sábado, fevereiro 03, 2007

REUNIÃO DO CURSO DE HISTÓRIA 1997-2001
Se porventura os(as) caros amigos(as) conhecerem alguém do Curso de História de 1997-2001 em Coimbra, façam o favor de divulgar esta mensagem já que houve colegas que se "evaporaram" completamente. Uns continuam por Coimbra nos seus afazeres, outros regressaram às suas terras e um, imagine-se, o Ricardo Capelo, conhecido pelo "Padre Nosso" (só para os amigos), pois tinha sido seminarista, só que na hora de ir para padre, veio para História em Coimbra e hoje é o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Lamegal, Concelho de Pinhel, Distrito da Guarda. Outros regressaram a Cabo Verde, outro à Ilha da Madeira, outra ao Canadá e tantos mais casos. No caso de conhecerem alguém deste Curso, por favor, façam chegar a mensagem que envio abaixo.

Obrigado!

Caros(as) Colegas: 10 anos passaram desde que aportámos a Coimbra, essa Coimbra das Canções e Tradições Académicas que perduram no tempo e nunca mais cessam. Foi em Coimbra que o nosso Curso viveu e conviveu durante 4 maravilhosos anos, desde os convívios, os copos (Quem se esquecerá do Traçadinho?) na inesquecível tasca do Sr. Pinto (não esquecendo também as longas horas de estudo para os Exames!!!!), não olvidando tantas coisas que nos ficaram no imaginário comum de tão sublime curso que passou pela UC, com gente de Norte a Sul, da Madeira até de Cabo Verde.
Há pouco, a nossa colega, Dr. ª Alexandra Silva, enviou-me um mail pela net (poderia enviar um mail sem ser pela net?) a informar que no próximo dia 5 de Maio do ano corrente, queria fazer uma almoçarada dos 10 anos do Curso de História, em Coimbra, no fim de semana da Queima. Para ter a certeza, devem enviar um mail para a Alexandra (
alexandracsilva@yahoo.com ) até ao dia 1 de Abril (é dia das mentiras mas isto é verdade!), para confirmarem!
Os/as do Curso de História de 1997/2001, podem vir sós, com os/as namorados/as, maridos/mulheres, os filhos/as... enfim, com quem quiserem, uns mais barrigudos, outros mais carecas... venham como quiserem, mas venham! Para mais com uma promessa de grande confraternização! E não se esqueçam de trazer pelo menos a Capa de Estudante ou a Pasta com as fitas, que eternamente nos ligarão a Coimbra.
Passem a mensagem à malta de História de 1997/2001 de quem tiverem o contacto.
Por isso: Eh Malta! E plo Curso de História 1997/2001 não vai nada, nada nada? Tudo!

Saudações Académicas
Rui Lopes
(Curso História 1997/2001 na UC)


Convite para a exposição "O Fado na Pintura" de José Maria Oliveira e programa de actividades relacionadas com esta exposição.

O Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, esta noite no Casino da Figueira da Foz, a celebrar as Bodas de Prata. Diário as Beiras de hoje, num artigo de Patrícia Cruz Almeida.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Na memória do olhar

