sábado, março 19, 2005

Página do Grupo de Fados AEMINIUM

Mais um site de divulgação da música de Coimbra, do meu amigo Monteiro. Bom trabalho e bom sucesso.

http://www.geocities.com/jnfarinha/aeminium.html

sexta-feira, março 18, 2005


Capa do último CD gravado por Jorge Tuna e Durval Moreirinhas.Como já é habitual, estamos em presença da qualidade, não só interpretativa como criativa. Estes dois músicos foram feitos um para o outro.Um cria e o outro acrescenta mais qualquer coisa com a sua arte de acompanhar. Duo perfeito.  Posted by Hello


Jorge Tuna e Durval Moreirinhas na gravação do último CD "As mãos e a Alma" Posted by Hello


Jorge Tuna e Durval Moreirinhas aquando da gravação do último CD "As mãos e a Alma" Posted by Hello

A propósito de Sérgio Azevedo

O meu filho Sérgio Azevedo ilustre compositor de música erudita, foi, em tempos, um estudioso da guitarra clássica e posteriormente da guitarra de Coimbra. Na primeira, atingiu um nível invejável e isso é visível num disco do José Mesquita, “Ecos da Canção Coimbrã,” um disco gravado em 1987, para a etiqueta Polygram-Philips e posteriormente reeditado em CD em 1996, no qual me acompanhou à viola. Na guitarra de Coimbra também atingiu um patamar bastante elevado, sentindo-se já a veia criadora que nele permanecia latente. Pena foi que um disco que se gravou para a Secretaria de Estado da Emigração, na altura com a Dra. Manuela Aguiar à frente, não tivesse sido editado, pela saída da dita senhora e entrada do Dr. Correia de Jesus para o mesmo cargo. Coisas que nunca entendi nem me foi explicado. Simplesmente aconteceu e o dinheiro gastou-se. É um mistério para ser um dia desvendado! Onde param essas bobinas, gravadas pelo Costa Pinto, em Belém? Já agora refiro que os intervenientes da citada gravação foram além de mim e do Sérgio Azevedo, Durval Moreirinhas, António Bernardino, Armando Marta e Arménio Santos.
Tenho em meu poder uma gravação com as peças que entretanto Sérgio Azevedo compôs para guitarra de Coimbra solo. Poderão vir a lume um dia, se ele se dispuser a tal.


Disco Ecos da Canção Coimbrã Posted by Hello

Foi com surpresa que hoje encontro no seu Blog a fotografia e o texto que abaixo reproduzo. Só quero acrescentar que o número de peças tocado foi de 14. Outras, depois disso, já as pus em partitura, para virem a ser executadas posteriormente.
O número de peças produzidas por Sérgio Azevedo é já muito grande. A facilidade e rapidez com que escreve é impressionante. Vale a pena consultar o seu Blog cujo endereço se segue.

http://www.tonalatonal.blogspot.com/


1º Festival da Guitarra de Coimbra Posted by Hello

Texto de Sérgio Azevedo

O meu pai foi homenageado pela Cidade de Coimbra no 1º Festival de Guitarra de Coimbra. Nessa altura, numa sala cheia a abarrotar, Paulo Soares tocou primorosamente quase todas, ou todas as obras do meu pai, que não são muitas e cabem num concerto de tamanho normal(apenas porque ele é excessivamente autocrítico do que escreve). O sucesso foi grande, e tenho muito orgulho no pai que tenho e que me ensinou as primeiras noções de música quando eu tinha para aí uns 4 anos. Ainda tenho os cadernos com as claves de sol e fá todas tortas que eu tentava desenhar. Na foto, além de mim, está a abraçar o meu pai o Armando Luis de Carvalho Homem, insigne guitarrista que acompanhou o meu pai no seu disco de solos, contribuindo com a sua imaginação para a beleza do resultado final. A guitarra de Coimbra, com os nomes da família Paredes, do Jorge Tuna, do Bagão, do Portugal e do Brojo, do meu pai e de muitos outros, tem um historial que deveria ser mais estudado pelos musicólogos portugueses, a exemplo do que se faz lá fora pela música de caracter folclórico-urbano ou de raiz folclórica, como é o caso. felizmente, na nova "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX", que será publicada pela Universidade Nova (30.000 entradas!) e vai até ao ano de 2000, a guitarra de Coimbra está bastante bem contemplada. Para que não se perca uma tradição musical sem paralelo. Parabéns Pai!


