sábado, dezembro 03, 2005


Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra no Porto. Comemorações do 12º aniversário. Posted by Picasa

Curiosidades: "Fado Maior" na TSF
Por António M. Nunes

Mário Dias, da TSF, e José Moças, da editora discográfica TRADISOM, conjugaram esforços no sentido de revigorar a campanha apostada na difícil aquisição da vasta colecção particular do britânico Bruce Bastin, respeitante a antigos discos de música portuguesa. Os referidos discos, gravados em Portugal e no Brasil entre 1902 e meados da década de 1950, em suportes anteriores à geração vinil, conglobam uma vasta gama de registos que vão do folclore a trechos teatrais, declamações, Fado ao estilo de Lisboa, temas da Canção de Coimbra e canções ligeiras em voga à época.
O editor José Moças tem desenvolvido desde os tempos da sua radicação em Macau, na década de 1990, uma notável acção de recuperação e de divulgação deste património sonoro desconhecido. Uma das acções então desenvolvidas, consistiu em editar a série de autênticas preciosidades intitulada "Arquivos do Fado", fruto de acordo com a Heritage (contendo dois discos relativos à CC, um inteirament dedicado a António Menano, outro generalista, com amostras de Artur Paredes, José Paradela de Oliveira, António Batoque, Lucas Junot e Edmundo Bettencourt).
Mais recentemente, José Moças tem tentado o tudo por tudo, junto do Ministério da Cultura, da Câmara Municipal de Lisboa, da Câmara Municipal de Coimbra, e de outras instituições com peso económico, com vista a processar definitivamente a aquisição portuguesa da colecção sonora londrina.
As negociação avançam e recuam a um ritmo exasperante. Há o risco de Bruce Bastin vender o espólio a coleccionadores norte-americanos pouco interessados em regatear preços. Da parte das instituições portuguesas, e seus representantes, há consenso quanto à urgência da aquisição, mas os desentendimentos persistem no tocante aos trâmites editoriais. O proprietário Bastin, representado em Portugal pelo advogado e estudioso de música tradicional José Alberto Sardinha, exige como cláusula negocial que seja a Tradisom a processar a edição integral dos fonogramas, decisão que não agrada a alguns potenciais compradores do lado português.
Em Novembro de 2005, Mário Dias lançou na TSF uma campanha de divulgação de amostras de alguns antigos fonogramas atinentes ao período 1902-1910.
Foram já divulgados:
-30/10/2005 - "À conversa com José Moças";
-31/10/2005 - "O mais antigo fado com registo conhecido", comentado por Carlos do Carmo;
-14/11/2005 - "Conde Anadia", comentado pelo Eng. Luís Penedo;
-21/11/2005 - "Morreu D. Carlos", comentado pelo Dr. José Alberto Sardinha;
-28/11/2005 - "Fado dos Olhos Negros", comentado por António M. Nunes
Os programas já transmitidos estão arquivados em "Fado Maior", http://tsf.sapo.pt/online/radio/dossiers/tsf/arquivo/fado03/programas.asp, devendo prosseguir nos próximos meses a divulgação de curtos trechos sonoros relativos ao Fado e à Canção de Coimbra.
Parabéns aos homens de bem que são José Moças, José Alberto Sardinha e Mário Dias, pois se o escutado sabe a pouco, a esperança do que se poderá adquirir só nos pode aguçar o apetite.

DR. JOSÉ AMARAL

Um guitarrista de Coimbra em Abrantes

Rui Moreira Lopes*


“[…]além de grande académico que viveu a nossa geração, foi um artista de rara qualidade e brilhante tocando a guitarra de forma extraordinária […] brilhante companheiro que recordo com saudade […] figura brilhante daquela época.”

Augusto Camacho Vieira.


Introdução

Nem todas as cidades, vilas ou aldeias de Portugal têm ou tiveram o privilégio de terem entre os seus habitantes, alguém que deixou o seu nome gravado no “corredor da fama” da Canção de Coimbra.
Abrantes é uma cidade que tem esse privilégio ao ser o local escolhido para habitar e exercer medicina, por um dos grandes guitarristas da segunda década de oiro da Canção de Coimbra: José Amaral, de que tencionamos fazer um breve esboço biográfico no artigo que ora apresentamos.

a) Os primeiros contactos com a Guitarra de Coimbra e os grupos de Canção de Coimbra

