sábado, abril 28, 2007

Costumes Académicos Medievais (I)


Representações de coifas e de zuchettos em frescos do italiano Giotto di Bondane. A coifa, com formulações campesinas, cortesãs, clericais e universitárias, foi outra peça de vestuário generosamente usada pelos docentes universitários.
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Popularizações: gorro de Inverno, em fio de lã, com remate superior de pompom, usado por praticantes dos desportos de neve.
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Popularizações e vulgarizações: o modelo do solideo conheceria desde a Idade Média infinitas combinatórias em tecidos de lã de tear e bordados a fio de lã. São os gorros campesinos, com e sem virola, habitualmente rematados por pompons, em cores variadas, e também os gorros infantis, desportivos e de Inverno.
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Chapéu tradicional chinês de corte, estilo "mandarim", com virola, gomos de seda estampada, borla central forrada e franjados pendentes de duas borlas. Os franjados são do mesmo tipo dos usados nos barretes académicos anglo-saxónicos.
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Chapéu tradicional chinês, em forma de calote, com virola e gomos, a rematar em borla de nós de seda. Não sendo igual ao solideo, não deixa contudo de evidenciar certos ares...
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Da mesma família do solideo (Europa Ocidental) e do phiro (Ásia Menor) é o YARMULK consagrado pela tradição judaica.
Fonte: Klericale kopfbedechungen, http://www.dieter-philippi-de/mydant_1479html.
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O PHIRO tradicionalmente usado durante as celebrações litúrgicas e orações pelos clérigos sírios. Os bispos e patriarcas usam cobri-lo com um capuz de seda designado "eskimo".

Fonte: Vestements of Syriac Orthotox Clergy, http://sor.cua.edu/vestements/index.html.

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Zucchetto ou solideo de calote rósea gomada, rematado por borla verde de tipo pompom. Esta variante com borla foi usada pelos bispos espanhóis do século XIX, havendo conhecimento de práticas idênticas na Áustria, missionários anglicanos (base branca, borla violeta) e bispos da Ásia Menor (Antioquia).

Fonte: "Klericale Kopfbedechungen, http://www.dieter-philippi-de/mydante_1479html.

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Outro elemento central de todos os trajes usados pelos académicos medievais, desde cedo convertido em insígnia, foi a cobertura de cabeça. No caso da Grã-Bretanha, os especialistas no estudo da origem e evolução do traje académico anterior à Reforma, estão de acordo quanto à ancestralidade do "pileus rotundus", referido no Sínodo de Bérgamo de 1311. Enquanto peça vestimentária ligada à história da Igreja Católica, há conhecimento do solideo pelo menos desde o século XIII. Uma das figurações plásticas mais antigas ocorre num fresco da Igreja de São Francisco de Assis, que retrata S. Francisco ajoelhado perante o Papa Honório III (ano de 1290). As designações variam conforme as línguas: pileus, pileolus, solideo, kalotte, calotta, subbiretum, subbmitrale, scheitelkappchen, tonsurkappchen, kulunsuua.

Usado inicialmente pelos clérigos sujeitos a tonsura, o solideo é praticamente idêntico ao yarmulke judaico e ao phiro clerical da Síria. A partir do século XV, a Igreja Católica definiu cores específicas para o solideo: por influência da cor branca dos dominicanos, o branco ficou reservado aos papas desde o pontificado de Pio V (dominicano), constituindo excepção os dominicanos norbertinos que também podem usar o solideo branco; os cardeais passaram a usar o solideo vermelho escarlate; os bispos e arcebispos em violeta e rosa-seco; os monges, os abades e párocos, em preto.

Admitindo que o solideo é a raiz mais remota dos chapéus doutorais britânicos, o mesmo não se pode congeminar quanto a Portugal e Espanha. Em todo o caso, o solideo ou zuchetto foi usado frequentemente até 1834 pelos docentes da Universidade de Coimbra que pertenciam a congregações religiosas, conforme documentam antigos retratos dispersos pelos edifícios antigos da Alma Mater (provenientes do Colégio de São Bento). Também foi usado até à Revolução de 1910 pelos lentes da Faculdade de Teologia, como bem documenta a designação "subbiretum". Abades conventuais, cónegos, bispos, cardeais e papas, usavam frequentemente o solideo sob as mitras, chapéus, barretes e tiaras.

No caso da Grã-Bretanha, operou-se mesmo um fenómeno raro de fusão do subbiretum e do birretum (século XVI), originando o extravagante barrete britânico.