Casa onde nasci, em Viseu, na rua Simões Dias nº 100 Posted by Hello


Jorge Tuna - A guitarra de Coimbra (Capa do disco) Posted by Hello

Jorge Tuna - A Guitarra de Coimbra. Disco gravado em 1989 e reeditado em CD no ano de 1997 pela etiqueta Jorsom. É um disco com Jorge Tuna novamente no seu esplendor.
Travei conhecimento com as suas primeiras peças, quando andava ainda no Liceu. Como é possível tocar e compor assim, pensava eu! Era um arrebatamento ouvir Jorge Tuna. Com uma dedilhação a raiar a perfeição, era um espanto ouvi-lo, na rádio, tocar aquelas variaçõres do Artur Paredes, como o Ré maior, por exemplo. Soavam-me melhor que tocadas pelo autor! Estavam revestidas de punhos de renda, sem no entanto lhes faltar a força e a garra do Artur Paredes. Que pena não as ter gravado em disco. E as gravações da Emissora Nacional, onde estão? Ouçam-se as "Variações de Coimbra" de Afonso de Sousa. O próprio autor não se coibia de declarar que as tocava melhor que ele. Mas o "Mi menor", o "Lá maior", o "Si menor" e a "Rapsódia de Fados" eram monumentos à Criação. Estava a nascer uma nova “escola". E veio para ficar.
Hoje é vulgar ouvir dizer-se: "toca à Jorge Tuna". E tem três aspectos esta afirmação: pode referir-se ao conteúdo, à maneira de tocar, ou às duas premissas em simultâneo.
Neste disco saliento “Música Breve”; é uma daquelas peças que me faz abstrair de tudo e escutá-la somente. Excitante de início, tranquiliza-nos numa notável passagem a menor e acaba levando-nos ao século dezoito e aos seus alaudistas. Em “Os Saltimbancos” saliento o belíssimo trabalho do meu grande amigo Durval Moreirinhas. Por vezes até se pensa estar perante um guitarrista de formação clássica.
Muito mais haveria para dizer. Estes vinte anos de silêncio de Jorge Tuna não o fizeram perder qualidades. Continua a ser a mesma “escola”. Só os temas são agora mais românticos, mais descritivos.

Vou transcrever o que António Almeida Santos anotou para este disco:

A guitarra portuguesa está longe de um ponto de chegada. É, de facto, um filão por descobrir. Quando tentar a travessia da música clássica, que a homóloga espanhola conseguiu com êxito, pode atingir os longes que atingiu a harpa. Faltou-lhe, até agora, esse mínimo que se deve a um instrumento, que é o ser tocado por quem sabe música e não apenas a sente. Salvo excepções contadas, a guitarra portuguesa tem feito o seu caminho à revelia do solfejo.
Mas quando se a ouve gemer pela mão e pela alma do Jorge Tuna, percebe-se que está nela um “velo de ouro” a conquistar. Não há, neste disco, uma asperidade; nem uma só concessão ao êxito fácil da forma sobre o fundo; nem a tentação do já ouvido, tão frequente na criação musical.
Contribuinte deste resultado é o acompanhamento do Durval Moreirinhas, que trata por tu a viola e conhece como poucos o segredo da sua subalternização à guitarra. A ausência das praxísticas segunda guitarra e segunda viola, se adelgaça o volume dos sons, reforça~lhes a justaposição.
Repete-se, com este disco, o milagre de Orfeu: por momentos, rouba-nos aos infernos da vida. E não menos o milagre sinalagmático do Dr. Fausto: no equador da vida, este professor – médico dos corações – rebela-se contra as rotinas da profissão e cura as resignações do próprio. Só que a coramina é outra: sacode o pó da velha guitarra, desenferruja os dedos e, com surpresa, reencontra intacta a alma.
O que agora criou é do melhor de sempre. E também do melhor de sempre que em Coimbra se fez. Há composições neste registo que vieram para ficar.
Não põem problemas? Não derrubam Bastilhas? É verdade que não! Aquietam revoltas? É verdade que sim!
Mas que ninguém se iluda: a beleza é sempre subversiva.

