sábado, novembro 25, 2006

Estudiantes piden hoy en Salamanca que se le retire a Franco el doctorado Honoris Causa

Hoy lo solicitará una asociación estudiantil en el Claustro.
El viernes la Universidad de Santiago le retiró dicha distinción al dictador.
En Portugal, un profesor de la Universidad de Coimbra ha pedido que esa institución también le quite el título.
La asociación Unidad Estudiantil (UNE) de la Universidad de Salamanca solicitará hoy, en la reunión del Claustro de la institución académica, que se retire "de forma inmediata" el título de doctor Honoris Causa concedido inmerecidamente al dictador Francisco Franco en 1966".
Piden que la Universidad de Salamanca "siga el ejemplo" de la de Santiago de Compostela. La petición figura en una nota informativa hecha pública por la UNE en la que se demanda también que la Universidad de Salamanca "siga el ejemplo" de la de Santiago de Compostela, cuya Junta de Gobierno aprobó la pasada semana la retirada de esa distinción.
Tras explicar que la institución gallega ha anunciado que se pondrá en contacto con la salmantina "para explicar el proceso seguido", la UNE considera que ésta "debe tomar la iniciativa y acceder cuanto antes a esta demanda de la democracia y de la lógica de la Historia", prosigue el comunicado.
La Unión Estudiantil expresa su deseo de seguir su lucha para que la Universidad de Salamanca se implique en "la recuperación de la memoria histórica".
Por último, exigirá al equipo rectoral "la retirada de símbolos franquistas de las fachadas de edificios universitarios, así como el merecido y prometido homenaje institucional a los profesores y estudiantes universitarios represaliados tras la II República", concluye la nota informativa.

En Portugal, también
El profesor de Relaciones Internacionales de la Universidad de Coimbra, José Pureza, pidió el viernes que sea retirado el título de doctor Honoris Causa al dictador español.
Pureza alegó que el título honorífico, concedido a Franco en 1965, fue concebido para premiar a "hombres que se hubieran distinguido por los grandes valores del humanismo y de la decencia universal", que no es el caso del dictador español y dijo que se debía seguir el ejemplo de la Universidad de Santiago de Compostela.
Pedro Santos, jefe del Gabinete de Comunicación de la Universidad de Coimbra, declaró que una decisión acerca de este asunto "debe ser considerada por el Senado", la máxima instancia de esa institución docente.
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Fonte: notícia de 6ª feira, 24 de Novembro de 2006, endereço www.20minutos.es/
AMNunes


Universidade de Coimbra deve retirar grau de doutor a Franco
O professor de Relações Internacionais José Pureza defendeu esta sexta-feira que a Universidade de Coimbra (UC) deve retirar o título de doutor «honoris causa» ao ditador espanhol Francisco Franco, seguindo o exemplo da congénere galega de Santiago de Compostela.
Ressalvando que a competência para tomar essa iniciativa cabe ao Senado da UC, José Manuel Pureza frisou que aquele grau honorífico da instituição, fundada há 716 anos pelo rei D. Dinis, deverá galardoar «homens que se distinguiram pelos grandes valores do humanismo e da decência universal».
Na opinião do docente da Faculdade de Economia da UC, onde é responsável pelo programa de doutoramentos em Política Internacional e Resolução de Conflitos, o ditador espanhol «está muito longe de ser alguém que dignifica» a Universidade de Coimbra.
A direcção da Universidade de Santiago de Compostela deliberou hoje, por unanimidade, retirar o título de doutor «honoris causa» concedido a Francisco Franco Bahamonde em 1965, pedindo o mesmo à Universidade de Coimbra.
Uma fonte da Universidade de Coimbra disse à Lusa que o Reitor, Seabra Santos, que esta semana apresentou a sua candidatura a um segundo mandato de quatro anos no cargo, «não comenta, para já, o pedido» da Universidade de Santiago de Compostela.
Doutorado em Sociologia, José Manuel Pureza obteve a sua licenciatura em Direito na FDUC.
Na sua opinião, retirar o título de doutor «honoris causa» ao ditador Francisco Franco constitui «uma homenagem aos povos de Espanha, à democracia e aos direitos humanos».
O reitor da Universidade de Santiago de Compostela, Senén Barro, ao anunciar hoje essa decisão, explicou aos jornalistas que o ditador espanhol «não tinha os méritos académicos suficientes» para lhe ser atribuído o título que lhe foi concedido em 1965.
Franco «não reúne os méritos científicos nem pessoais para ostentar esta honra e, em consequência, o seu nome é retirado da lista de ilustres 'honoris causa' desta Universidade, bem como do livro de honras», refere a instituição galega em comunicado.
É a primeira vez que a Universidade de Santiago de Compostela adopta uma decisão deste tipo, que começou a ser debatida há um ano, sendo tomada agora coincidindo com a aprovação pelo Parlamento de Espanha da Lei de Memória Histórica, que visa reabilitar a memória das vítimas da Guerra Civil, em especial dos vencidos republicanos.
Senén Barro revelou que a sua universidade contactou já as congéneres de Coimbra e Salamanca (Espanha) para que tomem uma decisão no mesmo sentido.
«Embora eu não faça parte do Senado, serei francamente favorável a que este órgão da Universidade de Coimbra acolha esta iniciativa com toda a prioridade», declarou à Lusa José Manuel Pureza.
Fonte: artigo "Diário Digital / Lusa", de 10/11/2006, http://diariodigital.sapo.pt/
AMNunes

"Se hace camino al andar" (Antonio Machado).