A música de Coimbra, a música cantada, tirando a superior presença de Luís Goes, adormeceu nas águas chocas do convencionalismo, sem um módico de inovação. Goes desde há meio século que vem sacudindo as poeirentas vestes de uma canção que adormeceu no tempo, suspirante e trigueirinha, nas capas velhinhas e nos ais de afirmação masculina, sem respiração arejada e colada a mitos. Zeca Afonso semeou incómodos. José Mesquita ensaiou novas palavras e outras melodias. Por aqui nos ficamos, acrescentando o contributo de Jorge Cravo. As gatas miadeiras de que falava Artur Paredes multiplicaram-se como saprófitas de um tempo que foi. Luíz Goes é outra música. Outra maneira de pensar e interpretar, sempre novo e sempre renovado, como provou há pouco com o Coimbra Espírito e a Raiz, dando voz a poemas de Carlos Carranca e à música de João Moura.
Surge agora na música de Coimbra algo a reter. Refiro-me a Cristina Cruz e ao seu disco Coimbra Memória do Meu Olhar. O chamado fado de Coimbra, cantado por esta mulher, acorda-nos para novos entendimentos. Mesmo quando canta temas ditos clássicos, a beleza do timbre e a segurança interpretativa, somados à limpidez e escorreiteza da articulação verbal, nada tem que ver com a banalidade em circulação. Ouvir Coimbra neste outro olhar, é acreditar na singularidade desse fabuloso património que é a sua música.
Dizem-me que há quem se incomode com a ideia de uma mulher a cantar música coimbrã. Só faltava mesmo essa. A interposição sexista atesta menoridade ao que se quer património universal. Intolerável no nosso tempo.
Cristina Cruz prova-o com este trabalho, que esperamos seja primeiro de muitos outros. De muitas outras. Abre portas. Caberá às mulheres que querem cantar a nossa música descobrirem caminhos próprios, na melodia como nas palavras, o que só contribuirá para o reconhecimento do que há de intemporal na música de matriz coimbrã.
Há quem insista em radicar música de Coimbra nos cancioneiros medievais, ideia aceitável por transculturalidade. Sobram confusões entre estruturas modal e tonal. Também há quem persista em medievalizar a vida portuguesa. A via da referida segregação é mais um passo. Acabarão exaustos.
Este disco de Cristina Cruz, suportado por acompanhamentos que são uma forma paralela e superior de criação, onde avultam a guitarra de Carlos Jesus e a viola de Paulo Larguesa, na boa companhia de António Jesus, Alexandre Cortesão, Bernardino Gonçalves e Fernando Plácido, é uma pedrada no charco.

José Henrique Dias

José Afonso em Loulé

Fado e música de Zeca Afonso em destaque no Centro de Documentação de Loulé
No âmbito do programa de actividades do Centro de Documentação da Divisão de Cultura e História Local de Loulé, ao longo do mês de Fevereiro vão ter lugar três iniciativas: uma exposição, um espectáculo/colóquio e uma visita guiada.
Deste modo, entre 10 de Fevereiro e 10 de Março, vai estar patente ao público, na Galeria de Arte do Convento Espírito Santo, a exposição "O Fado na Pintura", de José Maria Oliveira. Na inauguração, a 10 de Fevereiro, pelas 17h00, os visitantes serão brindados com um momento de fado de Coimbra pelo grupo "Ecos de Coimbra" e um beberete relacionado com a ambiência do fado.
As criações artísticas de José Maria Oliveira são diversas, livres e apresentam formas que a arte e o engenho permitem: pintura, desenho, escultura em terracota, cartoon, etc.. As suas exposições surgiram pela primeira vez ao olhar do público em 1963, no Círculo Cultural do Algarve, em Faro. Daí até aos nossos dias, mais de duas dezenas de mostras das suas criações têm circulado pelo Algarve, se não incluirmos as colectivas.
Do seu espólio artístico constam cerca de quatro centenas de trabalhos na área da pintura e cerca de dois mil e quinhentos trabalhos em desenhos (gravuras, aguarelas, retratos, etc.). Lançou-se também na cenografia, coreografia e publicidade.
A sua arte, de cariz surrealista, define-se pela sensualidade embrenhada na subtileza do humor, da beleza e da crítica, pelo grito da cor, pelo arrojo das temáticas. Por isso, a Exposição "O Fado na Pintura" testemunha a capacidade do artista sintetizar a música e a pintura num processo criativo único.
A segunda iniciativa do Centro de Documentação prevista para o mês de Fevereiro tem lugar dia 16, pelas 18h00, com uma visita guiada à Igreja Matriz de Loulé. Com o tema "Igreja Matriz de Loulé: mistérios do anoitecer na luz e na sombra", esta visita será orientada pelo Professor Doutor Francisco Lameira, Historiador de Arte, e pelo Professor Doutor Luís Filipe Oliveira, Historiador da Idade Média, ambos da Universidade do Algarve.
Finalmente, a 24 de Fevereiro, às 17h00, decorre na Galeria de Arte do Convento Espírito Santo, o espectáculo/colóquio de homenagem a Zeca Afonso, por ocasião dos 20 anos do seu falecimento. Para além de um debate sobre a vida e obra daquele que é considerado um dos maiores músicos portugueses de todos os tempos, esta iniciativa conta com um momento musical com o grupo "Ecos de Coimbra".
Do Blog da AJA.

Cristina Branco canta José Afonso no Teatro S. Luís, em Lisboa. Notícia do Público de hoje, num artigo de Nuno Pacheco.

