sábado, janeiro 07, 2006

continuação das medições

Jungi Miwa mede uma viola baixo


Ao ver uma viola baixo na oficina, Jungi Miwa pediu a Fernando Meireles para o medir. Na falta de uma folha grande, fomos à papelaria da AAC e comprámos umas folhas de cartolina. Engenheiro mecânico, não teve dificuldade em obter todos os moldes e medidas que necessitava. E saiu todo contente, dizendo-me que o seu sonho era fazer um baixo acústico. Foi uma boa prenda que recebeu da sua visita a Coimbra.
Paulo Soares Posted by Picasa

Comentário sobre aniversariantes desta semana

Caro Octávio e "amantes" da C.C.
Aproveito o espaço para evocar os aniversariantes da semana:
o Dr. Luiz Goes a 05 de Jan e hoje, 07, o Augusto Hilário (presumivelmente, pois foi o dia de 1864 em que foi entregue na "Roda" de Viseu).
Aproveito para sugerir a audição da canção do foclore da Galiza,"O SANCRISTAN DE COIMBRA" gravado entre outros pala Pilocha e que é o Fado "Hilário" talvez numa das suas versões da época (Julgo que em 1895, um ano antes de falecer - a 03 de Abril de 1896, sexta-feira Santa, em Viseu, o Hilário foi cantar a Vigo), com estribilho e dois textos cantados em simultâneo.
O funeral foi às 18,00 horas, do dia 04 e foi vestido com o uniforme de aspirante de Médico Naval!
Também aos interessados lembro o FADO nº3 (Hylario) de A. Rey Colaço -Lisboa 29-4-1895.
Texto de Joaquim Pinho.

Jungi Miwa e Fernando Meireles


Cada um com um exemplar de sua construção. Foto tirada por Paulo Soares na oficina de Fernando Meireles, sita no anexo da sala de ensaios da Tuna Académica da Universidade de Coimbra.

Construtor Japonês em Coimbra


"Cistre, guitarras e fado" Posted by Picasa
Unidade de matéria do programa de Educação Musical do 6º Ano do Ensino Básico, presente em Isabel Carneiro, Manuela Encarnação, Mário Relvas, "Musicando 6", Lisboa, Editorial O Livro, 2001, numa tiragem de 5 mil exemplares. Esta página constitui um mau exemplo de organização de contéudos escolares, em virtude do não domínio de matérias que requerem lenta e progressiva especialização, e da má digestão de certas leituras de apoio. A abordagem do "cistre", visto como cordofone vindo de Inglaterra e entrado em Portugal pela cidade do Porto, carece de alongada reformulação, sobretudo tendo em conta estudos já disponíveis em 2001 de José Alberto Sardinha e Pedro Caldeira Cabral. Das múltiplas interrogações que nos ocorrem, não conseguimos entender o motivo que levou os autores a conglobar na mesma página Fado de Lisboa e CC, dado que a distribuição musical estava a ser proposta de acordo com o mapa provincial de Portugal. Como unir Beira Litoral e Estremadura? Quanto aos cordofones 1 e 2, as legendas estão obviamente trocadas. A foto nº 1 corresponde ao modelo mais comum da Guitarra de Fado (como ainda hoje é vulgarmente conhecida, numa designação extensiva aos antigos territórios de Angola e de Moçambique) ou de tipo lisboeta. A foto nº 2 tem muito que se lhe diga. O que ela tem é um certo parecer da Guitarra de Coimbra, sendo visivelmente um "cepo", isto é, um instrumento de mau fabrico, com um tipo de escala caído em desuso e uma confuguração de caixa tirada por aproximação. O parágrafo sobre a difusão geográfica da guitarra também merece objecções. A eterna e frustantemente redundante conversa em torno de "um tom abaixo da guitarra de Lisboa" visivelmente não nos merece perda de tempo. Os únicos cordofones tradicionais portugueses dignos de nota que usam a Afinação do Fado, merecendo comparação com a Guitarra de Fado, são a Viola Braguesa e a Viola Amarantina. As propostas de audição são aceitáveis (a um lado um Fado Corrido, a outro a Balada do Outono de José Afonso), mas não os propósitos comparativos. Conforme frisava em 2004 o arguto José Manuel Beato (dvd "História do Fado de Coimbra"), há que fugir inteligentemente à velha e armadilhada pecha "dos pontos comuns/diferenças". O excercício de comparar/distinguir não conduz a resultados úteis, tanto se podendo aplicar a fórmula entre Canção de Coimbra/Fado (de Lisboa), como em relação ao Tango, à Morna, à Canção Napolitana ou outro qualquer género musical. Ou, no pior dos casos, até se poderia, no uso consciente de certa má ideologia, recorrer ao pronto-a-vertir "artes maiores"/"artes menores".
Quanto às propostas formuladas pelos autores, escutar "os géneros de música do Fado de Lisboa e do Fado de Coimbra", não suscita problemas. Conversar "acerca das músicas e suas características", não é esperar um autêntico milagre das rosas da parte de crianças mal lidas, desinformadas, muito distanciadas de noções que nem sequer todos os adultos dominam?
AMNunes