Era de esperar que a Canção de Coimbra chegasse aqui, mais cedo ou mais tarde, de forma natural.Pode-se pensar que com algum atraso em relação ao Fado de Lisboa, se se atentar, sobretudo, nos fados compostos por Alain Oulman para Amália, de uma complexidade melódica e harmónica tal que os músicos da cantora se queixavam de que não eram fados, mas "ópera"!…). Mas a verdade é que não faltam antecedentes para este género de composições também em Coimbra: a título de exemplo, refira-se a canção No Calvário, de Fausto José e D. José Paes de Almeida e Silva, interpretada por Luiz Goes, em que não se pode deixar de reconhecer a influência poética e musical do lied narrativo, ou lied-balada, romântico. Note-se ainda que muitos dos maiores cantores coimbrãos, como António Menano e Edmundo de Bettencourt, reconheceram explicitamente que no universo das suas preferências musicais o canto lírico ocupava um papel central.
Neste aspecto, o que temos aqui de novo é a criação consciente e esclarecida de um novo ramo, ou subgénero, da Canção de Coimbra, a que poderíamos chamar canção-lied de Coimbra, e que representa uma real aproximação à música vocal de câmara.
A tradição musical académica desta cidade já não é hoje o que era, e, na verdade, nunca o foi, desde o mitológico fundador Augusto Hilário, que cometeu o "pecado original" de estudar música... E o que uma leitura atenta da sua história surpreende, contra o discurso dominante, é, não uma tradição estática e cristalizada, mas o contributo vital, genuíno e inovador de sucessivas gerações de autores e intérpretes (António Menano, Edmundo de Bettencourt, Artur Paredes, Carlos Paredes, José Afonso, Jorge Tuna, João Bagão, Luiz Goes, Octávio Sérgio, para não citar outros mais recentes…
Esta "tradição", no seu sentido mais dinâmico, perpassa também por este disco de Canção de Coimbra. Nem fado-canção, nem balada, mas um pouco destes géneros, mais uma clara influência, aos níveis da composição e da execução, da música vocal de câmara (lied, chanson). Influência que se revela, designadamente, no recurso composicional à forma livre, ou de composição contínua, sempre que o texto não impõe uma forma estrófica; e ainda no estilo sóbrio, intimista, da parte vocal. A forma livre encontramo-la em Fogo Antigo ou Post-Scriptum; já para poemas como O meu lugar ou 5 de Outubro foi adoptada a forma musical estrófica, mais adequada à sua estrutura.
A formação e percursos pessoais destes músicos já permitiam antever uma busca de caminhos novos. Uma busca coerente, que se traduz numa grande homogeneidade de estilo composicional, fruto de uma longa convivência e cumplicidade musicais no quadro do grupo "Tertúlia do Fado de Coimbra". Por momentos, e sem prejuízo da originalidade, é possível apercebermo-nos de conscientes ou subconscientes referentes musicais, como a balada e a canção de Coimbra dos anos sessenta, ou a música instrumental para guitarra de Coimbra na esteira de Artur e Carlos Paredes.
E o que há a destacar, musicalmente, nestas canções?
Em primeiro lugar, a perfeita adequação expressiva e formal da música aos poemas de António Arnaut, que na gravação encontra correspondência numa interpretação correcta e fluente por parte do cantor e dos instrumentistas.
Em segundo, o verdadeiro papel concertante, solista, da guitarra portuguesa em relação ao canto; é na escrita idiomática para este instrumento —designadamente na utilização dos bordões— que é possível descortinar-se uma maior vinculação aos cânones estilísticos da música de Coimbra das últimas décadas. A escrita para guitarra explora aqui essencialmente as qualidades melódicas do instrumento, sem contudo deixar de tirar proveito dos recursos harmónicos que a sua afinação normal possibilita.
Em terceiro lugar, o recurso ao baixo acústico, libertando a viola de acompanhamento (ou guitarra clássica) para o papel de instrumento tenor, e enriquecendo assim o espectro sonoro geral.
Outros aspectos, mais técnicos, haveria a referir, designadamente, em termos harmónicos, a utilização de acordes pouco habituais na Canção de Coimbra, designadamente nonas.
Não se pode deixar de louvar a edição da partitura integral em simultâneo com a saída do disco. É que tem havido uma aversão irracional a associar a Canção e a música para guitarra de Coimbra a qualquer espécie de formação musical, e de registo escrito. Como se não fosse uma música construída sobre as bases de toda a música tonal ocidental, popular ou erudita… E como se a sua difusão no país, ou fora dele, nos inícios do século XX não se tivesse devido, em grande medida, às edições em partitura dos fados e canções de maior sucesso. A crescente popularização do disco e do rádio ao longo desse século, proporcionando uma escuta musical passiva e individual, tornou obsoletas as edições impressas destinadas à execução doméstica ou comunitária como música de salão.
A novidade é, neste aspecto, a edição em partitura integral —e não, como então, em redução pianística—, com um explícito convite à análise e execução musical informadas das dez canções. E um incentivo à edição impressa de nova música, bem como do repertório acumulado pelas sucessivas gerações de cultores da canção e da guitarra coimbrãs. Porque, nos tempos de hoje, já não chega "ter unhas" para tocar guitarra! Responder-se-á assim também à crescente procura, por parte de nacionais e estrangeiros, de música de Coimbra escrita, para fins de execução ou de simples análise ou investigação. Na verdade, muitos de nós temo-nos deparado com a estranheza com que muitos músicos ou investigadores, sobretudo estrangeiros, se dão conta de que este repertório, ao contrário do que se passa com outros géneros de música urbana, como a canção napolitana, ou o tango, ou ainda o rock e o pop, só parcialmente tem sido reduzido a escrito. Não esquecendo a sua dimensão essencialmente sonora, há que admitir que a edição impressa de Canção de Coimbra e de música instrumental para guitarra de Coimbra contribuirá para a sua maior visibilidade, reconhecimento e afirmação, no vasto quadro das músicas ocidentais de raiz urbana. Coimbra e a sua música só terão a ganhar com esta desejável, se não necessária, evolução.
Flávio Pinho

[texto lido por Flávio Pinho na apresentação do projecto discográfico "Quatro Elementos", anunciado neste Blog em 20/11/2006. Salvo pequenas supressões, este mesmo texto consta do livreto de acompanhamento do cd. O nosso agradecimento ao autor, por ter prontamente acudido à sugestão formulada pelo Prof. José dos Santos Paulo. AMNunes]

sexta-feira, novembro 24, 2006

A propósito do Centenário de Rómulo de Carvalho / António Gedeão

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Poucos intelectuais portugueses do século XX terão tido uma tão grande consagração simultânea no plano da investigação e da divulgação científica e do Ensino e, por outro lado, no plano da criação literária (com alguns pontos de contacto podem ocorrer-me Vitorino Nemésio <1901-1978>, Jorge de Sena <1918-1978> ou Joaquim Manuel Magalhães, entre outros). Talvez no Portugal dos nossos dias as gerações com menos de 50 anos conheçam mais o poeta do que o físico / professor / académico. Mas o facto é que foi como físico que Rómulo de Carvalho foi eleito para a Academia das Ciências de Lisboa (classe de Ciências e não Classe de Letras...), Instituição onde editou boa parte dos seus trabalhos de Historiador da Ciência em Portugal. Em 1995 a U. Évora fê-lo dr. h.c. E aí creio que as duas faces do intelectual estiveram presentes. Tiradas do site da referida Universidade, aqui deixo duas imagens:
1. O emblemático claustro em dia de neve !...
2. Rómulo de Carvalho usando da palavra no seu doutoramento h.c.
Armando Luís de Carvalho HOMEM


Celebra-se hoje o centenário do nascimento de Rómulo de Carvalho (António Gedeão), meu orientador de Estágio em Ciências Físico-Químicas, no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa. Notícia do Diário as Beiras de hoje. Posted by Picasa
[Caro Octávio, de acordo com uma longa reportagem exibida na RTP2, na noite de 24 para 25/11/2006, o Dr. Rómulo de Carvalho foi orientador de estágio no Liceu D. João III, de Coimbra, no ano de 1950, data em que lançou o seu primeiro livro de poemas. AMNunes]


Flávio Rodrigues no Diário de Coimbra de hoje, num texto de Manuel Dias, um seu contemporâneo e amigo.