A Primeira República prosseguia o seu caminho e os soldados portugueses que combateram nas trincheiras da Flandres durante a Grande Guerra tinham regressado recentemente a Portugal, quando, em 1919, nasceu em Folhadosa, Concelho de Seia[i], José Maria Amaral.
Fez os estudos primários na sua terra natal, tendo prosseguido os estudos no Liceu D. João III em Coimbra, cidade para onde foi habitar em 1930[ii] com apenas onze anos, contudo, aos doze anos ficou órfão de mãe e aos dezanove anos ficou órfão de pai.
Coimbra não é apenas uma cidade para se estudar, pois é também a cidade onde se canta e toca a Canção de Coimbra, mas quando José Amaral chegou em 1930, já os grandes nomes da primeira década de oiro tinham abandonado a alma mater: António Menano estava a exercer medicina em Moçambique, Edmundo de Bettencourt já tinha abandonado definitivamente Coimbra tendo partido para o seu exílio lisboeta, enquanto que o brasileiro Lucas Junot tinha regressado às suas origens e andava “perdido” no imenso sertão brasileiro.[iii]
Com esta geração fora de Coimbra, urgia fazer surgir novos valores, para darem início a uma segunda década de oiro da Canção de Coimbra, na qual integramos o Dr. José Amaral.
É ainda durante a década de 30, quando ainda é estudante de Liceu, que José Amaral começa a aprender os primeiros acordes com Júlio Augusto Sequeira Mendes[iv], tocando na sua primitiva Guitarra toeira de Coimbra, que a sua família ainda guarda religiosamente.
Além disso, também integra a Tuna Académica da Universidade de Coimbra desde 1937, com o nº 178, quando ainda é “bicho[v]”, com o naipe de Viola[vi]. Nesta época, José Amaral habita na zona do Calhabé.
Já dava “uns toques” na sua guitarra quando o Dr. António Carvalhal, que necessitava de alguém que tocasse guitarra no seu grupo convidou José Amaral a fazer parte deste, que o integrou pelo menos até 1945, quando o Dr. Carvalhal abandonou a Lusa Atenas com destino à Covilhã[vii].
Na fase seguinte constituiu-se um novo grupo com António Sobral Carvalho e Eduardo Tavares de Melo nos instrumentos e Jorge Gouveia, Camacho Vieira e Manuel Julião, na voz[viii].
José Amaral também se destacou como compositor de instrumentais de Guitarra de Coimbra nas décadas de 40 e 50 do século passado, que hoje ainda alguns dos grandes guitarristas de Coimbra têm a honra de tocar, dos quais destacamos: Variações em Lá Maior (1944), Variações em Lá Menor (1945), Variações em Ré Menor (1946), Variações em Mi Menor (1953), Variações em Sol Menor (1953)[ix], Variações em Sol Maior (1954)[x].
Já a exercer Medicina e longe da alma mater, em 1954, regressou a Coimbra, para acompanhar o Orfeon Académico de Coimbra na célebre digressão ao Brasil, onde acompanhou à Guitarra Augusto Camacho Vieira, Luís Goes e Fernando Rolim, entre outros[xi].

b) O Estudante de Medicina e alguns dos seus mestres

À medida que desenvolvia os seus estudos na Guitarra de Coimbra, também prosseguia os seus estudos na Faculdade de Medicina, onde foi caloiro em 1942, pois terminou o curso de Medicina em 1948, sem nunca ter reprovado. Durante a frequência do Curso de Medicina, terá sido aluno de grandes mestres, dos quais seleccionámos três que consideramos os mais conhecidos: o Professor Maximino Correia, que também era o Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra, de quem se dizia que era um grande professor de Anatomia, onde até contava anedotas acerca do corpo humano[xii], mas também um bom justiceiro nos exames, pois quando um aluno via que não sabia a matéria desistia e regressava na época seguinte, não passando a vergonha de reprovar nem dando ao mestre o desgosto de reprovar[xiii] (também não devemos esquecer que o Professor Maximino tocava guitarra de Coimbra); O Professor Elísio de Moura, muito célebre entre os seus alunos (sobretudo pela sua característica cabeleira), por ajudar tudo e todos (deixou tudo o que tinha para a Casa de Infância Elísio de Moura que ainda existe) de quem o Dr. José Amaral teve a honra de assistir à última aula; por fim, também foi aluno do Professor Bissaya Barreto, que também deixou muita obra, entre as quais o famoso “Portugal dos Pequenitos”.

c) O Estabelecimento definitivo em Abrantes, a morte e o memorial.