Grupo Sons da Alma , logo à noite, na Casa da Cultura. Diário de Coimbra de hoje.

Tomada de posse dos novos dirigentes da Associação Académica de Coimbra, a 17 de Janeiro deste ano. Notícia do Diário as Beiras de hoje, no seu suplemento Olá Gente. Foto de Gonçalo Martins.

O Quinteto de Coimbra com a Região de Turismo do Centro. Foi no restaurante "O Porquinho". Foto de Carlos Jorge Monteiro. Diário as Beiras de hoje, no suplemento Olá Gente.

A Asociación para el Estúdio y la Investigación del Protocolo Universitário

A AEIPU é uma instituição fundada em 1996 que agrupa técnicos de diversas universidades espanholas ligados a gabinetes de protocolo, cerimonial e relações internacionais.
Em 2006-2007 exercia a presidência deste organismo Belén Sánchez Menasanch, da Universidade de Alicante. Integravam ainda a equipa um Vice –Presidente (Marisa Mendoza, da UBurgos), um Secretário (Jerónimo Hernández de Castro, da USalamanca), um Tesoureiro e oito vogais. O número de estabelecimentos de ensino público e privado filiados nesta associação ultrapassa já as sete dezenas.
Os objectivos que norteiam a existência e o funcionamento da AEIPU são os seguintes:

a) fomentar a troca de informações sobre Protocolo Universitário entre os especialistas das instituições filiadas;
b) unificar os normativos protocolares, respeitando as peculiaridades de cada instituição membro;
c) promover contactos entre pessoas e instituições a nível nacional e internacional;
d) desenvolver trabalhos de investigações sobre temáticas correlacionadas com o Cerimonial Universitário;
e) realizar periodicamente encontros e reflexões temáticas;
f) contribuir para o estudo de tradições, costumes e normas relativas ao Protocolo Universitário das universidades espanholas.

A AEIPU rege-se por estatutos próprios, disponibiliza bibliografia especializada aos associados, dinamiza grupos de trabalho, promove encontros desde 1996 e disponibiliza on line as comunicações e recomendações.

Dos encontros já realizados, são de mencionar:
-Encontro de 1996 (Granada)
-Encontro de 1997 (Rioja)
-Encontro de 1999 (Madrid)
-Encontro de 2005 (Santander)
-Encontro de 2006 (Pamplona)

Proximamente daremos resumo das comunicações apresentadas em cada um dos eventos referidos.
Fonte: “Asociación para el Estúdio y la Investigación del Protocolo Universitario”, http://www.prtocolouniversitario.ua.es/.
António Manuel Nunes

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

O Diário as Beiras também anuncia algumas das homenagens que irão ser feitas a José Afonso, agora que estamos próximos dos vinte anos da sua morte. Está aqui uma composição das duas notícias que sairam hoje naquele jornal.

Aproximam-se os vinte anos da morte de José Afonso. O Jornal de Letras não foge à regra e põe em relevo este facto, num texto assinado por M. H..


Memória dos Venturas (1)
Imagem do patrono do Colégio de São Boaventura, o franciscano São Boaventura ou Giovanni di Fidanza no Concílio de Lião de 1274, numa recriação do pintor espanhol Francisco Zurbarán (1598-1664).
AMNunes


Memórias dos Venturas (2)
Imagem setecentista de São Boaventura, existente na Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da cidade do Porto, com túnica franciscana, cíngulo de três nós, murça, barrete cardinalício escarlate e cruz abacial.
O Doutor Seráfico é considerado o segundo fundador da Ordem Franciscana. Nasceu em Viterbo no ano de 1221, estudou Teologia e ensinou em Paris, tendo falecido em 1274. Os franciscanos Boaventuras começaram por ter o seu colégio para lentes e estudantes na Rua da Sofia, cuja fundação ocorreu à volta de 1550. Em 1616 mudaram-se para a Alta, passando ulteriormente a ocupar o Colégio de São Boaventura da Rua Larga (edificado entre 1665-1678).
Com saiamento da Capela da Universidade, à capela deste colégio ia a UC em cortejo solene levando meirinho, corpo de verdeais, charamela, lentes com suas insígnias, bedéis, mestre de cerimónias, reitor e demais colégios, no dia 13 de Março de cada ano.
Alunos e lentes do referido colégio alinhavam após as entidades convidadas pelo Reitor, em 6º lugar a contar do 1º colégio que era o de São Tomás de Aquino. Os lentes deste colégio que exercessem a docência na UC e tivessem recebido insígnias doutorais, deveriam tomar o seu lugar na posição correspondente à Faculdade a que pertenciam.
À semelhança dos restantes colégios, os Venturas deveriam incorporar-se em todos os cortejos solenes, procissões, missas, exéquias, recepções régias, funerais e doutoramentos para que fossem reitoralmente convocados.
Extinto em 1843, demolido durante o ciclo das obras da Cidade Universitária (Dez. de 1949), como que se perdeu a memória iconográfica da vestimentária destes colegiais de São Boaventura.
Alguns dos colégios da Alta estiveram associados desde o século XVIII a momentos recreativos como outeiros poéticos, serenatas barrocas e recitais de guitarra inglesa, dados tanto nas portarias e nos salões, por alturas de investiduras de becas e festas de doutoramentos.
AMNunes