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Luiz Goes
Fotografia de Luiz Goes (década de 1950) e do grupo juvenil de João Moura frente ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (1980?). De acordo com os amáveis informes avançados por Filipe Almeida, os elementos presentes na fotografia são João Moura/Filipe Almeida (gg), Carlos Caiado (v) e Luís Cartario (voz).
Fonte: António Reis (direcção), "Portugal Contemporâneo (1958-1974)", Volume V, Lisboa, Publicações Alfa, 1989, p. 338.
AMNunes


A Universidade de Coimbra durante o Estado Novo Posted by Picasa
Para quem busque conhecer um pouco melhor o contexto cultural e político que rodeou a investidura de Franco como doutor honoris causa pela Faculdade de Direito da UC vale a pena ler a obra de Luís Reis Torgal, "A Universidade e o Estado Novo. O caso de Coimbra (1926-1961)", Coimbra, Minerva, 1999. Passada a "Introdução", o livro subdivide-se em cinco longos e fundamentados capítulos: "Salazar e Coimbra nas origens do Estado Novo" (I), "Da indefinição política da Universidade à ligação da Universidade ao regime" (II), "A Universidade e o Estado Novo. Uma relação profunda e persistente" (III), "Autonomia ou autonomias. Factore(s) de unidade e de divisão" (IV), e finalmente a "Academia e Universidade. Política e apolítica".
Luís Reis Torgal, docente e investigador de História na Faculdade de Letras da UC, é autor de um vasto e acreditado currículo de alcance nacional e internacional. No campo das humanidades tem-se afirmado como um dos investigadores da área das humanidades que mais ajudou a divulgar trabalhos conimbricenses em países como Espanha ou o Brasil. E não apenas projectos de investigação, pois é o principal responsável pela divulgação do álbum discográfico de Jorge Cravo, "Folha a Folha" (2000) junto de colegas de ofício no Brasil.
Contemporanista, centrado em temas oitocentistas e novecentistas, Luis Reis Torgal lançou nos anos mais recentes o projecto CEIS20, cujos frutos começam a aparecer. No trabalho que acabamos de citar, o autor discorre com grande competência sobre um tema da sua especialidade, incorporando no campo de estudos do Estado Novo a Academia de Coimbra e a Universidade de Coimbra. Trata-se, de certa forma, de um projecto colectivo no qual o autor faz explícito eco de muitos trabalhos de investigação desenvolvidos pelos seus alunos de licenciatura, mestrado e até doutoramento (alunos que orientou e cujos nomes cita nas páginas do livro).
As matérias abordadas são delicadas, pelos afectos que invocam, pela proximidade temporal, e especialmente pelas ideossincrasias da Academia e Coimbra. Luís Reis Torgal termina acisadamente esta sua incursão em 1961, no dealbar de uma conjuntura em que a Academia de Coimbra começa a emitir sinais claros de ruptura com o regime. Daí em diante haverá que deixar aquietar os vulcões que ainda jorram entre as memórias dos vivos. Aliás, tanto Álvaro Garrido como Luís Reis Torgal sentiram na pele os escolhos dessa proximidade que nunca satisfaz expectativas.
AMNunes

quinta-feira, novembro 23, 2006


Investidura de Franco em Coimbra Posted by Picasa
Apontamento do Doutoramento Honoris Causa do General Francisco Franco pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 25 de Outubro de 1949, sendo padrinho do novo doutor o Cardeal Doutor D. Manuel Gonçalves Cerejeira*. O elogio biográfico de Francisco Franco Bahamonde (1892-1975) esteve a cargo do mais jovem doutorado da Faculdade de Direito, Manuel Braga da Cruz.**
Fontes: mais fotos e textos de apoio em Luís Reis Torgal, "Quid Petis? Os doutoramentos na Universidade de Coimbra", Revista de História das Ideias. Nº 15, Coimbra, 1993, pp. 177-316 (este estudo encontra-se muito acreditado no Gabinete de Protocolo da Universidade de Salamanca); Luís Reis Torgal, "A Universidade e o Estado Novo. O caso de Coimbra. 1926-1961", Coimbra, Minerva, 1999, pp. 145-149 e foto da p. 102; António Pedro Vicente, "Franco em Portugal. O seu doutoramento Honoris Causa na Universidade de Coimbra-1949", in Revista de História das Ideias, Nº 16, Coimbra, 1994, pp. 19-71 (historial e 4 fotos, incluindo a supra-reproduzida).
=/=
*É de boa tradição protocolar identificar os clérigos pela sua dignidade eclesiástica, seguindo-se outros títulos, assim "padre doutor", cónego doutor", etc. Por exemplo, no caso dos bispos de Coimbra, que além da dignidade eclesiástica eram Condes de Arganil, o tratamento protocolar era "Bispo-Conde de Coimbra...". Quando se escreve, relativamente a D. Manuel Gonçalves Cerejeira, "Cardeal Doutor", impõe-se frisar-se que primeiro foi Doutor (e não doctor honoris causa, ou ipso facto) e só mais tarde ascendeu à dignidade de Arcebispo (1928) e de Cardeal da Igreja Católica Romana (1929), sendo Pontifex Pio XI. D. Manuel Gonçalves Cerejeira defendeu provas públicas de doutoramento na Faculdade de Letras da UC no dia 30 de Janeiro de 1918, com a tese "O Renascimento em Portugal. Clenardo", tendo sido aprovado com 20 valores.
Se atentarmos nas fotografias do doutoramento honoris causa de Francisco Franco, vemos o Cardeal Doutor D. Manuel Gonçalves Cerejeira não de Hábito Talar doutoral e Capelo, mas com as vestes cardinalícias, cumprindo assim o estipulado nos "Estatutos Velhos". Portanto, ao contrário de Oliveira Salazar que foi primeiro "doctor ipso facto" em Direito e mais tarde "doctor honoris causa" em Letras, D. Manuel Gonçalves Cerejeira era "doctor de iure".
**Manuel Braga da Cruz (1916-1977) defendera actos magnos de doutoramento na Faculdade de Direito da UC em 22 de Novembro de 1941 e fizera a sua solene Imposição de Insígnias na Sala dos Capelos no dia 08 de Dezembro de 1942. Cf. AAVV, "Depoimentos. Guilherme Braga da Cruz (1916-1977)", Coimbra, Edições Tenacitas, 2006.
AMNunes


Investidura de Franco em Santiago Posted by Picasa
Cerimónia de Doutoramento Honoris Causa do General Francisco Franco pela Universidade de Santiago de Compostela no ano de 1965. Momento da imposição do Barrete doutoral. Em inícios de Novembro de 2006 a Universidade de Santiago de Compostela retirou postumamente ao General Francisco Franco a dignidade de "Doctor Honoris Causa", tendo convidado as Universidades de Salamanca e Coimbra a uma reflexão sobre o assunto.
Mais informações:
-"La Universidad de santiago retira el doctorado honoris causa a Franco"
-"La Universidad de Santiago degrada a Franco"
-"La Universidad de Santiago retira a Franco la condición de doctor"
-"La Universidad de Santiago..."
AMNunes

La Universidad de Santiago retira el honor al dictador
Franco es Doctor Honoris Causa por la Universidad de Salamanca

Al Dictador Francisco Franco le fue concedido el título de Doctor Honoris Causa por la Universidad de Salamanca en el año 1966. Honor que también tenía en la Universidad de Santiago que acaba de retirarselo.
ABC / José J. Vega