Fonte: galeria fotográfica "Klericale Kopfbedechungen", http://www.dieter-philippi-de/mydant_1479html.

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Vista da parte posterior da murça usada pelos bispos e arcebipos portugueses (vestiário privativo da Sé de Braga).
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Vista frontal da murça de arminhos usada pelos bispos e arcebispos portugueses. Peça do vestiário privativo da Sé Catedral de Braga (foto autorizada, 1997).
Em portugal, a murça (mozetta) de arminhos não penetrou os mundos universitário e judiciário. Ao contrário de Itália, França ou Inglaterra, o seu uso ficou praticamente restrito à alta nobreza e ao clero secular (monsenhores, cónegos, bispos, arcebipos e cardeais).
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Magistrado do Supremo Tribunal da Grã-Bretanha, com versão modernizada da antiga "cappa nigra" e murça vermelha guarnecida a arminhos.
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Murça medieval com peitilhos de arminhos, sendo o forro e o capuz em tecido. Esta variante aparece com alguma persistência nos séculos XV-XVI em lentes da Universidade de Paris.
Cortejo do Cabido da Catedral de Quito, Equador.
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O Cardeal Theodore Innitzer com batina talar, roquete, cinta de borlas douradas, barrete quadrangular sem borla, anel, cruz peitoral, solideo e murça de arminhos. A confecção cónica é igual à da murça medieval ("caul") que se usava com a "cappa clausa".
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Figuração do Cardeal Jean Rolin por Jean Hey, ca. 1480 ("La Nativité du Cardinal Jean Rolin"). Notável precisão naturalista da "cappa clausa" talar de cauda, com a sua característica abertura frontal para a saída dos braços. O conjunto é completado por avantajado capelo de arminhos, com forro de veludo vermelho e respectivo capuz.
Na época a que nos reportamos, a iconografia representa basta vezes os cardeais romanos com o capuz do capelo deitado pela cabeça, solideo e galero. São José é figurado com uma loba semelhante ao modelo que se usou na Universidade de Salamanca.
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Figuração pormenorizada da "cappa nigra" ou "pallium" talar: ampla veste de veludo ou lã vermelha (podia ser preta ou parda), forrada e debruada a peles, comportando gola alteada, fechada na frente com dois a três botões forrados e duas aberturas para a saída dos braços. Esta veste era ordinariamete envergada por bispos e cardeais romanos, que lhe sobrepunham os capelos e coberturas de cabeça como o galero de borlas.
São conhecidas diversas representações desta veste, mas com a visibilidade prejudicada por capas e capelos. Uma outra pintura onde se pode apreciar a "cappa nigra" é "Madona di Foligno", assinada por Rafael Sanzio por volta de 1512.
Representação do Cardeal Nicola Albergati por Jan van Eyk, ca. 1431-1432.
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Projecto de reconstituição dos trajes académicos medievais britânicos, incluindo a "cappa clausa" e a "cappa nigra".
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Possível reconstituição da "cappa nigra" ou "palium" (não confundir com a insígnia eclesiástica do mesmo nome, ainda hoje usada pelos papas e cardeais).

Fonte: http://home.uchicago.edu/.