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Fiama Hasse de Pais Brandão e Os Hinos à Noite de Novalis

Modesta Homenagem em Breve Apontamento

Já Eugénio de Andrade escrevera que a poesia é inimiga do poético. Nesta aparente contradição se compreende a relação de Fiama com o público, no que toca à arte do verso. Preferiu a poesia ao palco, não no sentido do vero teatro, no qual também deixou obra de registo, mas no de uma atitude em que a poesia se basta a si mesma, e nisto tem a perene vitalidade que dispensa modismos de adrenalinas injectadas a gosto. Tão universal no princípio como no seu último verso, que fica sempre como mote para um recomeço de um breve fechar de pano. A vida bastou-lhe como afirmação.

Há todavia em si uma densa sensibilidade lunar e uma outra, solar, no mistério que é sempre a alma de um poeta. «...O Sol/ que perpassa em cumes e em cristas/ nasce nas arestas serranas do nascente/ e vai até ao mar em sete versos».
No sentir apolíneo poderíamos dizer que foi socialmente vigilante, por exemplo, em Barcas Novas, também, é certo, escrito numa idade em que o sangue está mais ligado ao corpo do que ao espírito. Recordamos o seu poema que Adriano Correia de Oliveira cantou (tivemos o privilégio de o ter acompanhado à “viola” uma única vez) com aquela voz de trovador, inquieta, inocente e simultaneamente doída, festiva e dolente. «São de guerra as barcas novas/ Sobre o mar com a sua guerra/ Barcas novas levam guerra/ E as armas não lavram terra». Ígnea forma de vida que levava Fiama a sentir as barcas enquanto nota dissonante no status quo de então; embarcações que anunciavam já outro manhã.

Mas é porventura o aspecto lunar (veja-se um dos seus primeiros poemas: «Mulher/que não canta/entretanto/cantá-la-emos») no mais fecundo sentido do termo, na acepção que há no Caos como possibilidade infinita e actuante, reorganizador de todas as forças, que podemos descortinar uma maternidade da sua palavra poética sustentadora e sobretudo capaz de todas as metamorfoses de vida. Se pensarmos em «afinidades electivas» como diria Goethe, dir-se-ia que Fiama Hasse de Pais Brandão, no seu mais recôndito interior foi atraída a uma das obras-primas de Novalis, Os Hinos à Noite, páginas de um romantismo filosófico amadurecido que ainda hoje preenchem o nosso quotidiano, quando encetamos a fuga possível, como num jogo do tempo a duas dimensões. E se, na versão dessa obra para a Língua Portuguesa, a pitonisa da palavra não plasmou, obviamente, qualquer ideia ou conteúdo, o certo é que a prosódia rítmica e a musicalidade que imprimiu ao texto vertido para o nosso idioma, nos faz acreditar que a poetisa, ela própria, comunga dessa poesia medular (por isso mesmo redentora) que há na obra de Novalis. Páginas de rara sensibilidade, numa forma que se furta à vulgar classificação da chamada prosa poética, ou poesia na extensão de certa prosa, epítetos que só condicionam a unidade singular que há no sentimento do poeta alemão, e que uma alma portuguesa transfigurou pela sonoridade de uma língua carregada de ancestralidade galaica.