11 de noviembre de 2006
Francisco Franco recibió el título de Doctor Honoris Causa hasta en tres ocasiones: por la Universidad de Coimbra en 1949, por la Universidad de Santiago de Compostela en 1965, y por la Universidad de Salamanca en 1966. La Universidad de Santiago anunció que se pondrá en contacto con la de Salamanca y la de Coimbra para explicarles el proceso seguido para la retirada del título a Franco.
Franco se queda sin su título Honoris Causa en Ciencias de la Universidad de Santiago de Compostela (USC) cuarenta y un año después de recibirlo. Así lo acordó su Consejo de Gobierno por unanimidad. El rector de la universidad gallega, Senén Barro, aseguró que esta decisión, tomada 30 años después del fallecimiento del dictador, se ha llevado a la práctica por considerar que Francisco Franco "no reúne los méritos científicos ni personales" para mantener esta distinción. Además, añadió que que su deseo es que las Universidades de Salamanca y Coimbra (Portugal) sigan "está decisión simbólica".
Fonte: site do periódico VOZ DE SALAMANCA, de 23 de Noviembre de 2006, Núm. 282,
AMNunes

Homenagem Nacional a Luiz Goes e "Bodas de Prata" da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra em Lisboa

A Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa, na sua comemoração anual da “Tomada da Bastilha”, vai promover no próximo dia 25 de Novembro, no Casino Estoril – sob a égide de uma Comissão de Honra, a presidir pelo Presidente da República – uma homenagem nacional a Luiz Goes, o maior cultor vivo da Canção de Coimbra, a qual enquadrará a celebração das “Bodas de Prata” da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, cujo coro será acompanhado pela Orquestra Clássica do Centro.
Contactos: Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra em Lisboa
Rua António Pereira Carrilho, 5, 1º, 1000-046 Lisboa
Tel: 218494197;
Fax: 218494208;
Fonte: REDE UC, http://www.uc.pt/


Demolição da Bastilha Posted by Picasa
Pormenor de uma gravura francesa alusiva aos acontecimentos de 14 de Julho de 1789.
AMNunes


Crise Académica de 1962 Posted by Picasa
Com o fim da 1ª República (1926) e a afirmação do Estado Novo, o significado político e republicano das celebração anuais da Tomada da Bastilha tendeu a esmorecer. Seguiram-se os anos da coexistência pacífica entre o regime, a Academia de Coimbra e as equipas de gestão da AAC. A partir de finais de 1936, o governo presidido por Oliveira Salazar interditou as eleições livres para o apuramento da gestão das associações estudantis e nomeou a primeira de uma longa dinastia de comissões administrativas. Só no ocaso da Segunda Guerra é que a "entente cordial" seria perturbada pela ofensiva comunista e republicana que levou o estudante Francisco Salgado Zenha à Direcção Geral da AAC (1945). Restabelecido o controlo governamental, a situação manteve-se com altos e baixos até aos inícios da década de 1960.
Com a Crise Académica de 1962 instala-se a ruptura entre Academia de Coimbra e regime ditatorial, situação que se vinha a acentuar desde o mandato do estudante de Direito e orfeonista Carlos Candal. As celebrações da Tomada da Bastilha de 25 de Novembro de 1961 seriam proibidas, porquanto consideradas ofensivas ao chefe de Estado. A Crise de 1962 teve como sede o Colégio dos Grilos, em plena Alta. Assumindo uma posição de distanciamente face ao regime político, ao Reitor Manuel Braga da Cruz e ao Ministro da Educação Manuel Lopes de Almeida, a Crise Académica de 1962 empurrou as comemorações da Tomada da Bastilha para a trilha revolucionária que estivera na origem daquele acontecimento em 1920.
A primeira grande crise estudantil da década de 1960 foi abordada como tema de mestrado por Álvaro Francisco Rodrigues Garrido, com orientação do Prof. Doutor Amadeu Carvalho Homem (1994). O autor formou-se em História na Faculdade de Letras da UC em 1991. Após uma fase como docente do ensino básico e secundário, e orientador de estágio, AG ingressou no corpo docente da Faculdade de Economia da UC em 1995. Fez o seu doutoramento em 2003 com uma tese sobre "O Estado Novo e a Campanha do Bacalhau", trabalho editado nesse mesmo ano pelo Círculo de Leitores.
Fonte: Álvaro Garrido, "Movimento Estudantil e Crise do Estado Novo. Coimbra 1962", Coimbra, Minerva, 1996.
AMNunes


Vista da Bastilha Posted by Picasa
Imagem da sede da AAC, a Bastilha, com vista da fachada principal alinhada pelo passeio da Rua Larga e projecção da fachada lateral que abria para a Rua do Borralho.
A fotografia permite visualizar com enorme rigor os espaços do piso térreo, ocupados entre 1913-1920. O 2º andar, ou piso nobre, seria ocupado após a Tomada da Bastilha de 25 de Novembro de 1920. Na varanda do 1º andar, voltada à Rua Larga, deram serenatas na década de 1920 figuras ilustres da CC como Edmundo Bettencourt, Artur Paredes e Alexandre Rezende. Nas águas furtadas estiveram alojados o jornal "Via Latina", o Fado Académico de Coimbra (1930-1938) e o TEUC.
Em Setembro de 1949 iniciou-se a demolição da Bastilha, terminada em finais de Novembro desse mesmo ano.
Foto: António de Vasconcelos, "Escritos Vários", I, 1987, Estampa LXXIII.
AMNunes


Cortejo da Tomada da Bastilha Posted by Picasa
Directamente herdada da cultura republicana francesa, a "Marche au Flambeau" é número obrigatório nas comemorações anuais da Tomada da Bastilha.
A fotografia documenta um trecho do Cortejo da Tomada da Bastilha de 25 de Novembro de 1989, com o Presidente da Direcção Geral da AAC José Manuel Viegas a abrir o desfile. Ao contrário de outros anos, em que a "Marche" seguia da Porta Férrea pela Rua Larga, Ladeira do Castelo, Arcos do Jardim, Praça da República, Porta da AAC, Avenida Sá da Bandeira e Largo da Portagem, em 1989 o cortejo desceu a Rua de São São e a Padre António Vieira. Na década de 1980 a "Marche" impunha ainda um ambiente muito comedido e austero, não sendo permitidas cantorias, gaiteiros, filarmónicas, ou mesmo conversas em voz alta. Era ainda o peso da herança do Luto Académico dos anos sessenta.
AMNunes