Biografia de Jorge Tuna (Tirada da capa do disco): Jorge Tuna é Licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, cidade de onde é natural. Reconhece em Artur Paredes a figura tutelar fundadora da moderna guitarra de Coimbra; inicia em meados de cinquenta a aprendizagem e estudo do instrumento. Sempre acompanhado pelo Durval Moreirinhas, rapidamente atinge, no campo da composição e da execução, níveis pouco comuns no panorama artístico nacional.Enquanto estudante foi membro do Orfeão e da Tuna Académica.; inúmeras digressõe por terras de além fronteira, acompanhando os nomes mais representativos da canção de Coimbra – Zeca Afonso, Sutil Roque, Machado Soares, Adriano Correia de Oliveira e outros. Totalmente absorvido pela sua actividade profissional – professor da Universidade de Lisboa – aceita o desafio de alguns amigos e põe termo a um interregno de 20 anos; quebrado o silêncio, aqui vos deixo a presente obra.

Biografia de Durval Moreirinhas (tirada da mesma capa): Durval Moreirinhas é natural de Celorico de Basto. Com a ajuda e apoio de seu pai, grande amante e conhecedor da música coimbrã, bem cedo se iniciou no campo musical que ainda hoje é o seu – a viola de acompanhamento de fado, balada ou guitarra. Nomes grandes da canção de Coimbra foram por si acompanhados – Luís Goes, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Machado Soares, António Bernardino, e tantos outros. Também os maiores solistas de guitarra, com maior ou menor incidência temporal, foram por si acompanhados: Jorge Tuna, Eduardo Melo, António Portugal, António Andias, João Bagão, Octávio Sérgio, Fontes Rocha, etc. Fez parte dos grupos de fado que a seu tempo pontificaram nos organismos Académicos – Orfeão e Tuna – actuando em algumas das mais célebres salas de concerto mundiais.: Lincoln Center (N. York), Olympia (Paris), tendo até hoje colaborado em dezenas de gravações de discos e actuado em programas de rádio e televisão nacionais e estrangeiras.

quarta-feira, março 16, 2005


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Coimbra à guitarra - Carlos Carranca

“Coimbra à Guitarra” de Carlos Carranca. Deste livro de poesia, editado pela MinervaCoimbra em 2003, também se pode dizer, como António Pinho Brojo escreveu a propósito do livro do mesmo autor, “Sete poemas para Carlos Paredes”: Autêntica oração à guitarra portuguesa, neste caso à de Coimbra.
Não resisto a transcrever o poema que me dedicou:

Octávio Sérgio


Como se
tocasse o passado

Dedos
tangendo a memória

Guitarra alada
onde o homem
se contempla
e a vida
se renova


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Capim e poemas supérfluos - Carlos Couceiro

Carlos Couceiro ofereceu-me este livro em Julho de 1985, numa altura em que com ele formava um grupo de Fado de Coimbra. Não vou fazer crítica, pois não sou expert no assunto. Apenas digo que gostei de o ler e reler. Vou transcrever a biografia do autor que se encontra na contra-capa:
O Autor
Carlos Alberto Martins Couceiro
Nasceu no Lobito - Angola, a 3 de Janeiro de 1930. Aí estuda até aos 15 anos, vindo depois para Coimbra - sua segunda terra de adopção e que tão vincadamente o marcou - onde conclui o liceu (D. João III).
Surgem, então, as primeiras poesias, tão de braço dado com a guitarra e os desportos. Faz os Preparatórios de Engenharia e transita de seguida para o Porto onde conclui o Curso de Engenharia Civil.
Uma breve passagem por Lisboa - onde continua a viver com a madrugada - e depois o almejado regresso a Angola.
Em 1974 volta a Lisboa onde toma base para circular pela Arábia Saudita, pelos Emiratos Árabes, pela Líbia e por Angola.
Ainda no Liceu obtém, em poesia, uma menção honrosa nos Jogos Florais do C. F. B. e nos Jogos Florais Luso-Brasileiros da C. U. F.
Vive no intervalo das horas. E quanto, assim! desleixa de vocação poética e desaproveita da natural intuição para as Matemáticas Superiores. E quantos poemas ficados em apontamentos perdidos ou na memória que acabou por esquecê-los!...
Está com Bertrand Russel na sua lógica matemática, no seu socialismo humanista, na sua filosofia dos tempos simples, no seu agnosticismo.
Apoia a sua inserção social na Tolerância, na Bondade, na Verdade e na Justiça, de onde recolhe Amigos de todos os quadrantes sociais, políticos e religiosos.
E são Familiares e Amigos que o "forçam" a publicar este seu primeiro livro.