O Dr. José Amaral acabou por estabelecer-se definitivamente em Abrantes, mais concretamente no Pego, onde já vivia em 1958[xiv] e exerceu medicina naquela localidade onde viveu alguns anos. Posteriormente, transferiu-se para a cidade de Abrantes onde viveu até ao final da sua vida e continuou a exercer medicina no seu consultório na Rua Nossa Senhora da Conceição, bem próximo de onde foi em tempos o Café Pelicano.
O facto de viver longe da alma mater, não foi motivo para deixar de tocar Guitarra de Coimbra, tendo fundado, em 1983, em Abrantes, o Grupo “Saudades de Coimbra” onde tocou guitarra até ao fim da vida, sempre com a sua capa traçada, da qual o Dr. Amaral afirmava: “Se esta capa falasse, tantas histórias que contava”.
Como grande nome da Guitarra de Coimbra, foi finalmente homenageado pelo Grupo de Canto e Guitarra de Coimbra de Santarém, em 27 de Maio de 2000, com uma serenata de homenagem ao Dr. Amaral que contou com a presença de muitos amigos, nomeadamente o Dr. Camacho Vieira.
O Dr. José Amaral faleceu a 12 de Julho de 2001, tendo sido sepultado no Pego, sendo mais tarde sido trasladado para o Cemitério de Abrantes.
Do seu memorial, restam-nos os seus instrumentais que muitos guitarristas ainda tocam, e que o grupo “Saudades de Coimbra”, fundado pelo Dr. Amaral e sediado em Abrantes, tem a missão de divulgar a obra do Dr. José Amaral nas suas actuações.
Além disso, também a sua memória perdura na toponímia abrantina, com uma Rua com o seu nome em Alferrarede.
Também na Serenata Tradicional que o Grupo de Canto e Guitarra de Coimbra de Santarém levou a cabo no passado dia 9 de Julho, no Largo do Seminário, foi mais uma vez lembrado o Dr. José Amaral, quando chamaram ao palco o Dr. José Amaral (filho) para lhe entregarem um CD de inéditos do Dr. José Amaral gravado pelo grupo de Santarém.
Ficará assim perpetuada a memória daquele que foi um dos grandes guitarristas na segunda década de oiro do Fado de Coimbra, que escolheu a cidade de Abrantes para viver e exercer a sua profissão.

BIBLIOGRAFIA

- CORREIA, Camilo Araújo – Coimbra Minha. Coimbra: Almedina, 1989.
- NIZA, José – Fado de Coimbra. Vol. II. [s.l.]: Ediclube, 1999.
- PELOURO DA CULTURA DA AAC – Canção de Coimbra: Testemunhos vivos (Antologia de Textos). Coimbra: Pelouro da Cultura da AAC, 2002.
- SILVA, António dos Santos e – Zeca Afonso: Antes do Mito. Coimbra: Minerva, 2000. ISBN: 972-8318-88-X.
- TUNA ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA – Ficha individual do Dr. José Maria Amaral (n º 178). Coimbra: TAUC, 1952.

Agradecimentos
Um agradecimento ao Dr. José Amaral, aos meus colegas do grupo de Fados “Saudades de Coimbra”, em Abrantes (que me forneceram informações vitais para que este artigo fosse elaborado); ao Dr. Augusto Camacho Vieira que com a amizade de sempre me definiu o Dr. José Amaral em breves palavras, quando o solicitei para tal; À Tuna Académica da Universidade de Coimbra que me facilitou a ficha individual do Dr. José Amaral para incluir no artigo; ao Dr. João Luís Madeira Lopes, Advogado e exímio Guitarrista do Grupo de Santarém, por ter cedido a fotografia do Dr Amaral a tocar guitarra.

*Rui Lopes - Licenciado em História e Pós-graduado em Ciências Documentais (Arquivo), pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Estudioso da História da Canção de Coimbra e executante de Guitarra de Coimbra. Actualmente encontra-se a organizar e catalogar o Arquivo da Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, em Coimbra.
[i] NIZA, José – Fado de Coimbra. Vol. II. [s.l.]: Ediclube, 1999. p. 190.
[ii] Idem, Ibidem, p. 190.
[iii] SILVA, António dos Santos e – Zeca Afonso: Antes do Mito. Coimbra: Minerva, 2000. p. 33.
[iv] NIZA, José – ob. cit. P. 190
[v] Nome que designa na hierarquia da praxe o Estudante de Liceu que, neste caso, é abaixo de caloiro.
[vi] Ficha Individual do Dr. José Maria Amaral (n º 178) na Tuna Académica da Universidade de Coimbra.
[vii] PELOURO DA CULTURA DA AAC – Canção de Coimbra: Testemunhos vivos (Antologia de Textos). Coimbra: Pelouro da Cultura da AAC, 2002. p. 19.
[viii] Idem, Ibidem, p. 19.
[ix] PELOURO DA CULTURA DA AAC – ob. cit. P. 21.
[x] NIZA, José – ob. cit. P. 190
[xi] Em 2004, o Orfeon comemorou os 50 anos desta digressão por terras de Vera Cruz, com um espectáculo em Santa Clara, na Igreja de S. Francisco.
[xii] CORREIA, Camilo Araújo – Coimbra Minha. Coimbra: Almedina, 1989. p. 16
[xiii] Idem, Ibidem, p. 16
[xiv] Segundo informação do Dr. José Amaral (filho) terá ido viver para o Pego em Junho ou Julho de 1958. Contudo, a ficha da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, datada de 1952, já tem como morada o Pego, mas deve ter sido acrescentado posteriormente, porque em 1952 o Dr. José Amaral vivia e exercia medicina em Sabóia.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

CANTIGA PARA QUEM SONHA

Tu que tens dez reis de esperança e de amor
grita bem alto que queres viver.
Compra pão e vinho, mas rouba uma flor.
Tudo o que é belo não é de vender
Não vendem ondas do mar
nem brisa ou estrelas, sol ou lua-cheia
Não vendem moças de amar
nem certas janelas em dunas de areia.

Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio,
nem é preciso que saiba cantar.

Tu que crês num mundo maior e melhor
grita bem alto que o céu está aqui.
Tu que vês irmãos, só irmãos em redor,
Crê que esse mundo começa por ti.
Traz uma viola, um poema,
um passo de dança, um sonho maduro.
Canta glosando este tema,
Em cada criança há um homem puro.

Canta, canta como uma ave ou um rio
Dá o teu braço aos que querem sonhar
Quem trouxer mãos livres ou um assobio,
nem é preciso que saiba cantar.

Letra de Leonel Neves
Música de João Gomes
Canta Luiz Goes


É PRECISO ACREDITAR

É preciso acreditar,
É preciso acreditar
que o sorriso de quem passa
é um bem para se guardar
que é luar ou sol de graça
que nos vem alumiar
com amor alumiar
É preciso acreditar,
É preciso acreditar
que a canção de quem trabalha
é um bem para se guardar
E não há nada que valha
a vontade de cantar
a qualquer hora cantar
É preciso acreditar,
É preciso acreditar
que uma vela ao longe solta
é um bem para se guardar
que se um barco parte ou volta
passará no alto mar
E é livre o alto mar
É preciso acreditar,
É preciso acreditar
Que esta chuva que nos molha
é um bem para se guardar
que há sempre terra que colha
um ribeiro a despertar
para um pão por despertar.

Letra de Leonel Neves
Música de Luiz Goes
Canta Luiz Goes



HOMEM SÓ, MEU IRMÃO

Tu, a quem a vida pouco deu
que deste o nada que foi teu em gestos desmedidos.
Tu, a quem ninguém estendeu a mão
e mendigas o pão dos teus sentidos
Homem só, meu irmão.
Tu que andas em busca da verdade
e só encontras falsidade em cada sentimento
Inventa, inventa amigo uma canção
que dure para além deste momento
Homem só, meu irmão.
Tu, que nesta vida te perdeste
e nunca a mitos te vendeste,
dura solidão!
Faz dessa solidão teu chão sagrado,
agarra bem teu leme ou teu arado,
Homem só, meu irmão.

Letra de Luiz Goes
Música de Luiz Goes
Canta Luiz Goes


Paulo Bernardino e Pedro Janela no TAGV, ontem. Abriu o espectáculo o Ensemble de Metais EPMVC, dirigido por Sonia Santalices Feijoo. Actuação muito interessante, com peças de Dukas, Praetorius e Farkas.


Paulo Bernardino e Pedro Janela no TAGV, ontem. Paulo Bernardino rege o coro e orquestra. Sofia Serra canta. Participaram ainda Isabel Sá na harpa, Joel Azevedo no contrabaixo, Marta Falcão em flauta de bisel, Grupo de Flautas da Academia Martiniana, Ensemble de Metais EPMVC, Elementos da Escola de Música de Perosinho e o Coro AEMINIUM.
A peça executada, da autoria de Paulo Bernardino nas partes corais, orquestra e regência, e de Pedro Janela na sonoplastia, mostra já um amadurecimento dos autores, um grande conhecimento das técnicas de composição. Um bom trabalho a pedir que seja repetido e votos para que outros semelhantes apareçam.


Paulo Bernardino e Pedro Janela no TAGV, ontem. Vista parcial do coro AEMINIUM e orquestra. Posted by Picasa


Paulo Bernardino e Pedro Janela no TAGV, ontem. Entrega de lembranças a alguns dos participantes. Augusto Mesquita chama um deles e Mário Nunes, Vereador da Cultura, observa.


Paulo Bernardino e Pedro Janela no TAGV, ontem. Agradecimentos finais. Posted by Picasa


Paulo Bernardino e Pedro Janela no TAGV, ontem. No final, foto do autor Paulo Bernardino com Rui Vilão e José Miguel Baptista. Posted by Picasa

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Pensamento

Música: Adriano Correia de Oliveira e António Portugal
Letra: Manuel Alegre

Meu pensamento (Refrão)
partiu no vento
podem prendê-lo
matá-lo não

Meu pensamento
quebrou amarras
partiu no vento
deixou guitarras
meu pensamento
por onde passa
estátua de vento
em cada praça

(Refrão)

Foi à conquista
de um novo mundo
foi vagabundo
contrbandista
foi marinheiro
maltês ganhão
foi prisioneiro
mas servo não

(Refrão)