A Cabra Posted by Picasa
A Cabra é um sino de média dimensão, existente na Torre da UC, voltado aos Gerais. É tangido vespertinamente, entre as 18:00 e as 18:30h, anunciando as aulas do dia seguinte, e matutinamente, das 7.30 às 8.00h, a lembrar o começo das aulas. Sem balidos da Cabra é dia de "ponto". Este lendário sino anda associado às mais imaginosas tradições estudantis: já lhe foi roubado o badalo pelo menos duas vezes para que não houvesse aulas; já rachou e foi substituído; foi levada uma cópia fiel dele para o Brasil, pelo TEUC, em 1951; já se lhe fizeram luzidios enterros; foi tocado a rebate nas Invasões Francesas, na Tomada da Bastilha de 1920 e na Crise Académica de 1962; António Nobre e Afonso Lopes Vieira fizeram-lhe versos; Francisco Menano inspirou-se nele em "Fado d'Anto"; foi cantado em disco por António Menano, Edmundo Bettencourt e Adriano Correia de Oliveira; o seu tanger é associado ao chamamento materno; Trindade Coelho dedicou-lhe imortais linhas.
O sineiro da UC é designado na gíria por Cabreiro, competindo-lhe repicar e dobrar a Cabra de acordo com o protocolo. Em certos anos, as comemorações da Tomada da Bastilha, com o devido conhecimento e anuência da Reitoria, costumam incluir um número de subida à Torre e toque da Cabra e do Cabrão (sino grande) a rebate.
A Cabra antiga, que depois de rachada foi apeada, chegou a estar depositada no Museu Académico pela década de 1950, ainda no Colégio dos Grilos. Em data incerta, o sino desapareceu, ignorando-se o seu paradeiro. Caso algum antigo estudante saiba do paradeiro da Cabra antiga, agradecemos que informe detalhamente o Museu Académico de modo a que aquele organismo possa reaver uma peça (extraviada?) do património.
Fotografia realizada em Fevereiro de 1988.
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Tomada da Bastilha Posted by Picasa
Gravura de época, ilustrativa da Tomada da Bastilha de 14 de Julho de 1789. Enquanto o "Boston Tea Party" norte-americano (1774) não conheceu repercussão de vulto em Coimbra, já a Tomada da Bastilha seria aproveitada em diferido pelos académicos de Coimbra como paradigma legitimador do alargamento da sede da sua associação e jornada de luta contra o Clube dos Lentes.
AMNunes


A Bastilha Posted by Picasa
Pintura da autoria de Jean-Baptiste Lallemand (ca. 1789-1790), existente no Musée Carnavalet, alusiva ao acto revolucionário da Tomada da Bastilha, ocorrido em Paris no dia 14 de Julho de 1789. Considerado o momento charneira na queda do Antigo Regime, o episódio que abre portas ao republicanismo jacobino viria a ser decretado feriado nacional de França em 1880.
A "Tomada da Bastilha" levada a cabo em Coimbra, na noite de 24 para 25 de Novembro de 1920, inspirou-se directamente nos acontecimentos revolucionários de 1789.
AMNunes

quarta-feira, novembro 22, 2006


Caricatura de Octávio Sérgio realizada por José Maria Oliveira. Pelo que já aqui foi mostrado e por mais este trabalho, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, estar perante um artista de corpo inteiro. E mais: toca guitarra de Coimbra! Obrigado, amigo.


Memória da Rua Larga Posted by Picasa
Fotografia da autoria de Aurélio da Paz dos Reis, realizada em 1899, existente no Arquivo Fotográfico do Porto (Cadeia da Relação), divulgada por Gonçalo dos Reis Torgal, "Coimbra. Boémia e Saudade", Tomo I, Coimbra, 2003, p. 75.
A fotografia, captada a partir da Torre da UC, incide no curso da Rua Larga, avistando-se o Colégio de São Paulo-o-Eremita (futura Bastilha) e ao longe a cúpula da igreja do Colégio de São Bento (futura casa de ensaios do Orfeon Joyce e Elias de Aguiar), e ainda a cúpula da muito adiantada Cadeia Penitenciária (aberta em 1901).
Mais ao perto, Paz dos Reis mostra o terreiro do antigo Colégio de São Paulo-o-Apóstolo, sede da Academia Dramática, Clube Académico, Associação Académica e Teatro Académico, domolido ao longo do ano de 1888. Durante anos os moradores da Alta realizaram afamadas Fogueiras de São João no referido terreiro.
Galgada a Rua de São Pedro, emerge, magnífica, a Igreja de São Pedro, riquíssimo templo com vestígios visigóticos e um historial acidentado. Desafectada do culto, nos inícios do século XX foi esta igreja utilizada pelos republicanos da Alta como sede da Cantina Escolar Bernardino Machado. Ali tiveram lugar em 1912 luzidias festas onde se popularizou o "Fado da Despedida do 5º Ano Jurídico de 1912", com música de Francisco Menano, por muitos anos designado pelo vulgo salatina com o "Fado das festas da cantina".
Na década de 1940 o templo seria demolido ao desbarato, com a complacência da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e a ingorância/ganância do empreiteiro que não se poupava a vender pedras trabalhadas a coleccionadores. De nada valeram os protestos do Padre Doutor António Nogueira Gonçalves (estudados por Nuno Rosmaninho Rolo). Sem programa de escavações arqueológicas nem cuidadoso levantamento e salvaguarda patrimonial, a demolição da Igreja de São Pedro permanece um exemplo de crime patrimonial onde o Estado foi réu impune.
AMNunes


Antigos Orfeonistas na homenagem a Luiz Goes. Diário as Beiras de hoje. Foto de Luís Carregã.


Foto 14. Homenagem ao Estudante Desconhecido. Desenho a tinta da China _Via Latina, de 5-2-1962. Foto enviada por Augusto Mota.


Foto 13. Boletim A Ninhada. Foto enviada por Augusto Mota.
«A NINHADA» teve colaboração com textos, desenho e poemas de:
(pela ordem de publicação)

Paulo Cruz
Victor Barbosa
António Revez
Pedro Álvares
Rui Duarte Mangas
Augusto Mota (reprodução do desenho “Homenagem ao Estudante Desconhecido”, já publicado na “Via Latina” )
António Simões (com quatro sonetos)
A. Cândido Pereira
Paulo Berlengas
Rui Filipe
Álvaro Dantas e João Santana
M. Gomes da Torre
António Guerreiro
Oswaldo Sarmento e Castro


Foto 12. 25º Centenário dos Matulões na nova casa (4). Foto de Augusto Mota. Posted by Picasa


Foto 11. 25º Centenário dos Matulões na nova casa (3). Foto de Augusto Mota. Posted by Picasa