Noite como redenção, desde logo, dos movimentos cíclicos dos ditos fenómenos naturais; noite na sua aparente quietude, passividade e escuridão. Porque a chave, se procurada, só na lei cósmica das alternâncias. Lemos no primeiro trecho que «A luz descerrou noutros espaços os seus álacres panais. Pois não havia ela de regressar para junto dos seus filhos, que a esperavam há muito com a fé da inocência?»
É sabido que uma desmesurada e constante actividade de permanente ritmo diurno acabaria com o que resta de uma forma de atenção unitiva à vida (uma outra, hoje, também estranha forma de vida) que se extingue na proporção directa da preocupação com lucros e bens apenas materiais. Este estado do coração e um certo estado da nação não permitem o necessário distanciamento para a visão fulgurante e serena da vida. «Mais celestes do que aquelas estrelas cintilantes nos parecem os olhos infinitos que a Noite em nós abre (...) Glória à rainha do mundo, à grande mensageira de mundos sagrados, a do amor extasiado –é ela que te envia até mim – doce amada – amável sol da noite – eis que estou desperto – porque sou teu e sou meu – revelaste- me a Noite como Vida – tornaste-me humano – devora de ardor espiritual o meu corpo para que, etéreo, eu possa misturar-me contigo mais intimamente, e seja então eterna a nossa noite de bodas» (Hinos à Noite).

O incidente (não acidente) que ocorreu no dia 19 de Janeiro com Fiama Hasse de Pais Brandão não é mais do que aquilo a que Pessoa chamou «a curva da estrada». Ele traz-nos o convite para uma nova leitura de Os Hinos à Noite, cuja primeira tradução, para a Assírio & Alvim, data de Setembro de 1988. Leitura apetecida à medida que a pujança solar, no calor externo dos dias, nos vai cobrindo da proximidade de nova primavera e depois verão. Aí se verá a noite como renovadora das forças julgadas incapazes, dos propósitos que se tornam exangues pelos venenos diários engajados. Aí se verá a noite plena (comungaremos também com Álvaro de Campos), a mãe universal a serenar todos os actos desvairados, a encorajadora de todos os propósitos apagados. O relento nocturno é o sémen de recomeçar. É Fiama que no-lo diz num dos seus poemas: «Nós que tivemos a vagarosa alegria repartida/ pelo movimento, pela forma, pelo nome,/voltamos ao zero irradiante...»

Já que a mão delicada de Fiama nos trouxe Novalis, na doce penumbra da Língua Portuguesa, então leiamos um pouco mais de Os Hinos à Noite: «Retirou-se a alma do mundo com todas as suas potências, para mais profundo santuário, para mais elevada sede do espírito – para aí reinar até romper o diurno esplendor do mundo. Não mais a Luz foi morada dos deuses ou indício celeste – sobre si lançaram o véu da Noite. A Noite era o poderoso seio das revelações – e a ele regressaram os deuses – nele se deixaram adormecer, para se lançarem em novas e magníficas formas, sobre o mundo transmudado».

Eduardo Aroso
23-1-07

terça-feira, janeiro 30, 2007

Exposição de pintura de José Maria Oliveira

O Fado na Pintura
Exposição de Pintura de José Maria Oliveira
Galeria do Convento Espírito Santo, Loulé
10 de Fevereiro a 10 de Março de 2007

10 de Fevereiro, 17h
Galeria do Convento Espírito Santo
Inauguração da Exposição “O Fado na Pintura”, por José Maria Oliveira
Momento de fado de Coimbra por “Ecos de Coimbra
Beberete “fadístico”


24 de Fevereiro, 17h
Galeria do Convento Espírito Santo
Espectáculo/Colóquio de homenagem a Zeca Afonso por ocasião dos 20 anos do seu falecimento, pelo grupo “Ecos de Coimbra
Beberete

3 de Março, 17h
Galeria do Convento Espírito Santo
Momento de fado por Rui de Sousa (voz), Valentim Filipe (guitarra), José Bandarra (viola)
Beberete

10 de Março, 17h
Galeria do Convento Espírito Santo
Momento musical por Paulo Soares (guitarra) e Rui Poço Ferreira (viola)
Beberete
Encerramento da Exposição

Mais unhas para a guitarra

"Mais unhas para a guitarra" (1).

"Mais unhas para a guitarra" (2).

"Mais unhas para a guitarra" (3).

"Mais unhas para a guitarra" (4).

"Mais unhas para guitarra" (5).

" Mais unhas para a guitarra" (6).

"Mais unhas para a guitarra" (7).