Mapa Musical Posted by Picasa
Tentativa de distribuição geográfica da música tradicional portuguesa do Minho, Douro Litoral e Beira Litoral, de acordo com os manualistas Isabel Carneiro, Manuela Encarnação e Mário Relvas, in "Musicando 6. Educação Musical", Lisboa, Editorial O Livro, 2001, pág. 90. As propostas de ilustração da música da Beira Litoral são uma Viola Toeira e uma fotografia do grupo Praxis Nova (Luís Alcoforado/Rui Moreira, José Rabaça, Luís Carlos Santos/Carlos Costa). De louvar o facto de a Beira Litoral não ficar diluída na Beira Alta ou até na Beira Baixa, como costuma acontecer arbitrariamente na maior parte dos escritos da "especialidade". Quanto à distribuição geográfica e alcance artístico da Viola Toeira, temos de nos contentar com a fotografia. Ao menos se nos dessem toques do Vira de Coimbra ou então do Estalado (=Malhão), coroas de glória dos tocadores de Toeira nos pontos altos da escala... E quanto aos municípos de Mealhada, Cantanhede, Montemor, Condeixa, Figueira, Lousã, Mira, Penacova? Foram suprimidos do mapa de Portugal musical? Por lá não existe música tradicional digna de ser ouvida e divulgada? Deixaram de integrar a Beira Litoral? A imposição da Canção de Coimbra como sendo a ÚNICA música "típica" de Coimbra e da Beira Litoral nos manuais escolares de 6º Ano do Ensino Básico e, em certa literatura turística proliferante, não constitui preocupante operação de falsificação da história? Caso para perguntar: "mapa musical" ou reorganização do mapa administrativo?
AMNunes

Coro dos Antigos Orfeonistas e Orquestra Clássica do Centro em Penedono










Foto e texto extraídos do "Boletim da Câmara Municipal de Penedono. Ano XVIII - nº 118. Novembro/Dezembro de 2005".


O guitarrista António Ralha num momento de visita informal e convívio na Oficina de Corodofones de Fernando Meireles/TAUC, em 15 de Fevereiro de 2002. Encontravam-se também presentes Jorge Gomes, Carlos Alberto Dias e António M. Nunes. António Ralha, fazendo jus à sua proverbial boa disposição, experimenta uma boa guitarra construída por Meireles. Foto e texto de António M Nunes.


Voluta oval da Guitarra Toeira de Coimbra do Dr. António Carvalhal (1909-1982), fabricada em 1933 por Raul Simões. Com era da tradição local, podem ver-se as iniciais AC em prata, indicativas do nome do proprietário. Foto tirada em casa da Dra. Mariberta Carvalhal, Porto, no dia 5 de Maio de 1998. Foto e texto de António M Nunes.


Concerto de Ano Novo solidário com crianças. Notícia do Diário das Beiras de ontem. Texto de Tânia Moita e foto de Luís Carregã. Posted by Picasa

sexta-feira, janeiro 06, 2006


Evocação de Hylario Posted by Picasa
Lisboa, Sociedade Histórica da Independência de Portugal, dia 13 de Dezembro de 1996: dois apaixonados pela CC, Fernando Murta Rebelo e José Anjos de Carvalho, proferem uma alongada e cativante palestra, onde a pretexto da evocação da vida e obra algo fugazes de Augusto Hylario se dissertou criticamente sobre a "origem e evolução do chamado Fado Hilário". A exposição teórico-documental foi complementada com interpretações pianísticas de Nuno Lopes, por forma a exemplificar ao auditório o conteúdo das obras musicais invocadas. Tratou-se de uma meritória iniciativa didáctico-pedagógica que bem poderia ter constituído o ponto de partida para a reconstituição/gravação dos temas que se tocavam e cantavam em Coimbra na época de Augusto Hylario.
O conteúdo da palestra e respectivo material de apoio vieram a ser editados numa brochura de 64 páginas, contendo textos, 16 ilustrações, biografias, anotações, bibliografia e seis partituras musicais impressas. "Evocação de Hylario na Coimbra do seu tempo. Origem e evolução do chamado Fado Hilário", Lisboa, Edição da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, 1998, não sendo uma obra revisionista ou branqueadora da memória, vem confirmar a tese expressa por Divaldo Gaspar de Freitas quando em finais da década de 1980 revelou que o "Fado Hylario Moderno" era um apócrifo. Motivos mais do que suficientes para não sufragar a reprodução passiva do criacionismo hylariano vertido ad infinitum no DVD "História do Fado de Coimbra", Coimbra, Contarcom/Estem, Janeiro de 2004.
Obrigado a Murta Rebelo e a Anjos de Carvalho, para quem a CC é fruição e causa merecedora de salvaguarda. Outrotanto fizessem as editoras fonográficas e os centros de ensinança e a CC seria melhor conhecida e respeitada como produto artístico-cultural.
AMNunes