E os reis mandaram
fazer muralhas
tecer as malhas
de negras leis
homens morreram
estátuas ao vento
por ti morreram
meu pensamento


Paulo Bernardino, ex pianista do Coro dos Antigos Orfeonistas, logo à noite no TAGV, com uma peça de sua autoria, conjuntamente com Pedro Janela. Notícia do Diário ce Coimbra de hoje. Posted by Picasa

O MEU FADO

Música: Armando do Carmo Goes
Letra: 1ª quadra popular; 2ª quadra de António Tomás Botto (modificada)
Incipit: Esse ar de santa, a brilhar
Origem: Coimbra
Data: 1924

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Esse ar de santa, a brilhar,
Que do teu rosto esvoaça,
Põe meus lábios a rezar;
Maria, cheia de graça.

Não me peças mais cantigas
Que eu a cantar vou sofrendo,
Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.


Canta-se o 1º dístico, repete-se, canta-se o 2º e repete-se.
Esquema do acompanhamento:
1º dístico: Mib menor, Si maior, 2ª Mib /// 2ª Mib, Mib menor
2º dístico: Fá# maior, Si maior /// Mib menor, 2ª Mib, Mib menor, Mib maior (1ª vez)
2º dístico: 3ª Mib menor, 2ª Mib, Mib menor /// 2ª Mib, Mib menor (2ª vez)

Informação complementar:
Canção musical estrófica em compasso quaternário (4/4) e tom de Mi Bemol Menor. Espécime gravado pelo barítono Armando Goes em Lisboa, a 21 de Outubro de 1928, acompanhado exclusivamente em Guitarra de Coimbra de 17 trastos por Albano de Noronha e Afonso de Sousa: disco de 78 rpm His Master’s Voice, E.Q. 183 – 7-62228. A letra primeiramente transcrita neste verbete de inventariação corresponde à versão original e autêntica de "O Meu Fado", de Armando Goes. Trata-se de um dos primeiros temas compostos por Armando Goes, cantor estreado em Coimbra no ano de 1924 com apadrinhamento do Dr. António Menano, cuja voz já era conhecida no Liceu de Leiria e na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Esta composição anda vulgarizada com os os designativos "Fado da Nora" (Nunca chores junto à nora), "O Meu Fado" (Não me peças mais canções), "O Meu Fado" (Não choram os meus pecados), "O Meu Fado" (Tenho saudades do mundo) e ainda "Não me Peças mais Cantigas". A 1ª quadra é popular e já era cantada por António Menano na "Canção da Beira" antes de Armando Goes se ter radicado em Coimbra. Não deve confundir-se com "O MEU FADO" (Na minha campa desfolha), composição bem mais antiga, presente nas solfas impressas do cantor Manassés de Lacerda. A melodia é do tipo mórbido-lamentoso, sobrecarregada nalgumas vocalizações.
Na década de 1930 a letra original já estava estropiada e bem assim o título (Não me peças mais cantigas), por influência do registo concretizado antes de 1926 pelo cantor José Carvalho de Oliveira (78 rpm Pathé 4047, master 201012), sendo a 1ª quadra de António Tomás Botto e a 2ª de José Marques da Cruz:

Não me peças mais cantigas
Que eu a cantar vou sofrendo;
Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.

Nunca chores junto à nora,
Que a corrente faz girar;
Quem chora ao pé de quem chora
Fica-se sempre a chorar.

José Maria das Neves Lacerda e Megre gravou esta canção em 1960, acompanhado por António Portugal/Eduardo de Melo/Manuel Pepe e Paulo Alão: EP Alvorada, MEP 60 272, remasterizado no CD "Fados e Guitarradas de Coimbra", Lisboa, Movieplay, MOV 30.332 B, ano de 1996 (cd 2, Movieplay, MOV 30.332 B, faixa nº 15, com confusão de autorias, pois imputa a música a Ferreira Guedes e a letra a Armando Goes). Por sugestão de António Portugal, que tinha ligações ao estudante e poeta contestário António Ferreira Guedes, Lacerda e Megre preteriu a letra original em função de outra de Ferreira Guedes:

Tenho saudades do mundo,
Tenho saudades da vida,
Mas mais saudades eu tenho
Por te saber já perdida.

Nós somos na despedida
Duas saudades à espera
Que a morte venha e nos traga
Um resto de Primavera.

