sobre a vida do Zeca e aproveitam daqui algumas cenas. A direcção do Coliseu ofereceu a casa grátis e todos os músicos prescindiram dos cachets.
Depois de estar nas Caldas da Raínha, novamente num espectáculo com José Afonso, a 5 de Fevereiro, numa homenagem que lhe prestaram, em que também actuou Armando Marta com a sua peça "Grândola de novo", vou ao lançamento do disco do Zeca no Coliseu, dia 24 de Fevereiro, no Hotel Penta, na sala Zurique, às 18 horas.
Depois de vir do lançamento do disco atrás referido, peguei na guitarra e comecei a compor uma peça a que vou dar o nome de "Partida".
Dia 19 de Abril fui tocar à Academia Almadense, nas comemorações do aniversário da Academia. Fui acompanhado por Armando Luís de Carvalho Homem e António Sérgio. Depois de vários meses de seca, sem uma gota de água, não poderia ter sido pior a mudança de tempo operada naquele dia. Começou de tarde a chover ininterruptamente e com grande intensidade. Esta súbita mudança de clima apanhou toda a gente de surpresa e fez com que nem metade da casa estivesse lotada. Tocámos "Balada do Mondego", "Desfolhada" e "Rapsódia nº 2" de Artur Paredes, "Lá maior" de António das Águas, "Balada de Coimbra", "Flores em Abril", "Nas Linhas de Torres", "Entreacto" e "Dor na planície". Era para tocar a "Partida" mas tive receio de ter algum lapso de memória pelo meio, pois ainda não está totalmente consolidada. O espectáculo correu bem, embora com pequenas falhas da minha parte, principalmente de memória, mais visíveis nas "Flores em Abril", pois já não a tocava há muito tempo.
Mais um 25 de Abril em Santarém, com António Sérgio, Armando Marta e a sua "Viva Grândola" e eu com a "Dor na planície".
Dia 25 de Maio no Coliseu do Porto, novamente com José Afonso, para uma repetição do espectáculo do Coliseu em Lisboa. Desta feita teve mais um colaborador: António Portugal que quis oferecer os seus préstimos a José Afonso. Casa esgotada também, com os seus 3500 lugares, bem menos que na capital. António Portugal tocou o "Ré menor" de Artur Paredes. Não consegui acertar com o ritmo que imprimiu à peça nem ele acertou no acompanhamento dos fados que o Zeca cantou.
A 26 , foi a homenagem ao Zeca em Coimbra. Fizeram-no estar duas horas ao relento, na Sereia, o que lhe não fez nada bem, dado o adiantado da doença de que padece. Cantou apenas "Saudades de Coimbra" mas não conseguiu chegar ao fim sem lhe falhar a voz. Foi um esforço demasiado que lhe impuseram. Depois das emoções do Coliseu do Porto, necessitaria de uns dias de descanso! Ainda por cima pretendem pôr em disco a sua actuação. Mas como, com as falhas de voz? Zeca Afonso não o vai permitir, assim penso! Resolvem a situação pondo a gravação que fez comigo, juntando-lhe outras guitarras como se ali tivesse sido? A ver vamos!
Em Coimbra encontrei Sansão Coelho que me disse que o meu disco tinha sido um marco na guitarra de Coimbra.
A 27 de Maio começou o "Seminário sobre o Fado de Coimbra". Estiveram à volta de 50 congressistas. À noite houve uma audição. Só José Amaral e eu apresentámos algo de novo. António Brojo tocou penso que o "Mi menor" de José Amaral, um inédito, e eu toquei "Partida", também um inédito e "Dor na Planície". José Miguel Baptista cantou dois fados mas apenas com guitarra, pois Mário de Castro recusou-se a ir.
Antes de tocar, referi que a minha música poderia não ser considerada de Coimbra, mas que dentro de dez ou vinte anos já o poderia ser. Acabei por ser muito aplaudido depois da execução e as críticas foram unânimes em as considerar já de Coimbra. O próprio Teixeira Santos o declarou em público. Outro sujeito que lá estava, já de idade, e que não identifiquei, também me disse o mesmo, acrescentando que tinha gostado muito do meu disco.