terça-feira, março 15, 2005


Capa do disco "Baladas de Despedida - anos 80". Foi um disco editado em 1994 que nos mostra a veia criativa dos jovens da geração de 80. Alguns dos intervenientes são agora bem conhecidos na temática da Canção Coimbrã. Nas guitarras, estão, por ordem em que entram no disco, António José Moreira, Henrique Ferrão, António Vicente, João Paulo Sousa, Paulo Soares e José Alberto Rabaça. Nas violas, José Carlos Ribeiro, Luís Miguel Martins, Manuel Pêra, João Carlos Oliveira, Jorge Mira Marques, Luís Carlos Santos e Carlos Costa. A cantar, Jorge Cravo, António Pimentel, Rui Pedro Lucas, Alcides Sá Esteves e Luís Alcoforado. Letras deAntónio Pimentel, Petrónio Ricciulli, António Vicente, Jorge Cravo e António José Monteiro. Músicas de António Pimentel, José Carlos Ribeiro, Petrónio Ricciulli, António Vicente, António José Moreira, João P Sousa, Rui Lucas e José Alberto Rabaça. É um disco histórico que enriquece o espólio coimbrão.  Posted by Hello

Bloco de Notas (2)

Vou entrar propriamente nos assuntos focados nos blocos de notas encontrados no fundo de uma gaveta. Começo pelo que tem a data de 1979.
Refiro em primeiro lugar que fiz quatro introduções para dois fados a cantar pelo Machado Soares : “Sé Velha”, de Carlos Figueiredo, em dó sustenido menor e “Ondas do Mar”, em fá maior, do mesmo autor. Pelo que leio, naquela altura dava-me ao luxo de fazer duas introduções para escolher uma! Não faço ideia já do que fiz e se ainda estão “vivas”!
A seguir, digo que emprestei a viola ao Machado Soares para ir à televisão, ao directíssimo, acompanhado pelo António Portugal à guitarra, Luís Filipe à viola e ainda o António Bernardino a cantar também. É curioso notar que o Fernando Machado Soares nunca actua em nenhum epectáculo sem ter a viola na mão. Diz ele que é para marcar o ritmo desejado. Das primeiras vezes que o acompanhei, aquela viola fazia-me muita confusão, pois nem sempre os tons que dava eram totalmente apropriados. É bastante difícil tocar e cantar simultaneamente. Mas, enfim, como cantava tão bem, isso passava despercebido. Voz de tenor com grande potência e bom timbre, com pianíssimos de parar a respiração, punha as plateias ao rubro. Foram sempre de grande sucesso os espectáculos em que com ele participei. Na altura morava em Almada, a cem metros da sua casa.
Vejo uma nota , agora, dizendo que falei ao Durval Moreirinhas na possibilidade de o Machado Soares vir a cantar connosco na casa de Fados do Rodrigo, em Cascais. Pelo que me lembro, nunca se concretizou esse plano.
Nesta altura integrava um grupo com o Teotónio Xavier e Silva Ramos à Guitarra e à viola, Carlos Figueiredo e Ferreira Alves. Refiro que Carlos Figueiredo foi autor de muitos fados. Isso pode ver-se num disco que mais tarde, já depois de eu sair, este grupo gravou com o cantor Pedro Ramalho, tudo fados da autoria de Carlos Figueiredo. Mais tarde darei notícia deste disco. Ferreira Alves foi o primeiro acompanhador de Carlos Paredes. Há uma fotografia em que aparece com o Artur Paredes, Afonso de Sousa, Carlos Paredes e Arménio Silva.
Num dos ensaios com este grupo, O Teotónio Xavier contou que um dia o Carlos Paredes lhe pediu para ir ter com o pai para lhe dar uma unha postiça, como se fosse para o Xavier. Quando este a pediu, Artur Paredes disse que para ele dava tudo, mas para o malandro do filho não dava nada! Estavam assim as relações, na altura, entre pai e filho.