Luiz Goes regravou este tema em 1967, acompanhado à guitarra por João Carlos Bagão e Aires Máximo de Aguilar e, à viola, por António Simão Toscano e Fernando Neto Mateus da Silva: LP "Coimbra de Ontem e de Hoje," reeditado em 1983, EMI 11c 078 40624. Disponível em compact disc: CD "Coimbra de Ontem e de Hoje", Lisboa, EMI 7243 8 33481 2 1, editado em 1995, faixa nº 2; idem, Colecção "Um Século de Fado"/Ediclube, CD Nº 3, EMI 7243 5 20637 2 7, editado em 1999; ibidem, "Luiz Goes. Canções para quem vier. Integral (1952-2002)", Lisboa, EMI-Valentim de Carvalho, 7243 5 80297 2 7, ano de 2002, CD Nº 2, Faixa Nº 2, com identificação correcta de título, música e letra, transcrição e fixação de texto por José Anjos de Carvalho.
Porém, Luiz Goes não canta a letra original recebida de seu tio. Como primeira quadra interpreta a segunda - mas não modificando a versão original de António Botto, e, como segunda, adopta uma outra de António Botto que para o efeito lhe foi expressamente "descoberta" por Leonel Neves. Eis a letra interpretada por Luíz Goes, a qual deve considerar-se como sendo a versão definitiva autorizada ainda em vida por Armando Goes:

Não me peças mais canções
Porque a cantar vou sofrendo,
Sou como as velas do altar
Que dão luz e vão morrendo.

Tem quatro letras apenas
A triste palavra amor,
Menos uma do que a morte,
Mas mais uma do que a dor.

José Mesquita gravou "O Meu Fado" em 1979, mas com duas outras coplas, a primeira de António Ferreira Guedes e, a segunda, de Eugénio Sanches da Gama, acompanhado à guitarra por António Brojo e Jorge Gomes e, à viola, por Aurélio Reis e Manuel José Dourado (LP "Dr. José Mesquita – Fados e Baladas de Coimbra", Roda, SSRL 9000, editado em 1979, e cassete CSR 134). No referido disco figura erradamente o nome de António Menano como autor da letra:

Tenho saudades do mundo,
Tenho saudades da vida,
Mas mais saudades eu tenho
Por te saber já perdida.

Não choram os meus pecados
Os meus olhos a chorar
Choram ainda, coitados,
Com saudades de pecar!

Num outro registo de 1983, comercializado em 1984, disponível em compact disc ("Tempo(s) de Coimbra", CD Nº 1, EMI 0777 7 99608 2 8, remasterização em1992), José Mesquita, acompanhado à guitarra por António Brojo e António Portugal e, à viola, por Aurélio Reis e Luis Filipe, utiliza a segunda quadra da sua gravação de 1979 como primeira e, como segunda, canta esta outra de António Ferreira Guedes:

Nós somos na despedida
Duas saudades à espera
Que a morte venha e nos traga
Um resto de primavera.
Relativamente a este 2º registo de José Mesquita utilizamos a 2ª edição vinil, "Tempo(s) de Coimbra. Oito décadas no canto e na guitarra", Lisboa, EMI 2603833, ano de 1990, LP nº 2 (Anos 30 e 40), Lado A, Faixa nº 3. O acompanhamento é feito por António Brojo/AntónioPortugal (gg) e Aurélio Reis/Luís Filipe (vv). Quer na etiqueta do disco, quer no livreto com a transcrição das letras, atribui-se a Armando Goes música e letra, pese embora o facto de a letra interpretada por José Mesquita ser de António Ferreira Guedes e de jamais Armando Goes a ter cantado. De anotar também no referido trabalho de reconstituição do Grupo de Guitarras e Cantares de Coimbra os embaraços com a cronologia, pois "O MEU FADO" é um tema da década de 1920, pelo que deveria ter entrado no LP nº 1 e não no LP nº2.
Este espécime, em outras gravações, aparece sob o título “Não me peças mais cantigas”, “Nunca chores junto à Nora” e, também, “Fado da Nora". Uma outra versão, sob o título "Fado da Nora", é a gravada pelo cantor profissional Américo Lima (Cassete Tecla, TC 563), cantando como 1ª quadra “Nunca chores junto à nora”, de José Marques da Cruz, e como 2ª “A saudade faz lembrar”, da autoria do poeta e antigo estudante de Direito Domingos Garcia Pulido. A quadra de Garcia Pulido foi publicada num livrinho de versos entre 1911-1916 e vulgarizou-se nessa época na voz do serenateiro e membro do Orfeon de António Joyce, Augusto Morna (1909-1913). Cantores há que estropiam a referida copla, salmodiando no 2º verso “A maluqueira da nora”:

A saudade faz lembrar
A melopeia da nora,
A uns parece cantar
Parece a outros que chora!