Foto 10. 25º Centenário dos Matulões na nova casa (2). Foto enviada por Augusto Mota.Posted by Picasa
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[A figura de óculos escuros, com cigarro entre os dedos, é efectivamente o Prof. Doutor Orlando Alves Pereira de Carvalho, temido lente da Faculdade de Direito da UC, falecido em Coimbra no mês de Março de 2000.
O seu nome inspirava "temor reverêncial" e as suas orais alimentavam sofridas "cólicas". Sobre ele circulavam façanhudos mitos que chegavam a tentar credibilizar como pseudo-verídicas historietas de alunas grávidas que teriam abortado com o transtorno nervoso provocado pelo lente nas orais! Ler as suas sebentas, só com dicionário aberto. Uma vez sentado na cátedra, o Doutor Orlando de Carvalho transformava-se num actor, a um tempo caricato e sedutor. A peruca branca suscitava risinhos na plateia. Enquanto preleccionava, mantinha aberto um micro-canivete com o qual trinchava sementes que depois ingeria. A meio da lição tangia uma campainha e pedia ao archeiro de serviço que lhe trouxesse uma bica e um copo de água. A entrada do archeiro na aula era sempre motivo de risota, sobretudo quando o portador da bica e da água era o impagável archeiro Serrador. A lição era um momento único de erudição, debitada sem livros e sem notas auxiliares, no mais puro estilo de Cícero.
Fora dos actos orais e escritos, Orlando de Carvalho era um conviva fascinante e um humanista pleno. Inteligência vivíssima, ironia cáustica, estonteante cultura geral, gosto pela cavaqueira intelectual, verbo fácil, linguagem erudita, Orlando de Carvalho amava a leitura, o prazer da escrita, a poesia e o cinema.
Nos anos sessenta esteve ligado ao cineclubismo e à oposição ao Estado Novo, com ligações ao Partido Comunista. O seu discurso, em meu entender, tinha mais de costela republicana liberal do que de socialismo radical. Orlando de Carvalho, em podendo, não perdia um sarau no Teatro Académico, um centenário de uma República, uns dedos de sabatina à mesa do café, um discurso improvisado. Na década de 1980, com o ressurgimento das tradições académicas e dos saraus, não deixava de comparecer e de felicitar grandes declamadores como Aurelino Costa (aluno de Direito, da Póvoa de Varzim) e Maria José Bravo (aluna de Direito, do Seixal).
A sua obra académica publicada é escassa. Quanto a produção poética, deixou o livro "Sobre a Noite e a Vida. Poemas", Coimbra, Centelha, 1985. Tendo acompanhado a Crise Académica de 1969, com expresso apoio à causa dos estudantes, "prefaciou" o LP "Flores para Coimbra" (2º semestre de 1969), para o qual contribuíu com o poema TROVA DA PLANÍCIE (música de Francisco Filipe Martins). AMNunes]


Foto 9. 25º Centenário do Ninho dos Matulões, na nova casa (1). Foto enviada por Augusto Mota.
[O representante da Reitoria, sentado a meio da mesa, não é o Reitor, à data Prof. Doutor Rui Nogueira Lobo de Alarcão e Silva, mas sim um dos seus Vice-Reitores, Prof. Doutor Jorge dos Santos Veiga, da Faculdade de Ciências e Tecnologia, AMNunes]


Foto 8. Painel da autoria de Augusto Mota, por trás de Artur Jorge, no Ninho dos Matulões, no Bairro Sousa Pinto em 1967. Painel pintado em Leiria, com tinta plástica sobre esferovite 2 X 3 m. Enviada por Augusto Mota.
Informações do ZÉ OLIVEIRA sobre o Artur Jorge em frente do meu painel

Foi em 1967, pouco depois da Queima.
Não tenho aqui em Leiria esse Magazine (devo tê-lo na casa dos meus falecidos pais, onde vou quase todos os sábados e poderei verificar se o tenho).
Mas tenho aqui um exemplar da Capa e Batina que aparece na foto ( fui eu quem desenhou o cartoon da capa e outras tretas no interior) e com esse elemento posso datar com alguma precisão a entrevista. Lembro-me perfeitamente que a revista Capa e Batina era recente. Aliás a capa é alusiva à Queima e no interior traz reportagem da Queima.

A entrevista (péssima!!!) foi feita na altura em que o Artur Jorge estava entre duas solicitações: O Sporting e o Benfica. E fugia de dar entrevistas. O diapositivo (de António Fagulha) foi feito uma ou duas semanas antes, e seguiu imediatamente para Lisboa, porque as capas eram impressas antes do miolo. E combinei com o Artur Jorge a entrevista para mais tarde, na esperança de que entretanto ficasse definido se ele ia para o Sporting ou para o Benfica, de modo a fazer disso o enfoque da entrevista.

Mas entretanto as guerras dos dois clubes começaram a aquecer e o Artur Jorge começou a evitar jornalistas.

...e eu enrascado, com a capa já impressa e a directora a mandar-me telegramas aflitos a pedir a entrevista. Fui colocar-me "policialmente" à porta do Ninho, até que tive a sorte de ver aparecer (a entrar) a namorada (com quem casou e de quem ficou viúvo poucos anos depois). E foi ela quem me safou da enrascada, pois comunicou-lhe o meu problema. E a "entrevista" fez-se minutos depois, num corredor da AAC, com a condição de eu não lhe falar da transferência dele para Lisboa.

Logo de seguida gatafunhei as respostas numas folhas que seguiram uma ou duas horas depois pela Rodoviária para Lisboa.

Abraço


Foto 7. Augusto Mota junto de um pormenor da decoração que fez na sala de jantar do Ninho dos Matulões no Bairro Sousa Pinto.


Foto 6. O poeta António Simões no congresso do Ninho em 22 de Janeiro de 1966. Atrás, um "Decretus" de sua autoria, no Bairro Sousa Pinto.

ANTÓNIO MENANO
(Fornos de Algodres, 05/05/1895; Lisboa, 11/05/1969)

III. O contrato de gravação de discos
Por José Anjos de Carvalho e António Manuel Nunes

Em 1926, na sequência da sua meteórica e invulgar carreira artística, para quem não fazia vida profissional da “arte”, António Menano foi convidado pela editora Odeon a celebrar um contrato de gravação de discos.
É da tradição oral local que as grandes companhias fonográficas estabelecidas em Portugal (Lisboa e Porto) no ano de 1925, fizeram os seus agentes percorrer Portugal numa autêntica intentona de “caça aos talentos”. A livre concorrência fazia com que as editoras descobrissem os artistas, lhes acenassem com aliciantes propostas de gravação e custeassem as deslocações aos locais de gravação (Porto, Lisboa, Paris, Londres, Berlim e Madrid), estadias e pagamento dos royalties.
No caso dos estudantes de Coimbra, os agentes da Odeon, Columbia, Polydor, His Master’s Voice, etc., realizaram uma espécie de sondagem de mercado, com base em informações e sugestões avançadas por ilustres locais e regentes da TAUC e Orfeon.
O primeiro estudante a entrar em estúdio na década de 1920, com discos comercializados em 1926, foi o aluno de Direito António Marques Batoque. Seguiram-se António Paulo Menano, José Paradela de Oliveira, Lucas Rodrigues Junot, Armando do Carmo Goes, Edmundo Alberto Bettencourt, Artur Almeida d’Eça, Afonso de Sousa e Albano Félix de Noronha, numa ofensiva que abraçou antigos estudantes (Paulo de Sá, Elísio de Matos e António Menano) e cultores não académicos (Antero Dias Alte da Veiga, Artur Paredes, Manuel Rodrigues Paredes, Alexandre Rezende, Flávio Rodrigues da Silva, Francisco Caetano e José Parente).
Não se conhecem as minutas de nenhum dos contratos de gravação assinados por estudantes e não estudantes no período 1926-1930, apesar de estarmos bem cientes que uma aturada pesquisa nos livros de notariado de Lisboa e Porto abriria portas a algumas pistas. Existiam em Portugal contratos mais antigos, relativos às gravações efectuadas a partir de 1904 por figuras como Manassés de Lacerda, Tomás Ribeiro ou Reynaldo Varela. Esses contratos assentariam numa minuta tipificada, semelhante à estrutura do contrato de gravação assinado por Carlos Gardel em Buenos Aires, no dia 12 de Abril de 1912, com a Columbia Phonograph Company (cf. «http://www.gardelweb.com/», artigo de Héctor Benedetti, “Apostillas al gardel de 1912”).
O clausulado, certamente idêntico ao que foi assinado na mesma conjuntura pelos artistas que gravaram para a Odeon, Columbia, Polydor, His Master’s Voice e outras, impõe um conjunto de normas restritivas favoráveis à editora. A Odeon, representada pelo agente Carlos Maria Ferreira Calderon, exige do cantor o exclusivo das gravações, abrindo as portas a um reportório abrangente que percorre canções ligeiras em moda, fados no estilo de Lisboa e temas de estilo conimbricense.
Contrariamente ao que possa pensar-se, António Menano não foi contratado para interpretar unicamente composições de Coimbra, não lhe assistindo sequer o direito de escolha dos instrumentistas com quem gostaria de trabalhar em estúdio. Por exemplo, na primeira gravação, agendada para os estúdios de Paris, em Maio de 1927, António Menano seguiu de comboio, sem qualquer contacto prévio com os instrumentistas que o iriam acompanhar, o guitarrista Flávio Rodrigues da Silva e o executante de violão Augusto da Silva Louro. Contratos assinados, a editora fez convergir para Paris os referidos instrumentistas, de forma a acessorarem as primeiras gravações de António Menano. Dado que o trabalho de acompanhamento não comportava arranjos, bastava já em estúdio o guitarrista perguntar ao cantor em que tom costumava vocalizar o tema a gravar. O mesmo aconteceu nas sessões seguintes, com a editora a indicar instrumentistas consagrados no Fado de Lisboa, como João Fernandes (g) e Mário Marques (v), e Armandinho (g) e Georgino de Sousa (v), ou Afonso Correia Leite, compositor e pianista ligado ao mundo do espectáculo e do teatro de revista na capital.
O clausulado não parece ter suscitado reserva ao cantor, pois de contrário não teria assinado o contrato, acto que fez de livre vontade. O documento foi assinado no cartório do notário Pedro Augusto Santos, sito na Rua Áurea, Lisboa, no dia 17 de Novembro de 1926, e dele se extraiu cópia em 29 de Outubro de 1936. Os termos do contrato que António Menano subscreveu são os seguintes.