No sábado não se realizou serenata porque António Brojo pôs, como condição, só actuar no final. Esta cláusula caíu mal no grupo dos Arosos que resolveram não iniciar a serenata. António Brojo então pegou na guitarra, desceu as escadas da Sé Velha e foi-se embora. Ninguém tocou!
No dia seguinte, 29, fui ao Porto, à televisão, acompanhar José Miguel Baptista num fado e tocar "Dor na planície", no programa Ora bem do 2º canal. O programa teve como entrevistado, Maló, antigo guarda-redes da Académica. Trouxe comigo para Lisboa a guitarra do Veloso e este ficou com a minha. Vou levá-la ao Grácio pois precisa de pontos e acerto do cavalete. A escala parece-me estar mal dividida. O som da guitarra é belíssimo.
O meu filho António Sérgio começou hoje, dia 2 de Julho, a aprender a tocar guitarra portuguesa.
Depois de uma ida a Braga no dia 1 de Julho à festa da Alegria, com Armando Marta e António Sérgio, juntamente com o grupo de Gomes Alves, fui ao Pátio Alfacinha, com António Bernardino, Machado Soares e Durval Moreirinhas. Toquei o "Lá menor" de João Bagão. Antes do espectáculo estivemos no primriro andar a ensaiar. Toquei sete a oito guitarradas, entre as quais o "Lá menor" de Carlos Paredes. Muitas pessoas foram vindo do andar de baixo, onde se cantava o fado de Lisboa, para nos ouvir. A actuação, depois, foi um sucesso. Nunca dei tantos autógrafos como naquele dia! Toquei na guitarra do Veloso, já composta por Gilberto Grácio. No final, Machado Soares disse que já não queria ser acompanhado no disco por Fontes Rocha mas sim por nós.
Comecei na 2ª quinzena de Agosto a pôr as minhas músicas em partitura. Acabei hoje a quarta, "Capricho em Lá". As outras foram: "Variações em Lá", "Entreacto" e "Variações em Ré menor".
Ontem, dia 22 de Outuibro estive no Hotel Penta num jantar do Lyon's Club, com Durval Moreirinhas, Sutil Roque e Alexandrre Herculano. Ensaiou-se apenas no local.
Tenho agora referenciado no bloco de notas que a partir de 25 de Outubro começo uma semana no Timpanas com Fado de Coimbra. Vão Machado Soares, António Bernardino, Armando Marta e Durval Moreirinhas.
Estive de facto no Timpanas e num dos dias levei o meu filho António Sérgio que me acompanhou na "Dor na planície" e tocou depois duas peças a solo de guitarra clássica: "Andantino" de Fernando Sor e "Canários" de Gaspar Sanz. Tocou depressa de mais, mas não saíu nada mal!
Depois desta semana, fomos convidados para actuar lá todas as sextas-feiras e sábados, pois apreciaram muito a nossa actuação. Desfolhei o diário de notas e verifico que a última actuação no Timpanas foi a 18 de Janeiro de 1985. Foi mais de um ano de actuação.
Tenho aqui indicado que antes de uma das actuações no Timpanas, a 18 de Dezembro, vou actuar na Aula Magna da Reitoria, para umas Jornadas Universitárias, com Machado Soares, António Bernardino, José Miguel Baptista e Armando Marta. Não está indicado quem me acompanha.

1984 ... Comecei, no princípio do mês de Abril, a gravar um disco com Frederico Vinagre. Foi gravado em duas noites. Mais tarde coloquei-lhe uma segunda guitarra, que me custou bastante a acertar com o ritmo, pois já não a tocaria exactamente da mesma maneira. Aprendi com isto que, se houver necessidade de gravar algo por cima do que já está feito, deve ser imediato e não ir lá semanas depois.

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