"Mais unhas para a guitarra" (8) foi um artigo saído na revista "Pública", nº 558, de 28 de Janeiro de 2007, pertencente ao jornal "Público". O texto é de João Pacheco e as fotos de Enric-Vives Rubio.
Agradeço a António Ralha o ter-me chamado à atenção a sua saída.


Manuel Ribeiro e Víctor Santos estiveram em Espanha, mais concretamente na Comarca de Ordes com as "Guitarras Portuguesas".
Do Blog do Manel.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

José Bruno, coimbrão de nascimento, açoriano de vivência
Retrato do Dr. José Bruno Tavares Carreiro (Coimbra, 1880; Ponta Delgada, 1957), cujo curso jurídico fez as suas despedidas da Alma Mater em 1904 com a récita "Uma Véspera de Feriado". Fotografia extraída da dita récita, cujo autor foi o próprio José Bruno, 3ª edição, 1929, p. 149.
Este filho de "amores de estudante", prontamente perfilhado por seu pai, segundo rezam os anais conimbricenses, destacou-se na vida cultural açoriana como advogado, fundador do "Correio dos Açores", paladino da autonomia regional, agitador de consciências e estudioso. É dele a mais avassaladora biografia de Antero (1948), de leitura ainda hoje obrigatória.
Na sua crónica de Domingo, Mário Mesquita discorreu longamente no PÚBLICO sobre "José Bruno Carreiro: Açoriano Universal" (edição de 28/01/2007, p. 11), dando também conta do colóquio que reuniu em Ponta Delgada nos dias 25-26 diversas individualidades e especialistas da vida e obra de José Bruno/Antero de Quental como Ana Maria Almeida Martins e Amadeu Carvalho Homem.
Seguidamente transcreve-se na íntegra uma notícia alusiva ao programa:
***
"Jaime Gama no colóquio sobre a vida e obra de José Bruno Carreiro
No dia 26, no Salão Nobre, a título póstumo, vai ser entregue pelo Presidente da Assembleia da República a Medalha de Ouro de Ponta Delgada a José Bruno Carreiro. Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, vai presidir à Sessão Solene de encerramento do Colóquio "José Bruno Carreiro, o Homem e a Obra", uma iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada, que terá lugar a 25 e a 26 de Janeiro próximo.
Jaime Gama presidirá a uma sessão em que estarão presentes todos os participantes nesta iniciativa, que visa homenagear o percurso do ilustre autonomista, numa ocasião, onde, também, a autarquia atribuirá, a título póstumo, a Medalha de Ouro de Ponta Delgada a José Bruno Carreiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. De acordo com fonte da Autarquia, estes actos, marcarão o encerramento do colóquio comemorativo dos 50 anos da morte de José Bruno Carreiro que, durante dois dias, vai reunir no Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada um conjunto de prestigiados palestrantes que, com o seu contributo, darão a conhecer melhor o percurso do jornalista e escritor que, embora nascido em Coimbra, filho do açoriano José Bruno Tavares Carreiro, pugnou sempre pelos valores autonómicos, tendo participado na preparação do decreto de 16 de Fevereiro de 1928, que outorgou o novo Estatuto das Juntas Gerais, tendo ainda exercido as funções de Chefe de Gabinete Civil do coronel Silva Leal, Delegado Especial do Governo nos Açores e Secretário do Governo Civil de Ponta Delgada. No colóquio de iniciativa do Município, resultante de uma proposta de Ana Maria Martins, cidadã honorária de Ponta Delgada e de Mário Mesquita, participará da sessão de abertura, marcada para as 10h00, de 25 de Janeiro, o neto do homenageado, o Padre Pedro Maria Tavares Carreiro. No Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada, que estará nesses dois dias aberto ao público em geral, seguir-se-á, depois, uma mesa redonda intitulada "José Bruno, político e autonomista", presidida e moderada pelo Reitor da Universidade dos Açores, Avelino de Meneses, e em que participarão Carlos Enes, Susana Serpa e Carlos Melo Bento. Às 12h15, terá lugar a conferência "O percurso de José Bruno Carreiro – da monarquia constitucional ao Estado Novo" por Carlos Cordeiro. A segunda sessão do primeiro dia de trabalhos continuará com a realização de três intervenções presididas, pelo Professor Doutor José Enes, com a intervenção às 15h00, do Comendador Manuel Ferreira intitulada "José Bruno Carreiro, cidadão e jornalista", e às 15h45, será abordado o "O caso Dreyfus analisado por autores açorianos José Bruno Carreiro e Jaime Brasil", por Mário Mesquita. Às 17h00 terá lugar a Mesa-redonda intitulada "José Bruno Carreiro, homem de Imprensa", moderada e presidida por Américo Natalino Viveiros, em que participarão Gustavo Moura, Jorge do Nascimento Cabral e José Maria Lopes de Araújo. Haverá, depois, um período de debate.
O segundo dia de trabalhos terá início às 10h00, presidido pelo moderador Carlos Riley, com as intervenções "José Bruno Carreiro, a autonomia e as finanças regionais" por Eduardo Paz Ferreira, a conferência "José Bruno Carreiro e a política internacional", por José Medeiros Ferreira, e com a "Conferência José Bruno Carreiro e Luís da Silva Ribeiro: dois intelectuais açorianos" por Álvaro Monjardino. À tarde, numa mesa presidida e moderada por Fátima Sequeira Dias terá lugar a conferência "José Bruno Carreiro, homem de cultura", por Onésimo Teotónio de Almeida. Segue-se, às 16h15, a sessão "José Bruno Carreiro, biógrafo de Antero" com a apresentação do livro "Antero de Quental, a construção de uma biografia" por Amadeu Carvalho Homem e por Ana Maria Almeida Martins. O debate do dia está marcado para as 17h30 e o encerramento para as 18h00.
Às 18h30, e já no Salão Nobre, decorre, então, a Sessão Solene presidida pelo Presidente da Assembleia da República, com atribuição a título póstumo da Medalha de Ouro de Ponta Delgada a José Bruno Carreiro, no Salão Nobre".
[Diário dos Açores on line, edição de 17/01/2007, site http://www.da.online.pt/; notícia do mesmo teor no site da Câmara Municipal de Ponta Delgada, cm-pontadelgada.azoresdigital.pt/.]
AMNunes