Domingos Garcia Pulido, estudante de Direito da UC entre 1910-1916, poeta, era natural do Alentejo. Ainda estudante publicou “Nos braços da cruz”. A partir de 1926 aderiu ao regime salazarista e por 1934 exerceu funções de Inspector Geral dos Serviços Jurisdicionais de Menores. Em 1950 era Presidente do Conselho de Administração do jornal "O Século". Em todo o caso não é o guitarrista Garcia Pulido, activo em Coimbra na década de 1930, que acompanhou regularmente o barbeiro Flávio Rodrigues da Silva.
Registo raro é o de José Pimenta de Castro Lacerda e Megre, recolhido a partir de uma gravação do Rádio Clube Português, em 1955, no Pavilhão dos Desportos/Lisboa: CD "Coimbra Eterna", Strauss, ST 5190, ano de 1998, faixa nº 20, acompanhado por João Bagão/António Portugal (gg), Manuel Pepe/Levy Baptistas (violões aço). Lacerda e Megre identifica o tema como "Nunca Chores Junto à Nora", isto é, por via da gravação José Carvalho de Oliveira. Como 1ª quadra canta “Nunca chores junto à nora”, de José Marques da Cruz, e a título de 2ª, esta de autor não identificado que estaria muito em voga nos alvores da década de 1930:

Quem me dera, meu amor
Embora tu não o creias
Fazer girar o meu sangue
No sangue das tuas veias.

A intérprete do Fado Maria Teresa de Noronha costumava cantar "O MEU FADO", tendo-o incluído num programa da RTP gravado em 1959, acompanhada pelo conjunto de guitarras de Raul Nery: cassete vídeo “Recordando Maria Teresa de Noronha (1918-1993)”, Lisboa, Edição RTP/Videofono, ano de 1998.
Conhecemos uma interpretação deste tema na voz do barítono Joaquim Matos, presente no CD "Velha Guarda Coimbrã. Recordando... do Choupal até à Lapa", Pombal, DISCOTONI, faixa nº 10, acompanhado por José dos Santos Paulo/Francisco Dias (gg), não estando identificado o tocador de viola. Na ficha técnica sugere-se incorrectamente que o título "O Meu Fado" seria equivalente a "Fado da Nora".

-António Tomás BOTTO (Abrantes, 17 de Março de 1897; Rio de Janeiro, 17 de Março de 1959): funcionário público, poeta.
-José Marques da CRUZ (Leiria, 1888; Brasil, 1958): antigo estudante da UC, formado em Direito no ano de 1912, colega de curso do guitarrista Francisco Menano. Poeta de veia nacionalista, radicou-se precocemente no Brasil onde trabalhou como docente universitário.
-Eugénio Sanches da Gama (1864-1933): poeta, antigo estudante da UC, formado em Direito, foi professor no Liceu de Coimbra.
-Maria Teresa do Carmo de Noronha Guimarães Serôdio Paraty (1918-1993): notável intérprete do Fado, cantava temas do repertório de Armando Goes como "Fado dos Busos" e "O Meu Fado".

Transcrição musical: Octávio Sérgio (2005)
Pesquisa e textos: José Anjos de Carvalho e António M. Nunes
Agradecimentos: Dr. Afonso de Sousa, José Moças (Tradisom), Dr. Aurélio dos Reis


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. Abriu o espectáculo o grupo da TAUC, regido por André Granjo. São já um conjunto com uma boa sonoridade, e com um nível elevado. Boa abertura, para o que se seguiu. Posted by Picasa


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. Executaram várias peças, algumas de grande beleza e virtuosismo. Os dois formam um conjunto admirável. O público ficou rendido a este duo de Mestres. Posted by Picasa


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. O espectáculo terminou em parceria com a Tuna Académica da Universidafde de Coimbra. Foram duas peças de belo efeito. É de continuar com este tipo de parceria. Todos ficamos a ganhar, e ganha a guitarra de Coimbra. Posted by Picasa


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. No final, Fernando Alvim posou para a posteridade. Posted by Picasa


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. No final, António Chaínho acedeu a que o fotografasse. Posted by Picasa


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. No final, foto de amigos: Carlos Caiado, Rui Lopes, Octávio Sérgio, Paulo Soares e Adamo Caetano. Foto tirada por André Caiado. Posted by Picasa


António Chaínho e Fernando Alvim no TAGV. No final, alguns amigos posaram para a fotografia. Vêem-se Rui Lopes, Carlos Caiado, Octávio Sérgio e Paulo Soares, com alguns dos seus alunos da escola de guitarra. Foto tirada por André Caiado.

quarta-feira, novembro 30, 2005


Fernando Alvim e António Chaínho, juntamente com a TAUC, hoje, no TAGV. Notícia do Diário de Coimbra.