«No dia dezassete de Novembro de mil novecentos e vinte e seis, em Lisboa, Rua Áurea cento e sessenta e cinco, e meu cartório perante mim Pedro Augusto dos Santos Gomes, notário da comarca e as testemunhas idóneas adiante nomeadas e assinadas, compareceram:--------------
Como Primeiro Outorgante, Doutor António Paulo Menano, casado, médico, morador em Fornos de Algodres, e de passagem nesta cidade, e Como Segundo Outorgante, Luiz da Silva Cardoso, casado, comerciante, morador na Rua Fernão Lopes, vinte e cinco, de Lisboa, outorgando na qualidade de sócio gerente e em representação da sociedade comercial em nome colectivo C. A. Cardoso & Companhia, com sede em Lisboa, e tudo consta do respectivo pacto social que vi e restituí, e Como Terceiro Outorgante, Carlos Maria Ferreira Calderon, casado, proprietário, morador na Rua Duque de Palmela, trinta e sete, segundo andar, de Lisboa, outorgando como agente exclusivo da Transoceanic Trading Company (marca de discos Odeon), pessoas cuja identidade certifico. E disseram os dois primeiros outorgantes: ---------------------------------
Que entre eles, nas qualidades em que intervêm, foi estabelecido que o primeiro outorgante cantasse exclusivamente para efeitos da reprodução da sua voz por meio da impressão de discos ou qualquer outro sistema, para a firma C. A. Cardoso & Companhia. Que por esta escritura estabelecem as condições e cláusulas que hão-de reger este exclusivo e são as constantes dos artigos seguintes:-------------------------------------------------------------------------------
PRIMEIRO
O primeiro outorgante concede à firma C. A. Cardoso & Companhia o exclusivo do seu canto, para o efeito industrial da reprodução da sua voz. ----------------------------------------------
SEGUNDO
Consequentemente, o primeiro outorgante obriga-se a cantar perante os instrumentos necessários para a impressão da voz, que lhe forem indicados pela firma segunda outorgante, que escolherá a casa impressora, obrigando-se o primeiro outorgante a não cantar para outrem e para o dito fim de reprodução da voz quer seja para a impressão de discos, quer de cilindros ou outros sistema de produção de voz que de futuro se venham a inventar. ------------------------
TERCEIRO
O primeiro outorgante obriga-se desde já a cantar para a impressão de discos de duas faces, de gramofone, canções portuguesas diferentes. ----------------------------------------------------
QUARTO
O primeiro outorgante receberá pela primeira gravação de cada disco de duas faces, para obter o galvano, com canções diferentes mil e quinhentos escudos, e além disso receberá por cada disco que for vendido por intermédio da firma segunda outorgante a quantia de dois escudos, que será representado pelo selo que ele apresentará aos segundos outorgantes para ser colocado quando do despacho dos mesmos discos na Alfândega. Esta quantia de dois escudos sofrerá as flutuações do cambio à data da venda do disco tomando por base o cambio equivalente de hoje sobre Londres. ---------------------------------------------------------------------------------------
QUINTO
A primeira gravação será de dez discos. Se esta der prejuízo à firma segunda outorgante, o primeiro outorgante compromete-se a fazer segunda gravação com novas músicas, ficando apenas o selo nas mesmas condições da primeira gravação, recebendo por cada disco aquilo que a firma C. A. Cardoso & Companhia indicar para cobrir do prejuízo da anterior gravação.--------
SEXTO
A firma C. A. Cardoso & Companhia obriga-se a por sua parte fazer no acto da gravação os pagamentos estipulados e a liquidar com o primeiro outorgante as importâncias do valor do selo nas vendas dos discos na altura da sua requisição e do despacho, independentemente dos direitos de autor. ------------------------------------------------------------------------------
Seguidamente, pelos segundo e terceiro outorgantes FOI DITO: Que estipulam e aceitam o seguinte: -------------------------------------------------------------------------------------