Num ensaio, Carlos Figueiredo disse que eu, desde que estou a tocar com eles (os pexotes, como disse), evoluí muito. Havia recomeçado a tocar em 1976, como já referi no primeiro “Bloco de Notas”, de maneira que ia aos poucos adquirindo a forma anterior.
Num ensaio toquei o meu Ré menor e perguntei aos presentes se gostavam de uma certa passagem. Foi-me dito que era muito boa mas que fazia lembrar Carlos Paredes. Repliquei que também as vulgares variações de Coimbra fazem lembrar as feitas anteriormente por outros compositores. Na altura praticamente ninguém utilizava as novas técnicas. Por isso, eu dava nas vistas pela negativa. Além disso, era quase consensual ouvir dizer-se que a guitarra de Carlos Paredes não tinha nada a ver com Coimbra. Logo, com aquela técnica, nada poderia ter o sabor a Coimbra. Para o vulgo de então, não havia hipótese da guitarra evoluir. Não se podia sair daquele grupo de sete notas!
O Teotónio Xavier teria uma opinião diferente e contou que certo dia tocou num convívio, com a presença de Carlos Paredes, as “Variações em Lá menor” do Jorge Morais (Xabregas). No final, Carlos Paredes vira-se para a assistência e diz: acabaram de ouvir umas variações antigas do meu pai. Se ao filho, aquela música parecia do pai, por que é que os teóricos da guitarra como por exemplo Afonso de Sousa, nunca aconselharam o Xabregas e outros a tocar apenas as variações de Artur Paredes? Será que, pelo facto de eu usar a técnica evoluída de Carlos Paredes, terei de ou renunciar a ela ou tocar só música de sua autoria, como me disse Afonso de Sousa? Será que com aquela técnica não é possível um compositor individualizar-se? Já o João Bagão também me veio com a mesma história.
Eram tempos difíceis para quem pretendia dar uma sacudidela no marasmo. E vejam como as coisas são. Assistam agora a um espectáculo de Coimbra e só ouvem Carlos Paredes, praticamente mais nenhum músico tem a honra de ouvir executar as suas peças. E as novas composições para guitarra solo, ainda em número muito reduzido, compostas pelos novos valores a despontar, lá têm o seu cunho. Carlos Paredes foi adoptado como símbolo máximo da guitarra de Coimbra. Quem tinha razão, afinal?
Faço aqui uma pequena ressalva às composições dos novos valores. Refiro-me concretamente a Jorge Menino, filho do meu grande amigo Hermínio Menino, a residir em Viseu, minha terra natal. O seu modelo, sem o copiar, é o Jorge Tuna. Notam-se nitidamente as influências sem, no entanto, o plagiar. Estamos à espera da rápida saída do disco, agora em estúdio, para se poder apreciar em pleno.
Outro caso é o de Paulo Soares (Jojó), um caso típico de individualização. É dele e de mais ninguém. Para isso é preciso ter assimilado muitíssimo bem tudo que para trás se fez e não escolher modelos.

Carlos Paredes - Poesia de Eduardo Aroso

Carlos Paredes

Veio por fim a madrugada
Contratempo em tom maior.
Talvez pausas, pausas,
Melodias adiadas,
Mas tudo por amor,
Carlos, Carlos Paredes.

Se a morte é suave,
Deixa-nos a sede,
Voo altaneiro de ave,
Asas de fogo e de querer,
Cordas tensas, metálicas,
De Portugal a cada tempo a renascer.