António Chaínho e Fernando Alvim, hoje, no TAGV. Posted by Picasa

Recital de guitarra portuguesa com os mestres ANTÓNIO CHAÍNHO e FERNANDO ALVIM

Datas :30 Novembro > 21h30

Com a participação da Tuna Académica da Universidade de Coimbra

Produção: Miguel Pedra

Não há um espectáculo assim.
Mestre António Chaínho na guitarra portuguesa, percorre as doze cordas no seu estilo virtuoso e, a um mesmo tempo, subtil. Com orgulho e dedicação, carinho ou devoção, ele é o hoje o maior embaixador da guitarra portuguesa. A acompanhá-lo, só podia estar Fernando Alvim, outro lendário guitarrista, exímio na arte da estrutura musical no que respeita à harmonia e ao ritmo.
Da sua imensa carreira, Chaínho vai fazendo desfilar temas como "Sonhar Lisboa" (gravado originalmente com a Orquestra Sinfónica de Londres) ou "Gaivotas ao Anoitecer" (do álbum "Guitarradas"), no seu jeito contido e, simultaneamente, entusiasmante. Como se alguém nos sussurrasse ao ouvido: "Silêncio! Vai tocar-se a guitarra portuguesa."
A seu lado, Fernando Alvim é muito mais do que um mero acompanhador capaz de enriquecer o desempenho do solista, como aliás comprovou longamente quando emparceirou com Carlos Paredes. Desde 1960 até 1984, ele foi o eleito de Paredes, tendo estado presente nos seus concertos e discos com a dedicação que se lhe reconhece.
A carreira de Fernando Alvim não se esgotou, no entanto, na sua parceria com Paredes. Além das inúmeras sessões em casas de fado, Alvim foi pioneiro na introdução do jazz, da bossa nova e até do rock em Portugal.
Tocou e gravou com Paredes, Amália Rodrigues ("Formiga Bossa Nossa"), Manuel Freire ("Pedra Filosofal"), Pedro Caldeira Cabral e muitos outros intérpretes de mérito indiscutível num percurso marcado pela excelência. Depois de Carlos Paredes, passou a acompanhar António Chaínho.
E este é também um recital em que, sem dispensar as invenções de outros grandes da guitarra portuguesa como Jaime Santos ("Variações em Lá"), António Chaínho se dispõe à fantasia para envolver cada um dos seus ouvintes num espectáculo de virtuosismo e sentimento. Um reportório de instrumentais capazes de nos transportar para um outro lugar, de um outro tempo, ao som do dedilhar de temas como "Valsinha Mandada", "Lisboa 23 Horas", "Lágrimas Paternas" e "Sonata em Ré".
Um pouco por todo o mundo, ou aqui, numa sala perto de si, a verdade é que não há um espectáculo assim, capaz de dignificar a guitarra portuguesa e alguns dos temas em que ela melhor se faz ouvir. Num reportório exclusivamente composto por instrumentais, António Chaínho brilha como nunca ao leme da guitarra. Quem quer viajar com ele?
Nota tirada do site do TAGV.


Ensaio em casa do cantor Frederico Alexandre, em Torres Novas, com Frias Gonçalves, José Amaral e Mora Leitão nas guitarras e Carlos Lima (Cabé) na viola. Foto amavelmente cedida por Frias Gonçalves. Posted by Picasa


Ensaio em casa do cantor Frederico Alexandre, em Torres Novas, com Frias Gonçalves, José Amaral e Mora Leitão nas guitarras e Carlos Lima (Cabé) na viola. Foto amavelmente cedida por Frias Gonçalves. Posted by Picasa


Tese de doutoramento sobre Edmundo de Bettencourt e a sua obra, é a notícia do Diário de Notícias, da Madeira, do passado dia 22 de Novembro. Este jornal foi-me amavelmente cedido por Jorge Machado do Grupo "Canção de Coimbra". Posted by Picasa

terça-feira, novembro 29, 2005


Programa do espectáculo de sábado passado no Teatro Gil Vicente, com Jorge Cravo, acompanhado pelo "Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra" na primeira parte e pelo "Grupo Presença Coimbrã" na segunda. Página 1. Posted by Picasa


Programa do espectáculo de sábado passado no Teatro Gil Vicente, com Jorge Cravo, acompanhado pelo "Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra" na primeira parte e pelo "Grupo Presença Coimbrã" na segunda. Página 2. Posted by Picasa


Programa do espectáculo de sábado passado no Teatro Gil Vicente, com Jorge Cravo, acompanhado pelo "Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra" na primeira parte e pelo "Grupo Presença Coimbrã" na segunda. Página 3. Posted by Picasa


Programa do espectáculo de sábado passado no Teatro Gil Vicente, com Jorge Cravo, acompanhado pelo "Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra" na primeira parte e pelo "Grupo Presença Coimbrã" na segunda. Página 4. Posted by Picasa


Programa do espectáculo de sábado passado no Teatro Gil Vicente, com Jorge Cravo, acompanhado pelo "Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra", na primeira parte e pelo "Grupo Presença Coimbrã", na segunda. Página 5. Posted by Picasa


Programa do espectáculo de sábado passado no Teatro Gil Vicente, com Jorge Cravo, acompanhado pelo "Grupo Académico de Fados e Canções de Coimbra" na primeira parte e pelo "Grupo Presença Coimbrã" na segunda. Página 6. Posted by Picasa

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