PRIMEIRO
O terceiro outorgante como agente exclusivo da Transoceanic Trading Company (Marca de discos ODEON), obriga-se nesta qualidade a fornecer exclusivamente à firma C. A. Cardoso & Companhia os discos que o primeiro outorgante, António Paulo Menano, gravar em qualquer fabrica da marca “Odeon” que ele representa, aos preços que vigorarem em Londres para os revendedores a retalho, com uma redução de cinquenta por cento. -----------------------------
SEGUNDO
Este contrato entre o terceiro outorgante e a firma C. A. Cardoso & Companhia durará até Abril de mil novecentos e vinte e nove, prazo da representação e agência da Transoceanic Trading Company como terceiro outorgante mas prolongar-se-á automaticamente como consequência de qualquer prorrogação que a mesma Transoceanic Trading Company faça ao terceiro outorgante ou que este fique representando como agente a dita sociedade. ---------------------------------
TERCEIRO
A firma C. A. Cardoso & Companhia obriga-se a comprar por ano ao terceiro outorgante pelo menos três mil discos, dos que forem gravados com a voz do outorgante António Paulo Menano, mas fica convencionado que se porventura o número destes discos for inferior àquele número, deverá a mesma firma comprar outros discos da mesma marca até atingir o número total de três mil. ---------------------------------------------------------------------------------------
Assim o disseram, outorgaram e mutuamente aceitaram, escolhendo para foro nas questões emergentes deste contrato o foro de Lisboa. ----------------------------------------------------
São testemunhas, Henrique Moreira, casado, comerciante, morador no Largo do Mastro, dois, segundo andar, e António Coelho Flor, solteiro, comerciante, morador na Rua dos Douradores, cento e setenta e oito, terceiro andar, de Lisboa. ------------------------------------------------
E eu, dito notário, esta escrevi, li em voz alta na presença simultânea de outorgantes e testemunhas que comigo assinam.»
(Seguem-se as assinaturas respectivas)

terça-feira, novembro 21, 2006


Foto nº 5. António Simões e Augusto Mota, companheiros de quarto nos Matulões em 58 e 59. Foto de 1959. Foto enviada por Augusto Mota.




Foto nº 4. Grupo seguinte ao dos fundadores do Solar Ninho dos Matulões, 1959. Foto enviada por Augusto Mota.
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Foto n 3. Fundadores do Solar Ninho dos Matulões, 1957. Foto enviada por Augusto Mota.


Foto n 2 de Augusto Mota. Os fundadores do Solar Ninho dos Matulões com as célebres Capitó e Candinha. Foto enviada por Augusto Mota.


Os números 3 e 5 do terreiro da Péla, de onde saíu o grupo que fundou o Solar no Bairro Sousa Pinto.
Só hoje consegui calma para lhes dar algumas informações sobre as fotos que já para aqui tinha digitalizadas há bastante tempo!

A foto acima ( nº 1) é elucidativa da destruição da Alta Coimbrã, embora já na sua fase final. A malta que fundou o Solar «Ninho dos Matulões», no Bairro Sousa Pinto, saiu do nº 3 e do nº 5 do Terreiro da Péla, um pequeno largo, à direita, ao cimo da Rua dos Militares, rua que ficava no prolongamento da Couraça de Lisboa, logo acima do CADC. Na esquina norte deste Terreiro existia o conhecido «Astória da Alta», que tinha, em bandeira, uma tabuleta castiça, em chapa, com letras num pretenso "estilo novo" .
Tivemos que sair “à pressão”, porque, como se vê na foto, à volta já havia restos de demolições. Aquela janela, à minha esquerda, pertencia ao nº 3 e era a do meu quarto, que habitei desde o meu 6º ano no, então, Liceu Normal D. João III, hoje José Falcão.
O nº 5 era a porta à minha direita. Tudo isto, à excepção das recordações, ficou “submerso” com a construção do edifício da nova Faculdade de Ciências!
O nome «Ninho dos Matulões» já existia quando a malta que habitava o 3 e o 5 do Terreiro da Péla e comia no nº 3, na “Abadessa”, a D. Idalina Marques, resolveu reabilitar o nome que já vinha muito de trás, dos tempos de Barrigas de Carvalho, Augusto Amorim Afonso, Jerónimo Pereira Coutinho e outros que lá tinham quarto, ou só lá iam comer. Por razões pessoais, que não vêm para o caso, conheci estes veteranos famosos em várias épocas de férias grandes, ainda eu andava na instrução primária. Com eles fui frequentes vezes ao bar da velha Associação Académica e à Secção de Futebol, na qual tinha um cargo directivo o Dr. Jerónimo Pereira Coutinho. E foi essa geração do Dr. Barrigas de Carvalho que deu àquele “reduto” que comia na «Abadessa» o nome de «Ninho dos Matulões», por “oposição gozativa” ao «Ninho dos Pequenitos», moderna Creche e Jardim de Infância, criado por Byssaia Barreto e que se localizava à Praça da República, no local exacto onde hoje se encontra todo o complexo da Associação Académica.
O nome “Abadessa” foi dado pelo Dr. Barrigas de Carvalho à D. Idalina, porque, depois de bem ter comido, costumava dizer à senhora e aos companheiros de mesa: “hoje comi que nem um Abade!”. Esta senhora e a filha, que também tiveram que abandonar o nº 3 do Terreiro da Péla, como é óbvio, foram tomar conta da Casa Universitária, também ao Bairro Sousa Pinto, mesmo ao lado do «Ninho dos Matulões», Casa onde teve quarto o Dr. Emílio Rui Vilar, hoje Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.

Quanto a trabalhos meus no actual «Ninho» talvez ainda exista o painel (2 x 3 metros), pintado aqui em Leiria, a tinta plástica, em secções desmontáveis, num material muito frágil e leve (placas de esferovite), por uma questão de facilidade de transporte. Também aqui fiz, nos anos 60, uns três «Decretus», que estavam montados em platex e protegidos por plástico. Aquando das comemorações dos 25 anos do «Ninho» ainda lá estavam em bom estado de conservação. Nessa altura o “matulão” mais antigo que apareceu foi o Dr. Matos Godinho, que se vê numa das fotos que envio ( a nº 9, ao lado de um professor universitário brasileiro, creio que Reitor ou Vice-reitor uma Universidade).

Em relação à capa da revista com o Artur Jorge, em frente do meu painel, ainda no Bairro Sousa Pinto, recebi do Zé Oliveira a informação que anexo. Para informações mais completas poderão contactar com ele para: o-oliveiradaserra@sapo.pt . Ele vive aqui em Leiria, tendo um cartoon semanal, Os Corvos, no «Região de Leiria» e um blogue dedicado à caricatura e ao cartoon: http://chavedoburaco.blogspot.com/.

Só mais uma informação: fui o autor do emblema do «Ninho» e do novo da República «Ay-ó-linda», tendo-me eles pedido para colocar uma gata no desenho, porque antigamente a República se teria chamado «República da Mija-Gata».

As várias fotos seguem devidamente identificadas, quanto aos assuntos e datas, para que nem tudo tenha o destino da Alta Coimbrã.

Saudações amistosas,
Augusto Mota


Trajes da Universidade de Coimbra no início do século vinte. O Secretário. Foto enviada por Manuel Melo da Silva. Posted by Picasa

[Nota: as imagens com os uniformes de Contínuo/Bedel/Archeiro e Secretário (e Mestre de Cerimónias) pertencem a uma série mais completa realizada na década de 1870 pelo fotógrafo José Maria dos Santos. Estes uniformes foram usados até à Revolução de 05 de Outubro de 1910 em cerimónias e no trabalho diário. Depois de 1910, o uniforme de gala mais reformado foi o de Archeiro. Além da tendência para o abandono do bicórnio, o azul e branco da Monarquia Constitucional foi substituído pelo vermelho e verde da República. Outras fotos omissas nesta galeria são relativas ao Lente, ao Estudante e ao Guarda-Mor do Paço das Escolas. Ver edição parcial em Alexandre Ramires, "Revelar Coimbra...", 2000, fotos 38, 39, 40 e 41. AMNunes]

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