A renúncia do General de Gaulle à Presidência da República Francesa (1969, Abril)


Na noite de domingo, 27 de Abril de 1969, o General Charles de Gaulle (1890-1970), fundador (1958) e primeiro Presidente da V República Francesa (1959 ss.), conhecedor dos resultados do referendo desse dia sobre reforma do Senado, regionalização e «participation», que o davam como derrotado, tomou a decisão de renunciar. Fê-lo num lacónico comunicado à Imprensa, nestes termos:


- Je cesse d'exercer les fonctions de Président de la République. Cette décision prend effet demain à treize heures. (Ass.:) Charles de Gaulle.


Armando Luís de Carvalho HOMEM


No Bussaco
Fernando Dias Marques (g) e José Manuel Beato (viola e voz), numa festa de casamento no Hotel do Bussaco (16/12/1995).
Manhã: um abraço fraterno ao Fernando Marques que hoje defende provas de Mestrado em Ciências da Educação com uma tese inédita sobre o ensino da Guitarra em Coimbra.
Tarde: "Uma Guitarra com Gente Dentro. O Ensino-Aprendizagem da Guitarra de Coimbra na Tradição Oral em Comunidades de Prática", foi a tese de 234 páginas defendida com sucesso na Sala do Conselho da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UC (antigo Colégio da Sapiência) pelo nóvel Mestre em Ciências da Educação, Fernando Dias Marques.
O candidato teve como orientadora científica a Prof. Doutora Teresa Pessoa e como arguente a Prof. Doutora Salwa Castelo Branco, do Departamento de Etno-Musicologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Fernando Marques apostou no acompanhamento de alguns centros de ensino prático da Guitarra em Coimbra e no tratamento das informações obtidas em 10 entrevistas. Prestaram informações ao candidato Octávio Sérgio, Paulo Soares (Jojó), Carlos Alberto Dias e muito substancialmente Jorge Gomes.
A apresentação foi apoiada pela projecção de um power-point com trechos do filme de Edgar Pêra sobre Carlos Paredes e segmentos de aulas orientadas por Jorge Gomes.
De esperar é que todo este trabalho traga ao autor os melhores frutos.
AMNunes

domingo, janeiro 28, 2007

Coro dos Antigos Orfeonistas na Figueira da Foz, no próximo dia 3 de Fevereiro, na Gala dos seus 25 Anos.
Informações e reservas: 233 408 400.

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