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Possível reconstituição da túnica talar usada pelo alto clero romano e lentes universitários britânicos. Trata-se de uma vestidura interna ou "vestido de baixo", ao qual se sobrepunham peças de indumentária como a "cappa clausa", a "cappa nigra" ou "pallium talaris", ou mesmo a garnacha e a loba de peito "çarrado".
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Costumes académicos medievais
Como seriam as vestes usadas pelos lentes e escolares nas universidades medievais? A matéria continua por aprofundar na Europa Continental, fenecendo a concretização de um levantamento iconográfico exaustivo debruçado sobre iluminuras, frescos e escultura. A iconografia italiana de transição do Gótico para o Renascimento é eloquente, pese embora o exasperante estado de dispersão das fontes...
Na Grã-Bretanha, os trajes académicos e reitorais, bem como insígnias e cerimonial, são desde há muito tema acreditado e dignificado pelos investigadores, ali abundando os trabalhos monográficos. Um exemplo dos descomplexados cuidados que o assunto continua a merecer consubstancia-se no ser e no estar da respeitada instituição THE BURGON SOCIETY (http://www.burgon.org/uk.history.links.php-4k).
Relativamente ao caso britânico, polarizado em torno das universidades de Oxford e Cambridge, os estudos mais conceituados acentuam a consagração de hábitos talares monacais - à semelhança do que acontecia nas restantes universidades europeias -, e a consagração de vestes talares idênticas às habitualmente envergadas pelo alto clero romano, adornadas e complementadas por murças inteiriças, capelos de capuz mais ou menos longo e coifas e "zucchettos".
O documento seleccionado coloca em evidência alguns dos trajes mais correntemente envergados por lentes e estudantes britânicos no Período Medieval: a) opção pelo conjunto túnica talar interna, "cappa clausa" roçagante com uma só abertura peitoral, murça de arminhos de colarinho subido (="caul") e barrete redondo ("pileus rotundus") idêntico aos modelos medievais do "solideo" católico, do "yarmulke" judaico e até do "phiro" do clero sírio. Este barrete podia rematar num toco superior simples, de cordão retorcido, ou incorporar uma borla da cor científica; b) opção pela túnica talar interna, "capa nigra" (veste talar roçagante, com duas fendas frontais para os braços), capelo com pronunciado capuz dorsal e "pileus rotundus".
A realização de cerimónias em Oxford e Cambrigde ligadas à recepção de chefes de Estado, matrículas, funerais, cortejos, aberturas solenes e colação dos graus de bacharel, licenciado e doutor nas várias especialidades, implicou desde cedo a adopção de trajes e de insígnias. No período anterior à Reforma de Henrique VIII, seriam mais correntemente usados, mas ainda sem carácter de uniformização:
1) Doctors of Divinity (Fac. de Teologia, Sagrada Escritura): cappa clausa preta, pileus rotundus com pega ou borla de tipo pompom, murça de arminhos de colarinho subido, eventual capuz dorsal debruado a pele de borrego;
2) Doctor of Civil Law (Fac. de Leis): cappa nigra ou pallium talar em veludo ou lã vermelha, com murça lineada a pele branca; pileus rotundus vermelho, com toco ou pompom; capelo debruado a seda ou pelagem;
3) Doctor of Canon Law (Fac. de Cânones): cappa clausa talar ou cappa nigra forrada e embainhada com pelagem de borrego; cabeça coberta com solideo preto; avantajado capelo guarnecido a peles ou seda;
4) Doctor of Medicine (Fac. de Medicina): cappa mantica ou cappa clausa de bainha não roçagante; capelo azulado, com eventual debrum de pelagem; cabeça protegida com solideo.
Fonte: "A brief introduction to english Academic Costume", http://home.uchicago.edu/.
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sexta-feira, abril 27, 2007






Grupo "Raízes de Coimbra" a actuar em Barcouço, na passada terça-feira, conjuntamente com os Antigos Tunos da Universidade de Coimbra. Fazem parte deste grupo: Heitor Lopes e Mário Rovira no canto; Octávio Sérgio e Alcides Freixo nas guitarras; Humberto Matias na viola.
Fotos amavelmente cedidas por Armando Duarte dos Antigos Tunos.

CD da Banda Futrica homenageia José Afonso. Diário de Coimbra de 25-4-2007.

quarta-feira, abril 25, 2007

Académica e Organismo Autónomo de Futebol de mãos dadas. Notícia do Diário de Coimbra de hoje, com texto de Ricardo Ferreira Santos e foto de Ferreira Santos.

terça-feira, abril 24, 2007

José Afonso vai ser homenageado pelo Grupo Capas Negras, nas cidades da Amadora e Oeiras. Diário de Coimbra de hoje.

Serenata de Coimbra na escadaria da Assembleia da República. Texto de Patrícia Cruz Almeida no Diário as Beiras de hoje.

segunda-feira, abril 23, 2007

Serenata de Coimbra na Assembleia da República

Pessoal, amanhã por volta da meia noite estarei mais uma vez na RTP1 a cantar o "fadinho"!!!
Serenata na Assembleia da República que será transmitida no canal 1 às 00h00 e no dia 25 de Abril às 21h00 na RTP África.
Mas não é só ... este Verão haverá novidades televisivas!!!

Nuno Silva

Ficamos à espera dessas novidades e, entretanto, vamos ligar a RTP1 e ouvir os sons dessa tua rica garganta! Já agora, diz quem vai contigo!

No último Natal, as Velhas Glórias da Académica reuniram-se num são convívio, prestando homenagem à equipa de 1966/67. Diário de Coimbra de 17 de Dezembro de 2006, com texto de Luís Pena Viegas e fotos de Figueiredo.

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