O Fado Posted by Picasa
Famosa tela de José Malhoa pintada em 1910 a partir de sucessivas "visitas de estudo" a um bordel da Mouraria, Lisboa, onde a fadista e prostituta Adelaide da Facada se prestou a servir de modelo ao pintor, acompanhada pelo seu chulo e guitarrista. Foi com base neste quadro, famoso a nível nacional e internacional, que António concebeu o cartoon editado no "Expresso" de 3/09/2005. Para um comentário mais extenso desta obra e de algumas interpelações que tem suscitado, convidamos o nosso ilustre companheiro Doutor Armando Luís de Carvalho Homem a completar a legenda.
(AMNunes)


Fados de Coimbra. Cartoon Posted by Picasa
Ilustração das tensões políticas vividas em fase de pré-candidatura à Presidência da República Portuguesa, tomando como ponto de partida a famosa tela de José Malhoa ("O Fado", 1910). O cartonista António substitui a fadista, rameira e cantora da Mouraria (Adelaide da Facada) por Mário Soares, aqui instituído como símbolo da cultura lisboeta; o chulo executante de guitarra cedeu o lugar a Manuel Alegre, símbolo da cultura coimbrã. As únicas referências coimbrãs sugeridas por António são a capa de estudante e a pose clássica do serenateiro. A guitarrilha desenhada por António corresponde aos modelos fabricados em Lisboa e noutras partes do país entre finais do século XIX e inícios do século XX, modelos esses utilizados em contexto fadístico. Cartoon editado no jornal EXPRESSO, de 3 de Setembro de 2005, pág. 13.
AMNunes


Ensaio em Famalicão (em casa de Gouveia Ferreira), em Outubro de 2005, para o lançamento do disco "Canções d'Inquietude", com José Ferraz de Oliveira, Manuel Borralho (gg) e Manuel Gouveia Ferreira (v). Armando Luís de Carvalho Homem faz o gosto ao dedo.
Foto enviada por ALCH. Posted by Picasa


Ensaio em Famalicão (em casa de Gouveia Ferreira), em Outubro de 2005, para o lançamento do disco "Canções d'Inquietude". José Manuel Borralho a tocar guitarra. Foto enviada por Armando Luís de Carvalho Homem. Posted by Picasa


Ensaio em Famalicão (em casa de Gouveia Ferreira), em Outubro de 2005, para o lançamento do disco "Canções d'Inquietude". Manuel Gouveia Ferreira toca viola. Foto enviada por Armando Luís de Carvalho Homem. Posted by Picasa


Ensaio em Famalicão (em casa de Gouveia Ferreira), em Outubro de 2005, para o lançamento do disco "Canções d'Inquietude". Jorge Cravo, canta. Foto enviada por Armando Luís de Carvalho Homem. Posted by Picasa


Ensaio em Famalicão (em casa de Gouveia Ferreira), em Outubro de 2005, para o lançamento do disco "Canções d'Inquietude". José Ferraz de Oliveira a tocar guitarra. Foto enviada por Armando Luís de Carvalho Homem. Posted by Picasa


Ensaio em Famalicão (em casa de Gouveia Ferreira), em Outubro de 2005, para o lançamento do disco "Canções d'Inquietude", com José Ferraz de Oliveira, Manuel Borralho (gg) e Manuel Gouveia Ferreira (v). Armando Luís de Carvalho Homem toma notas. Foto enviada por ALCH. Posted by Picasa


"Serenata em Coimbra", é a parte final de um programa que incluiu 3 peças de teatro em um acto, um solo de violino, etc. Na parte final diz o programa expressamente: "Serenata de Coimbra - solos pela Exma Sra. D. Maria Emilia Macieira Lino e Exmo Sr. Rodrigo Franco Affonso". Seguem-se os nomes das pessoas que integravam os "córos". Espólio de Joaquim Pinho. Posted by Picasa