Só há pausas frias e longas
Quando os dedos descansam.
Mas no rumor incessante do mar
Espreita a gaivota, olhando o longe,
Para subir de novo
Ao sol do acorde perfeito,
Mais sonhos do nosso povo.

Amanheceu o dia em dó maior,
Orvalho de lágrimas,
Cortejo de fusas,
Dedilhadas,
Agora e sempre
De poesia acompanhadas.

Oh, movimento perpétuo
Gravado na memória
De todas as esperanças
Onde em cada primavera
Há sempre verdes anos
De quem nasce nesta terra!

Teu corpo não morre não.
Esse que é outra carne,
Que vive sempre, clarão,
Guitarra musa, guitarra lusa,
Teu destino e nossa condição.

Coimbra, 23/7/04

Eduardo Aroso

segunda-feira, março 14, 2005

Paulo Soares na internet

Paulo Soares (Jojó) tem uma página na Internet em que fala do seu "Método de Guitarra Portuguesa" e da "Escola do Fado e da Guitarra", além de ter ainda asociados alguns links que nos levam a outras paragens de muito interesse. Segue o endereço:

http://paulosoaresjojo.no.sapo.pt/


Paulo Soares (Jojó) editou em 1997 este magnífico "Método de Guitarra Portuguesa". Especialista no ensino e na execuçao deste instrumento, recomendo a sua utilização a quem pretenda aprender a dedilhar a guitarra. Estou a contar com um segundo volume brevemente. Entretanto ficamos à espera que outros se abalancem a projectos semelhantes. Já há mais um em perspectiva. Vamos esperar..  Posted by Hello


Carlos Paredes fez a doação a Coimbra de duas guitarras utilizadas em concertos por todo o mundo. Esta é a grande notícia de hoje do "Diário de Coimbra". A nossa cidade ficará mais rica com este espólio.  Posted by Hello


Sérgio Azevedo Posted by Hello

Blog de Sérgio Azevedo

O meu filho Sérgio Azevedo compositor de música erudita,tem um BLOG dedicado à música e a assuntos com ela relacionados. O endereço está a seguir. Dêem uma olhada que vale a pena. Já tem muitos Posts em arquivo.

http://www.tonalatonal.blogspot.com/

Oportunamente irei falar novamente nele, pois acompanhou-me à viola e à guitarra em alguns discos. Tem peças para guitarra solo. Espero poder colocar aqui, brevemente, algumas das suas partituras.


Adriano na televisão. Princípios da década de sessenta. Na foto: Adriano Correia de Oliveira de pé e sentados da esquerda da foto para a direita: Octávio Sérgio, António Portugal e Rui Pato. Foto tirada no Estúdio da RTP. Aúltima vez que acompanhei o Adriano, foi no programa Cantos e Contos de Coimbra, nos Estúdios da RTP do Monte da Virgem, no Porto. A doença que o vitimou já estava em grau bastante adiantado. Um mês depois, faleceu (16/10/1982).  Posted by Hello

domingo, março 13, 2005


Disco de Adriano Correia de Oliveira. Esta é a capa da obra completa de Adriano. São sete discos que vão da Música de Coimbra às Baladas. Acompanhado por excelentes músicos, como o Rui Pato, António Portugal, José Niza, Durval Moreirinhas, António Brojo, Eduardo Melo, Jorge Moutinho, Paulo Alão, falando apenas dos músicos ligados a Coimbra. Canta poemas em grande número de Manuel Alegre e Manuel da Fonseca. É uma compilação obrigatória para constar da nossa estante de CDs. Posted by Hello


Grupo de amigos cultores do Fado de Coimbra. Estivemos no sábado, dia 12 de Março de 2005 na povoação de Eixo, perto de Aveiro, no Centro Infantil do Eixo, num espectáculo para angariação de Fundos para o Novo Centro Infantil. De pé estão, da esquerda da foto para a direita: Castro Madeira, Jorge Rino, Victor Nunes, Carlos Teixeira, Manuel Borras e Manuel Dourado. Sentados pela mesma ordem: Ulisses Carvalho, Octávio Sérgio e José Rocha. Posted by Hello

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