José Alberto Sardinha Posted by Picasa
Foto publicado no "Diário de Notícias", de 2ª feira, 12 de Setembro de 2005, pág. 36, em complemento à reportagem de João Pedro Oliveira "Tradição popular erudita. Fenómeno esquecido pela etnomusicologia, as tunas são objecto da última obra de recolhas de sons da tradição portuguesa".
AMNunes

quinta-feira, janeiro 05, 2006


Uma monografia de culto Posted by Picasa
"Tunas do Marão", da autoria de José Alberto Sardinha, obra editada em Vila Verde, pela Tradisom de José Moças, em meados de 2005. O autor e a obra mereceram ampla reportagem de João Pedro Oliveira no "Diário de Notícias", de 12 de Setembro de 2005. Estudo inédito e de fulgor pioneiro em Portugal, aborda em profundidade e com a devida erudição o fenómeno da emergência e implantação territorial das tunas no espaço português, conferindo preferência ao fenómeno rural da região do Marão. Não esquece, porém, em termos de contextualização histórica, a necessária comparação com as tunas estudantis das universidades espanholas e portuguesa(s). Assim, sem estudar em concreto o caso singular da TAUC (Tuna Académica da Universidade de Coimbra), não deixa de lhe dedicar alguns importantes parágrafos ao longo da obra.
José Alberto Sardinha, já referido neste blog, personifica um caso raro de amor e dedicação à Música Tradicional Portuguesa, da qual é, nos nossos dias, o mais completo especialista.
Eis uma obra de culto que importa conhecer e possuir, saborosamente complementada por imagens e 4 cds de recolhas ao vivo. Em termos de catálogo é a nº 3 da série "Sons da Tradição."
Parabéns ao autor e ao persistente editor José Moças a quem muito vamos devendo.
Imagem e texto: AMNunes


Le Pardon Posted by Picasa
"Dinorah" ou "Le Pardon de Ploermel", do compositor alemão Giacomo Meyerbeer (1791-1864), cujo original foi estreado em 1859, com libretto de Jules Barbier e Michael Carre. Pouco depois da estreia correram pela Europa transcrições para piano de "Le Pardon", assinadas por Georges Bull e Hess. A casa Costa Mesquita, sita na Rua Sá da Bandeira, nºs 194-196, Porto, fez sair na década de 1860 duas versões desta peça: "Dinorah", com transcrição para piano de Georges Bull, Nº de catálogo 355, sem data, ao preço de 400 reis; "Dinorah. Reverie pour piano", com arranjo de J. Ch. Hesse, Nº de catálogo 356, sem data, ao preço de 400 reis. O intérprete da CC e solista de Viola Toeira José Dória conhecia muito bem esta composição, dela executando uma versão instrumental extensa, conforme noticia o seu devoto biógrafo Joaquim Vasconcelos. Temos boas razões para crer que Dória possuía a transcrição de George Bull, editada no Porto pela primeira metade da década de 1860, que interpretava a partir das adaptações feitas pelo seu grande amigo e auxiliar Lúcio Dias.
Imagem e texto: AMNunes

quarta-feira, janeiro 04, 2006


Japoneses em Coimbra, hoje, em casa de Paulo Soares (Jojó). Octávio Sérgio com Hiroshi Yagi e a sua guitarra construída no Japão, por Junji Miwa. Hiroshi Yagi, de nome artístico Simon Ashida, executa a guitarra de Coimbra com uma elegância surpreendente, tirando um som mavioso e belo, com grande expressão. Foi, em tempos, aluno de Jojó, com quem se iniciou, regressando ao Japão logo de seguida. Fala bastante bem o português, embora só tenha estado três anos em Portugal.
Foto de Paulo Soares


Japoneses em Coimbra, hoje, em casa de Paulo Soares (Jojó). Octávio Sérgio experimenta a guitarra de construção nipónica, pertencente a Hiroshi Yagi, e construída por Junji Miwa. Além de ser muito bonita e de bons acabamentos, o som é o de uma boa guitarra de Coimbra "toeira". Parabéns ao construtor.
Foto de Paulo Soares.


Japoneses em Coimbra, hoje, em casa de Paulo Soares (Jojó). Guitarra de Coimbra, de Hiroshi Yagi, construída por Junji Miwa.


Japoneses em Coimbra, hoje, em casa de Paulo Soares (Jojó). Pormenor da guitarra de Coimbra, de Hiroshi Yagi, construída por Junji Miwa. Posted by Picasa


Japoneses em Coimbra, hoje, em casa de Paulo Soares (Jojó). Junji Miwa, Hiroshi Yagi e Paulo Soares. Junji Miwa mostra a guitarra que construiu no Japão, para o seu amigo Hiroshi Yagi, ao meio. Paulo Soares foi o anfitrião do encontro. Posted by Picasa


Japoneses em Coimbra, hoje, em casa de Paulo Soares (Jojó). Junji Miwa, Hiroshi Yagi e Paulo Soares. Hiroshi Yagi segura a sua guitarra de Coimbra, construída no Japão por Junji Miwa, à esquerda, na foto. Paulo Soares tem consigo a guitarra construída por Fernando Meireles. Posted by Picasa

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